O Expresso publicou no último fim de semana uma reportagem que relata o negócio da venda de teses de mestrado e no qual é passada a mensagem de que se trata de um negócio próspero.
Os vendedores são recém-licenciados e os clientes são alunos universitários. Segundo a reportagem, os recém-licenciados estão desempregados e prestam serviços de “apoio” à realização de diversos trabalhos académicos, de acordo com a vontade dos alunos, à medida “da exigência e do empenho” que lhes é imposto, variando o preço cobrado em função do tempo dispendido. A compra de uma tese pode ascender a 1.500 euros. Parece que a qualidade do trabalho, que estará nas mãos das capacidades e virtudes do recém-licenciado prestador do serviço, não influencia o preço final. Sobre esta questão não são fornecidos detalhes. O importante é a entrega da encomenda de acordo com as especificações estabelecidas pelo mestrando.
A situação descrita merece reflexão e uma intervenção vigorosa por parte das universidades e dos professores para acabar com esta imoralidade. A lei não recrimina estas práticas, a não ser nos casos em que se comprova que o trabalho ou a tese foram plagiados.
Embora não sendo ilegal, é eticamente reprovável este tipo de condutas e, portanto, devem ser objecto de sanções disciplinares suficientemente castigadoras.
Estão muito mal os alunos por não cumprirem com os seus deveres de estudantes e pretenderem enganar as escolas e os professores com atitudes desonestas. As universidades não podem deixar de exigir dos alunos trabalho e esforço de estudo. É mesmo a única via para garantir que há aprendizagem e verdadeira transmissão de conhecimento. A tarefa de aprender e o saber não se compram, dependem única e exclusivamente da atitude pessoal e da capacidade de apreender e processar o conhecimento.
O contrário é subverter por completo o conceito de aprendizagem e contribuir para a formação “deformada” dos jovens, assente em hábitos de facilitismo e na desvalorização de valores fundamentais como o trabalho, o esforço, a honestidade e a responsabilidade.
Acresce que um tal sistema incentiva a mediocridade, penalizando os alunos que efectivamente se empenham em estudar e provar o nível de conhecimento adquirido.
Há sempre quem por preguiça, falta de tempo ou incapacidade esteja disposto a comprar o trabalho, como explica uma recém-licenciada, citada na reportagem, que vende trabalhos académicos. Que acrescenta que não se pode queixar de falta de procura porque todas as semanas faz em média dois trabalhos académicos e também ajuda na realização de teses de mestrado.
Com este tipo de mentalidade o mercado de venda de teses está para ficar e só vai mesmo parar, se não me engano, se os alunos forem adequadamente orientados e avaliados pelos professores e correctamente sancionados sempre que forem apanhados...
Os vendedores são recém-licenciados e os clientes são alunos universitários. Segundo a reportagem, os recém-licenciados estão desempregados e prestam serviços de “apoio” à realização de diversos trabalhos académicos, de acordo com a vontade dos alunos, à medida “da exigência e do empenho” que lhes é imposto, variando o preço cobrado em função do tempo dispendido. A compra de uma tese pode ascender a 1.500 euros. Parece que a qualidade do trabalho, que estará nas mãos das capacidades e virtudes do recém-licenciado prestador do serviço, não influencia o preço final. Sobre esta questão não são fornecidos detalhes. O importante é a entrega da encomenda de acordo com as especificações estabelecidas pelo mestrando.
A situação descrita merece reflexão e uma intervenção vigorosa por parte das universidades e dos professores para acabar com esta imoralidade. A lei não recrimina estas práticas, a não ser nos casos em que se comprova que o trabalho ou a tese foram plagiados.
Embora não sendo ilegal, é eticamente reprovável este tipo de condutas e, portanto, devem ser objecto de sanções disciplinares suficientemente castigadoras.
Estão muito mal os alunos por não cumprirem com os seus deveres de estudantes e pretenderem enganar as escolas e os professores com atitudes desonestas. As universidades não podem deixar de exigir dos alunos trabalho e esforço de estudo. É mesmo a única via para garantir que há aprendizagem e verdadeira transmissão de conhecimento. A tarefa de aprender e o saber não se compram, dependem única e exclusivamente da atitude pessoal e da capacidade de apreender e processar o conhecimento.
O contrário é subverter por completo o conceito de aprendizagem e contribuir para a formação “deformada” dos jovens, assente em hábitos de facilitismo e na desvalorização de valores fundamentais como o trabalho, o esforço, a honestidade e a responsabilidade.
Acresce que um tal sistema incentiva a mediocridade, penalizando os alunos que efectivamente se empenham em estudar e provar o nível de conhecimento adquirido.
Há sempre quem por preguiça, falta de tempo ou incapacidade esteja disposto a comprar o trabalho, como explica uma recém-licenciada, citada na reportagem, que vende trabalhos académicos. Que acrescenta que não se pode queixar de falta de procura porque todas as semanas faz em média dois trabalhos académicos e também ajuda na realização de teses de mestrado.
Com este tipo de mentalidade o mercado de venda de teses está para ficar e só vai mesmo parar, se não me engano, se os alunos forem adequadamente orientados e avaliados pelos professores e correctamente sancionados sempre que forem apanhados...
4 comentários:
O problema é que se fala disto há séculos mas depois ninguém denuncia nada para que se possa actuar. Deve ser da brandura dos costumes.
Só agora? A situação de trabalhos e de teses realizadas por terceiros é algo que existe desde a revolução marxista-leninista no ensino não superior (Veiga Simão, depois Roberto Carneiro com a famosa PGA, reforçada depois por Ana Benavente e cimentada agora por Maria de Lurdes Rodrigues) :)
Quando os alunos se habituam durante 12 anos a conquistar resultados fantásticos sem grande esforço porque deveriam passar a trabalhar para obter resultados no ensino superior?
Há décadas que os professores do ensino secundário têm avisado... e os resultados dos avisos são as habituais expressões populistas que "têm muitas férias", "passam pouco tempo na escola", "ganham muito", "não fazem nada", "não ensinam como deve ser", "não se dão ao respeito", etc., etc....!
E assim vamos empobrecendo, cantando e rindo como se nada fosse connosco.
Concordo e subscrevo tudo o que os comentadores anteriores (Da Serra;Blondewithaphd;Fartinho da Silva)dizem e acrescento:
tudo isto acontece porque se continuam a sobrevalorizar mestrados e doutoramentos que nada acrescem às nossas necessidades para o progresso. Ponham os pés em terra e valorize-se o que realmente, no contexto actual, nos é útil e necessário.
E lá vamos...
Caros Comentadores
Para além da negligência, imoralidade e facilitismo que encontramos no "negócio" denunciado e dos "brandos costumes" que o Caro Blondewithaphd muito bem assinalou, podemos também questionar a utilidade económica e social da "catedral" de doutorados que o País está a construir!
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