Foi sempre para mim um mistério a razão que leva o homem público a rir-se de quem mais o ridiculariza.
Não, não é uma afirmação de superioridade como alguns dirão. É antes a rendição perante o sentimento geral que idolatra o cómico por desprezar o político.
João César das Neves opina sobre o preocupante fenómeno na edição de hoje do DN.
Não, não é uma afirmação de superioridade como alguns dirão. É antes a rendição perante o sentimento geral que idolatra o cómico por desprezar o político.
João César das Neves opina sobre o preocupante fenómeno na edição de hoje do DN.
5 comentários:
Talvez seja por impotência... tipo... não os consigo vencer, (porque eles têm matéria para gozo)junto-me a eles.
Ou então como remota hipotese... é a única altura em que o homem público percebe que é um mero número, tal e qual a restante amálgama.
Vá-se lá entender porque motivo uma mente, resolve rir-se do vazio das suas próprias atitudes e não retirar delas a lição necessária para emendar o que deve ser emendado?
Ri-se e idolatra o humorista, não por convicção,longe disso, porque não o aprecia, mas apenas e só porque pensa que ganha juntando-se à gargalhada geral...por vezes bem alarve.
O artigo de JCN é excelente!...
Excelente artigo e comentário certeiro. "O ridículo mata", lá diz o povo, e é muito mais popular ridicularizar que contestar ou criticar, talvez porque pareça mais inocente despertar o riso do que a revolta. Por isso havia os bobos, que gozavam de uma grande liberdade de expressão porque "antecipavam" as críticas, era como que um aviso do poder "eu sei muito bem o que dizem e pensam de mim", as Revistas, em Portugal, também fizeram a sua história muito pr causa disso, era uma forma "tolerada" de deixar que se expressasse a crítica.Hoje, de facto, é como diz o artigo, o post, e os comentadores...
Bem...Que é muito mais fácil gozar com o que é feito que fazer, isso não tenho a menor dúvida e é relativamente óbvio. Mas rir do que é feito é, para nós portugueses, a alternativa a matar. Há realmente povos que não se riem dos seus políticos, quando não acham graça ao que fazem, matam-nos. E isto parece-me muito pior (para os políticos, para nós não sei) que rir. Aliás, muito do que é o 4-R é exactamente rir daquilo que, afinal, até não tem muita graça, mas acaba por ser a única solução de tão absurda que é a situação em causa.
Vejamos o post de Pinho Cardão relativamente ao Dr. Eng. boy do PS. Rir? Matar? Prender? Podemos condenar o riso sobre os actos políticos, mas devemo-nos lembrar que há uma substituição a fazer. Qual sugerem?
Por mim, enquanto houver bobos não há rambos...
A questão não é essa meu caro Tonibler. Concerteza que tem de existir crítica,era o que mais faltava se não houvesse. Apesar de tudo há críticas e críticas, e mesmo a ironia e a piada têm limites. Porém, o que o artigo de JCN abordava é este autêntico fenómeno de o primeiro a rir ser o político que é, muitas vezes, infamememte ridicularizado.
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