Com o título “Demita-os, Dr. Correia de Campos…”, referi no 4R, há dois dias, o facto de o Ministro da Saúde ter exarado um Despacho em que proibia as administrações hospitalares de praticar gastos ostentatórios e desnecessários, como a “ aquisição de novas viaturas para uso pessoal da administração, mudança de mobiliário ou aquisição de dispendiosos elementos decorativos, para dar apenas alguns exemplos…”, como refere o despacho.
Sustentei que, em vez de proibir, o despacho devia demitir as administrações que praticam tais gastos desnecessários.
Mas, segundo hoje li no Diário de Notícias, o despacho é bem mais suave, por um lado, ao mesmo tempo que, também ele, contraditório com os bons princípios de gestão.
Mais suave, porque só se aplica “até ao final do ano corrente…”.
Contraditório com uma boa gestão, porque o seu conteúdo é justificado com o “ esforço que a todos é exigido para o equilíbrio das contas públicas…”.
Isto é, incorrer em gastos ostentatórios e desnecessários não contende com os bons princípios de gestão, só é um mal meramente conjuntural face ao desequilíbrio das contas públicas; e tanto é assim que já não é proibido praticar tais gastos no próximo ano, o que significa, caso neles se incorra, boa gestão!...
Estamos pois conversados quanto à filosofia de gestão e objectivos do despacho!...
Sustentei que, em vez de proibir, o despacho devia demitir as administrações que praticam tais gastos desnecessários.
Mas, segundo hoje li no Diário de Notícias, o despacho é bem mais suave, por um lado, ao mesmo tempo que, também ele, contraditório com os bons princípios de gestão.
Mais suave, porque só se aplica “até ao final do ano corrente…”.
Contraditório com uma boa gestão, porque o seu conteúdo é justificado com o “ esforço que a todos é exigido para o equilíbrio das contas públicas…”.
Isto é, incorrer em gastos ostentatórios e desnecessários não contende com os bons princípios de gestão, só é um mal meramente conjuntural face ao desequilíbrio das contas públicas; e tanto é assim que já não é proibido praticar tais gastos no próximo ano, o que significa, caso neles se incorra, boa gestão!...
Estamos pois conversados quanto à filosofia de gestão e objectivos do despacho!...
Obviamente que não ponho em causa as boas intenções do Ministro...mas de boas intenções, sem conteúdo ...
4 comentários:
Incrível...
Eu tenho boa impressão do Ministro da Saúde. Foi contra o lobby das Farmácias. Gostava era de vir a saber o resultado dessas medidas, quanto é que o Estado poupou, se o consumidor ficou a ganhar, já vai algum tempo que não ouço nada sobre essa matéria.
Quanto ao assunto,acho que o ministro não os demitiu, senão, como alguém disse que era legal, o Estado ainda tinha que pagar uma indemnização pelo término do contrato. Alías, é norma em empresas públicas depois das eleições legislativas, actualizarem o parque automóvel, consoante os gostos dos novos executivos. É uma vergonha e deviam mudar isso. Não basta dar-lhes um puxão de orelhas com um despacho cautelar, mas evitar que isso aconteça nos próximos tempos.
Podia-se fazer como no UK, onde há uma agência responsável pela aquisição e manutenção da frota automóvel do governo, extendendo a sua competência para as empresas que prestam serviços públicos. Será isto legal?
Caro pInho Cardão
Enquanto não exitir legislação que puna com pena, efectiva, de cadeia o abuso dos bens das sociedades,(mas numa interpretação muito ampla) não vale a pena, aliás, se não comprarem o veículo serão sempre tomados como parvos.
Cumprimentos
Adriano Volframista
Coitados dos administradores honestos, competentes e rigorosos...
Paga tudo pela mesma tabela...
Nada melhor do que exigir uma gestão profissional e empresarial, para depois passar um atestado de menoridade aos dirigentes.
Se houvesse integridade e justeza os prevaricadores já tinham sido mandados às malvas, com uma carta de agradecimento pelos “bons” serviços prestados. Assim, o fumo empesta todos por igual e não se consegue discernir a raiz do mal. O Sr. Ministro, entretanto, vai parecendo uma espécie de D. Quixote, mas sem a comicidade do original, o que torna tudo mais deplorável.
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