Mao não está esquecido, mas está perfeitamente ignorado. Quando muito, e segundo as palavras de alguém com quem falei, Mao ainda é por muitos respeitado, mas não é amado.
Acabaram-se os cartazes que antes inundavam todos os espaços, no exercício de um dos mais grosseiros cultos de personalidade. Cartaz com Mao, apenas vi um, na Praça Tien-Amen, à entrada da Cidade Proíbida, em Pequim. E da actual “nomenklatura” política não vi nenhum.
A China vem construindo o seu modelo que apelidou de “socialismo de mercado”, que sintetiza os dois pilares fundamentais do regime: comunismo e mercado. Ideologicamente, os princípios são os do comunismo e a China só admite um partido, o Partido Comunista. Mas, perante o fracasso do velho comunismo, a China reinventou o modelo, e a “a exploração do homem pelo homem” passou a ser condição da implantação do novo comunismo.
Pareceu-me que poucos sectores estão vedados à iniciativa privada. A Bolsa de Shangai transacciona uma enorme variedade de títulos, para além de novos produtos financeiros, derivativos e produtos estruturados, multiplicando-se as joint ventures entre o Estado e empresas privadas.
Pela leitura dos jornais chineses de língua inglesa, particularmente do China Daily, julgaríamos estar em qualquer país capitalista ocidental.
Com uma enorme diferença. É que me pareceu muito vincada a indiferença perante os trabalhadores atingidos pelas vicissitudes do mercado. Segundo li, as indemnizações aos trabalhadores em curso de despedimento numa grande empresa industrial andavam à volta de 100 euros por ano trabalho, valor exíguo, mesmo para padrões chineses, o que levou à greve. O Partido Comunista, já não sei se local ou provincial, limitou-se a referir, em comunicado, que, para o futuro, as reestruturações empresariais deveriam merecer o consenso dos trabalhadores...
Acabaram-se os cartazes que antes inundavam todos os espaços, no exercício de um dos mais grosseiros cultos de personalidade. Cartaz com Mao, apenas vi um, na Praça Tien-Amen, à entrada da Cidade Proíbida, em Pequim. E da actual “nomenklatura” política não vi nenhum.
A China vem construindo o seu modelo que apelidou de “socialismo de mercado”, que sintetiza os dois pilares fundamentais do regime: comunismo e mercado. Ideologicamente, os princípios são os do comunismo e a China só admite um partido, o Partido Comunista. Mas, perante o fracasso do velho comunismo, a China reinventou o modelo, e a “a exploração do homem pelo homem” passou a ser condição da implantação do novo comunismo.
Pareceu-me que poucos sectores estão vedados à iniciativa privada. A Bolsa de Shangai transacciona uma enorme variedade de títulos, para além de novos produtos financeiros, derivativos e produtos estruturados, multiplicando-se as joint ventures entre o Estado e empresas privadas.
Pela leitura dos jornais chineses de língua inglesa, particularmente do China Daily, julgaríamos estar em qualquer país capitalista ocidental.
Com uma enorme diferença. É que me pareceu muito vincada a indiferença perante os trabalhadores atingidos pelas vicissitudes do mercado. Segundo li, as indemnizações aos trabalhadores em curso de despedimento numa grande empresa industrial andavam à volta de 100 euros por ano trabalho, valor exíguo, mesmo para padrões chineses, o que levou à greve. O Partido Comunista, já não sei se local ou provincial, limitou-se a referir, em comunicado, que, para o futuro, as reestruturações empresariais deveriam merecer o consenso dos trabalhadores...
4 comentários:
Caro Dr. Pinho Cardão,
Este primeiro capítulo, dedicado à cultura intensiva do socialismo trangénico (que deverá ter tomado o lugar dos campos de arroz), trouxe-me à memória uma "blague" do incontornável e saudoso Michel Colucci (mais conhecido por Coluche):
"O capitalismo é a exploração do homem pelo homem... o comunismo, é o contrário"!
Rectius: transgénico.
Pois muito bem dito...
Tem muita graça, essa do socialismo transgénico, não conhecia, mas se calhar o conceito também é exportável ou exige deslocalização?
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