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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Não nos tomem por burros chapados!...

No princípio, era o fim da austeridade, a aposta no crescimento, através do consumo, a eliminação imediata da CES,inconstitucional,  o aumento das reformas, o fim imediato do IVA da restauração, a retoma dos vencimentos dos funcionários, o horário das 35 horas e maná a cair dos céus a todo o momento. Promessas vãs ou logo oneradas por novas exigências. Mas ainda ontem ouvi o 1º Ministro a repetir o fim da austeridade.
Tive vergonha. Lembrei-me de uma grande maioria de reformados com aumentos mensais da pensão de muitos poucos euros, aumentos logo ultrapassados pelo acréscimo de impostos sobre a utilização de cartões de débito e de crédito (sim, os reformados também usam cartão), pelo acréscimo do imposto sobre os combustíveis e o tabaco (sim, muitos reformados têm carro e viajam e até fumam),  e aumento de impostos sobre o consumo de outros bens( os reformados também consomem).
Tive vergonha. Lembrei-me de uma grande maioria de cidadãos trabalhadores do sector privado que, não vendo os salários aumentados, vêm diminuído o seu nível de vida, graças aos novos impostos que lhes são esportulados.
Tive vergonha. Porque também me lembrei que impostos sobre os combustíveis aumentam os custos empresariais, diminuem a competitividade e fomentam o desemprego. 
E tive também vergonha, porque aquela bandeira, a do crescimento do consumo como motor do crescimento foi logo a primeira a ser golpeada por quem a erigiu. 
Eu sei, sempre soube, que a elaboração do orçamento é tarefa árdua e complicada e vai exigir sacrifícios. Mas, tenham vergonha, não nos tomem por burros chapados. Façam tudo o que quiserem, mas não nos venham dizer que a austeridade acabou. Se têm algum resto de dignidade.  

32 comentários:

Asam disse...

Na mesma linha, mas talvez dentro de parêntesis, de acordo com o Dinheiro Vivo

"Missão do FMI arrasa com cenário macro de Centeno"

http://www.msn.com/pt-pt/financas/negocios/miss%c3%a3o-do-fmi-arrasa-com-cen%c3%a1rio-macro-de-centeno/ar-BBp7h5C?ocid=spartanntp

Asam disse...

Caro Pinho Cardão,

"Mas, tenham vergonha, (...) não nos venham dizer que a a austeridade acabou. "

Mas não têm. Quando uma pessoa como o costa chega a pm e se ouve o be a gritar pseudo verdades está tudo dito.

Aliás as máquinas de propaganda desses 2 partidos andam muito ocupadas a falar do passado para não se falar do presente.

Mais, hoje no programa regiões (sobre as regiões) da antena 1, o governo até teve bastante tempo de antena (não é costume o program). Até me pareceu que a locutora ficou atrapalhada por ter tanta informação do governo para passar. Triste! Quando não se sabe governar vive-se na intriga.

Pinho Cardão disse...

É isso mesmo, caro Alberto Sampaio. Aliás, nessa matéria, o princípio de Peter explica quase tudo...

Pedro Almeida disse...

O Orçamento foi aprovado em Conselho de Ministros...mas:

http://economico.sapo.pt/noticias/bruxelas-insiste-sem-medidas-de-950-milhoes-orcamento-e-chumbado_241663.html

Pedro Almeida disse...

Ou melhor, o projeto do Orçamento de Estado.

Pedro Almeida disse...

Atenção a isto:

"Ao contrário do que chegou ontem a ser noticiado nos media nacionais, Bruxelas não deu qualquer tipo de luz verde ao esboço do OE/2016, nem qualquer sinal no sentido de que pode ser aprovado sem a necessidade de medidas adicionais no valor de 950 milhões de euros. O próprio comissário europeu para a Economia, Pierre Moscovici - que, supostamente, teria dado o ‘ok’ a Lisboa -, veio desmentir a informação. “Só para clarificar, as conversas orçamentais com o governo português ainda estão a decorrer. A Comissão vai tomar a sua decisão na sexta-feira”, escreveu na rede social Twitter."

Pedro Almeida disse...

"O Executivo não vai, porém, esperar por Bruxelas. Já enviou medidas no valor de 500 milhões e espera agora que a Comissão faça o resto do percurso, preparando-se para aprovar hoje uma proposta de OE que não inclui os 950 milhões."

Pedro Almeida disse...

"Da capital belga chegam sinais de incredulidade por Lisboa aprovar o documento antes de o prazo das negociações terminar e sem ir ao encontro do exigido. Um alto responsável comunitário sublinha que “ainda nem as medidas de 500 milhões foram avaliadas, para ver se batem certo”, pelo que o Governo se prepara para avançar internamente sem garantia externa. “Qual é a pressa (de Lisboa)?”, questiona."

Asam disse...

Caro Pedro Almeida,
e a resposta é: "governar em roda livre"
contas fazem-se no fim ...

Pedro Almeida disse...

