Não há como disfarçar. Aprofunda-se o descrédito. Ontem, no final da reunião de um dos parceiros da coligação governamental, não foi o líder que falou. Falaram dois dirigentes reclamando por uma urgente remodelação governamental. O facto de não ser Paulo Portas a fazê-lo, percebe-se. Não quer ser responsabilizado pela crise que imediatamente se seguiria, com a consequente recriminação do presidente do PP pelo PSD, se fosse ele a acentuar a crescente agitação nas hostes da maioria.
No entanto, o recado de Paulo Portas dado por interpostas pessoas, é mais um sinal da indisfarçável desorientação que grassa entre a maioria, agravada por declarações de alguns dos seus dirigentes que, para além de acentuarem a já periclitante situação da maioria e do seu suporte político, revelam um preocupante desconhecimento de algumas das regras do sistema. Quando um dos vice-presidentes do PSD reage ao anúncio da moção de censura sine die do PS, dizendo que Seguro está à espera do acórdão do Tribunal Constitucional, para além de admitir que a decisão vai ser desfavorável ao Governo, dá ao secretário-geral do PS a oportunidade de lhe responder recordando-lhe quais são as regras e os limites do sistema que temos.
Talvez o desconhecimento revelado em episódios destes explique muito do que se está a passar. No ´Sol´ escreve-se que numa reunião à porta fechada entre os deputados da maioria e Vitor Gaspar, este ter-lhes-à feito uma sugestão: "expliquem aos vossos eleitores a situação do país". Ao que dois deputados sociais-democratas, incluindo o líder da JSD, terão retorquido: "Nossos? Também são os seus!". Pois. Eis a eterna leveza dos Jotas que não lhes permite perceber que não, Vitor Gaspar não tem eleitores. Afinal, as universidades de verão ensinam pouco ou ensinam mal...
3 comentários:
Acho que o Passos Coelho deve fazer o PSD votar a favor da moção de censura. Há demasiada gente a precisar de levar um banho de realidade para perceberem que o país em que pensam que vivem já não existe. JSD? Universidades de Verão? Quê?
A moção de censura tem ímplicita a apresentação de uma alternativa que nesta não há.
na CP os 'jotas' eram os vagons de mercadoria
fechados para esta não cair e umas fendas para arejar
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