Quando passo os olhos nos títulos dos jornais, lembro-me muitas vezes do rigor com que a minha professora de português analisava a colocação das palavras em cada frase, obrigando-nos a tentar vezes sem conta até o sentido sair escorreito e directo. Para ilustrar como o assunto era importante, começava a imitar um vendedor ambulante: “ -Quem quer chapéus para meninos de palha, quem quer???” É claro, dizia ela, não devia vender nenhum!
Hoje pensei encontrar mais “um menino de palha” quando li, no DN “Dono de cão perigoso morde polícia na Cova da Moura” mas desta vez enganei-me. Não era um erro.
Hoje pensei encontrar mais “um menino de palha” quando li, no DN “Dono de cão perigoso morde polícia na Cova da Moura” mas desta vez enganei-me. Não era um erro.
A notícia contava que um homem ia com um cão, sem trela nem açaime (o cão, não o homem, até já estou baralhada) os polícias pediram-lhe os documentos (do cão, não do homem!) e o homem mordeu-lhes (não o cão, o homem). Na refrega que se seguiu, o homem ameaçou atacar os polícias com o cão que, aproveitando a confusão, fugiu para parte incerta (o cão, não o homem).
Fim da história: os polícias receberam tratamento hospitalar (por causa do homem e não do cão), o cão fugiu da polícia (não do dono) e o dono, que passeava o cão, ficou preso por morder os polícias…
Fim da história: os polícias receberam tratamento hospitalar (por causa do homem e não do cão), o cão fugiu da polícia (não do dono) e o dono, que passeava o cão, ficou preso por morder os polícias…
Convenhamos que era difícil ordenar esta frase-título com algum sentido!
Às vezes tenho saudades do tempo em que os exemplos absurdos ainda faziam rir…
Às vezes tenho saudades do tempo em que os exemplos absurdos ainda faziam rir…
5 comentários:
Cara Suzana:
Não, há aí uma pequena falha de interpretação: é que o cão não fugiu da polícia, mas do dono, que o mordia.E enquanto este se entretinha a morder o polícia, o cão inteligentemente fez uma retirada estratégica...
O cão despareceu, Pinho Cardão, não podemos assim tirar a limpo a sua versão dos factos (dele, cão), mas admito que tenha concluído que era de fugir de todos...
Também li essa! Parece que o cão se econtra agora "a monte".
Não era um cão-polícia?! Que cãofusão...
Suzana
Mas que belo trocadilho! Refiro-me ao seu.
Acho que deviam ter ido ambos dentro! Será que estou certa? Certo é que o cão não era nada parvo...
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