Mais uma vez o Partido Socialista, agora através de Ferro Rodrigues em resposta a Inquérito no Parlamento sobre as PPPs das SCUTs e
Auto-Estradas, se mostra incapaz de reconhecer qualquer erro.
O modelo adoptado “foi resposta às necessidades do país”.
“...As decisões foram tomadas com consciência,
com determinação e pragmatismo e com a ideia que eram as melhores decisões para
o país”.
"...Vários estudos, até
internacionais, sobre o efeito multiplicador para a economia portuguesa de se
avançar com projectos de auto-estrada que de outra forma demorariam vários anos”
“…Teria sido uma
irresponsabilidade política não ter assinado…"
"…Estávamos numa
fase em que não era preciso ser sonhador para perceber que o investimento,
através de PPP, era correcto e bom para o país”
A gravidade das palavras de Ferro Rodrigues não está
apenas no facto de ser uma das principais figuras do PS; a gravidade resulta de
que não reconhecer erros é caminho andado para cometê-los segunda e terceira
vez.
Claro que a desculpa logo veio na ponta da língua: “nem nós nem ninguém previu o terramoto
financeiro a partir de 2007 que teve influência em tudo isto”.
Terramoto financeiro nas
auto-estradas em que nunca houve tráfego que as justificasse, algumas com terceiras
vias construídas, quando o suficiente seria uma boa via rápida?
E a alusão ao efeito multiplicador, só por profunda ironia, grosseira e de mau gosto. Existisse
esse efeito multiplicador e Portugal seria um país avançado, já que tem o maior
número relativo de quilómetros de auto-estradas na Europa. Ferro Rodrigues
esquece que o efeito multiplicador da inutilidade pública é apenas mais gastos
e impostos. E estes somos nóa a pagá-los.
5 comentários:
Perante o facto óbvio que nem o estado tem dinheiro para pagar as autoestradas nem o povo precisa delas, não as utilisando. Um desperdício de uma dimensão correspondente à miserável situação do país.
Caro Pinho Cardão,
Temos um PS que é despesista/estatista e temos um PSD que é neoliberal/estatista.
Estamos tramados !
Aberrante. Numa palavra, aberrante. Tanto na quantidade de autoestradas como ter-se usado não apenas PPP para tudo como o mesmo modelo de PPP para tudo. Foi literalmente Chapa 5.
As PPP podem revestir-se de milhentas formas. Em Portugal o erro foi terem-se usado para tudo e sempre com chapa 5 e segue
sem adequar os modelos a cada contexto. Para além dos problemas financeiros o grande problema criado e de maior alcance foi que agora deita-se fora menino, água de banho e nem o patinho de borracha escapa quando as PPP, se usadas adequadamente, são uma excelente forma de financiamento de
infra-estruturas.
É incrivel como alguém do PS pode vir defender tamanha loucura.
Se "...As decisões foram tomadas com consciência..." porque não um processo judicial por utilização indevida de dinheiros públicos?
A falta que nos faz meter dois ou três atrás das grades....
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