Portugal está preso pelo fio da notação da DBRS...Se a proposta de Orçamento for rejeitada e a DBRS rebaixar a nota do país, deixa de ser possível o financiamento do BCE. Nesse caso, a caminho de um novo resgate...Sócrates foi para Paris. Para onde irá o António Costa?

Lamas disse...


Lá diz o povo: "Quem não tem vergonha, todo o mundo é seu". O OE2016 é uma ficção martelada. Ainda por cima, não vejo uma única medida do lado da despesa em acabar, ou pelo menos diminuir, a catrefada de institutos, agências, fundações e quejandas que nos sorvem até ao tutano. E mais. Não haverá nenhuma ideiazinha para reduzir também os gastos com a administração autárquica, reduzindo freguesias e porque não, também câmaras municipais?
É que é sempre para o mesmo lado. Mais receita até que " a galinha morra".
Já chega.











Carlos Sério disse...

De uma coisa a direita não pode escusar-se – a sua responsabilidade no aumento suplementar de impostos a que o governo de António Costa se viu obrigado a incluir no Orçamento.
O empenho frenético e obsessivo que a direita e os seus apoiantes têm manifestado em desacreditar o Orçamento de um governo que se tem esforçado junto de Bruxelas por torná-lo menos austero para com a maioria dos portugueses, é uma odiosa manifestação da acesa luta ideológica e partidária que vem mantendo contra o governo de esquerda. Chegam ao ponto de ir a Bruxelas pedir o chumbo do Orçamento, criando dificuldades acrescidas às negociações do governo. É um comportamento indigno, odioso e miserável e que custou já um aumento de austeridade do que o esboço do Orçamento inicialmente se propunha.
Os portugueses ficam a dever à direita esta dose superior de austeridade. O aumento suplementar nos combustíveis e um menor crescimento (menor valor do PIB).

Pedro Almeida disse...

Carlos Sério,

Está a perder o gás...Esse é um comentário repetido, além de saber que o conteúdo não é verdadeiro. Se o DRAFT do Orçamento não apresentasse problemas, quer o Conselho de Finanças Públicas, quer a UTAO não teriam feito as críticas que fizeram.

Pedro Almeida disse...

Portanto, existiram, sim, problemas factuais, por mais que isso, no fundo, lhe doa! Isto para além do facto de que TAMBÉM o PS aprovou o Tratado Orçamental e, portanto, as suas regras e compromissos, ao contrário do PCP, Verdes e BE.

Pedro Almeida disse...

"O Governo terá já conseguido aproximar-se das pretensões da Comissão, apresentando nesta altura um ajustamento do défice estrutural – que desconta o efeito do ciclo económico e de medidas temporárias e ‘one-off’ – em torno de 0,1% do PIB. Um valor que, apesar de representar um progresso significativo face ao ponto de partida – que era um agravamento acima de 0,5% do PIB -, fica ainda aquém dos 0,2% exigidos por Bruxelas.

O Governo entrou para o dia de hoje confiante de que uma décima de diferença era o suficiente para o Orçamento ser aprovado, mas Bruxelas terá dito que não. É que as regras europeias são claras: para que o Orçamento não esteja em “sério incumprimento”, o desvio face às recomendações específicas do Conselho Europeu tem de ser inferior a cinco décimas. Como a recomendação para Portugal é que haja um ajustamento de 0,6% do PIB, a correcção mínima para sair do incumprimento grave é de 0,2% do PIB. E, idealmente, deveria ser mesmo 0,2% do PIB, não 0,18%.

Tudo somado, faltam nesta altura cerca de 200 milhões no Orçamento - um valor que o Jornal de Negócios já avançou na edição de hoje -, para que o mesmo saia do incumprimento grave, passando estar “apenas” em incumprimento – recebendo, assim, luz verde, com reservas."

http://economico.sapo.pt/noticias/bruxelas-e-lisboa-mantem-negociacoes-ainda-faltam-200-milhoes-de-euros_241758.html


Isto tem a ver com cumprimento de regras e contas que batam certo! Não é "Logo se vê e quem vier atrás que feche a porta"!

Anónimo disse...

O que acho engraçado nesta coisa toda do orçamento é que está a gastar-se tanto tempo e tantos rios de tinta numa coisa que é uma ficção. Veremos a ver quanto tempo até ser necessário um orçamento rectificativo e, acima de tudo, dentro de sensivelmente um ano ver-se-á o que é que deste orçamento acabou por bater certo. Muito pouco, certamente.

Pedro Almeida disse...

Eu então acho engraçado o Carlos Sério fazer crer que infelizmente António Costa se viu obrigado a incluir o aumento de impostos na proposta de Orçamento graças à "direita". Mas o próprio António Costa apareceu hoje muito satisfeito fazendo crer que "a página tinha sido virada"...Eles já não sabem o que hão-de dizer...

Paulo Helmich disse...

Mas, Sr. Pinho Cardão, pensei que o senhor já estivesse acostumado com as demagogias das esquerdas, que vendem o paraíso nas campanhas eleitorais e entregam o inferno ao final de seus confusos e populistas governos!!!!

