Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dois Governos - e que grande contraste!

1. É notícia de destaque na edição de hoje do F. Times a revisão, em forte baixa, da previsão oficial da queda do PIB na Alemanha para o corrente ano: dos anteriores -2,25% para -6%!
2. Trata-se de previsão do próprio Governo, em linha com as previsões dos 4 principais institutos de previsão económica do País e mais pessimista do que a maioria das previsões de entidades privadas...
3. O Ministro da Economia alemão, Guttenberg, referindo-se a estas previsões disse, simplesmente: “Enfrentamos uma crise de confiança...precisamos de repor essa confiança e isso requer uma análise honesta e clara da situação...”.
4. Entretanto, face a esta nova previsão, o Ministro das Finanças, Steinbruck, prepara-se para apresentar em breve a 3ª proposta de revisão do Orçamento (seria o 3º Orçamento Rectificativo cá do sítio) para 2009, com menos receitas e maior défice...provavelmente da ordem de 7% do PIB ou mais...
5. Convém não esquecer que a Alemanha terá eleições legislativas em Setembro deste ano...
6. Que diferença abissal para o optimismo “pacóvio” cá do burgo, pensava para os meus botões enquanto lia esta notícia...
7. Há dois dias até já alguém, de opinião tida por autorizada, se lembrou de sugerir, sendo certo que um Orçamento Rectificativo é inevitável, que a melhor solução será o Governo só o apresentar lá para o final do ano...dá tanto jeito...
8. Magnífica ideia esta de apresentar a proposta de Orçamento no final do ano...genial mesmo, pois assim se evitam muitas incertezas e o Governo pode gastar à vontade sem estar sujeito à maçada de ter de respeitar limites de despesa...
9. Será quiçá o momento de a Assembleia da República ponderar alteração da Lei de Enquadramento Orçamental (Lei nº 91/2001) no sentido de o Governo ficar autorizado a apresentar a proposta de Orçamento do ano N até 31 de Dezembro do próprio ano N...
10. O futuro está tão incerto...para quê fazer previsões para o futuro se podemos fazê-las apenas para o passado e mesmo assim com algum risco?
11. Passaríamos deste modo a adoptar em matéria orçamental o famoso princípio do ex-futebolista (FCP) João Pinto: “Prognósticos...só no fim”.

3 comentários:

Mário de Jesus disse...

Caro Dr. Tavares Moreira

Concordo com o raciocínio. Para retomar o caminho do crescimento é, acima de tudo, necessário retomar níveis de confiança hoje perdidos.

Confiança nas instituições, no mercado, nas empresas e restantes agentes económicos, nas leis, nas normas e nos comportamentos de quem dirige.

Mais vale a dureza da verdade do que a ilusão do engano.

Manuel Brás disse...

I Parte

O pacóvio optimismo
do discurso socialista,
faz adensar o pessimismo
e a desconfiança miserabilista.

Sem análises honestas
e previsões realistas,
estas políticas funestas
são nefastas e irrealistas.

II Parte

O desnorte é patente
neste (des)Governo sem pudor,
deixa qualquer um descontente
agudizando a sua dor!

Sem bússola e sem prumo,
à deriva navegando,
o socialismo de áspero grumo
passa a vida engasgando!

Nesta terra de navegadores
com os seus espíritos destemidos,
temos políticos fustigadores
deixando os mexilhões espremidos!

Tavares Moreira disse...

Caro Mario de Jesus,

"Mais vale a dureza da verdade do que a ilusão do engano..." é bem verdade, bela conclusão, mas pelos vistos por cá continua a preferir-se a ilusão, mais ilusão, sempre a ilusão...

Caro Manuel Brás,

Mais um exercício valoroso de poesia de intervenção, marcando bem o seu inconformismo face à "ilusão do engano", oficialmente promovida, em que permanecemos mergulhados!