Carlos Sério disse...

Bem pode a inconformada direita liberal radical esbracejar no atoleiro em que se deixou mergulhar, o certo é que, António Costa a “meteu no bolso” e bem lá no fundo.

Pedro Almeida disse...

Se é liberal, como pode ser radical?

"De uma coisa a direita não pode escusar-se – a sua responsabilidade no aumento suplementar de impostos a que o governo de António Costa se viu obrigado a incluir no Orçamento." Mas como se coaduna essa afirmação com a afirmação dele, segundo a qual "a página foi virada"? Então ele "meteu a direita lá bem no fundo, mas a responsabilidade pelo aumento de impostos é dela?

Ó Carlos Sério, quanto mais escreve, mais se enrola...

Pedro Almeida disse...

Mas essas enrolações ainda são o menos. Daqui a uns meses conversamos sobre o Governo...

Carlos Sério disse...

O destempero emocional no confronto de ideias é a reacção própria de uma direita radical quando desafiada a sua dominação.

Pedro Almeida disse...

Ó Carlos Sério, não há aqui destempero nenhum. O meu amigo foi ofendido, ferido na sua honra? Constato que não, como constato também que não respondeu (e é livre nas suas opções) aos questionamentos que formulei.

Anónimo disse...

Interessante notícia que publica hoje o jornal ABC:

http://www.abc.es/internacional/abci-costa-amenazo-bruselas-para-conseguir-verde-presupuesto-portugues-201602060224_noticia.html

A ser verdade não será de admirar que mais adiante a brincadeirinha seja paga com lingua de palmo.

Carlos Sério disse...

A “brincadeirinha”

“Em termos formais e políticos, o Governo português ganhou”. E porquê? “Chega a um OE que tem o cuidado de apresentar contas equilibradas, ao mesmo tempo, não tendo de abdicar das medidas” que lhe poderiam custar o apoio dos partidos seus parceiros na Assembleia.

Sendo necessários mais impostos, a comentadora da TVI defendeu ainda a opção pelos impostos indirectos, aqueles “a que se pode fugir”, não fazendo as despesas que lhes estão associadas, ao contrário do que acontece com o IVA ou com o IRS. No caso dos impostos indirectos, disse “pagam todos, mesmo os turistas”, sendo que os impostos que incidem nos produtos importados têm também “um efeito benéfico na balança comercial”.

“Não posso ficar a chorar pela banca. As pessoas também estavam numa situação frágil e tiveram de suportar cortes nos salários, nas reformas e aguentar o aumento dos impostos...”

Manuela Ferreira Leite
Ouçam pelo menos, as palavras da convidada deste BLOG IV Republica

http://www.noticiasaominuto.com/politica/533292/governo-portugues-sai-beneficiado-desta-negociacao-com-bruxelas

Pedro Almeida disse...

Lá está o meu amigo de novo! Alguém disse aqui que não ouvia ou lia a Drª Ferreira Leite? Superada essa questão, cito-o de novo:

"De uma coisa a direita não pode escusar-se – a sua responsabilidade no aumento suplementar de impostos a que o governo de António Costa se viu obrigado a incluir no Orçamento."

Então em que ficamos?

Pedro Almeida disse...

"Em termos formais e políticos, o Governo português ganhou”. E porquê? “Chega a um OE que tem o cuidado de apresentar contas equilibradas, ao mesmo tempo, não tendo de abdicar das medidas” que lhe poderiam custar o apoio dos partidos seus parceiros na Assembleia."

O meu amigo subscreve essa ideia? Como coaduna isso com aquela sua afirmação, segundo a qual "De uma coisa a direita não pode escusar-se – a sua responsabilidade no aumento suplementar de impostos a que o governo de António Costa se viu obrigado a incluir no Orçamento"?

Eu faço estes questionamentos porque sinceramente ainda não entendi o motivo da sua contradição...

Pedro Almeida disse...

PONTO DE SITUAÇÃO: Resumo das principais medidas do OE

(partilhem, divulguem, por aqui se fica a saber da verdadeira extensão da austeridade e do agravamento da carga fiscal)

Fica claro que este Orçamento, é mesmo um virar de página na "austeridade", e que coloca mais rendimento disponível nas mãos do povo português.

Senão vejamos!!!, Exceptuando o:

1) aumento do imposto de selo sobre comissões cobradas aos comerciantes
2) o aumento do imposto cobrado aos sócios de uma empresa sob título de remuneração de suprimentos (que resultam de empréstimos dos sócios à própria empresa)
3) o aumento do imposto de selo agravado para crédito ao consumo.
4) o aumento do imposto sobre os produtos petrolíferos.
5) o aumento do imposto sobre o tabaco.
6) o aumento do imposto sobre as bebidas alcoolicas
7) o aumento do imposto sobre veículos.
8) o aumento da contribuição sobre o sector bancário, que irão agravar os custos cobrados aos clientes.
9) o aumento dos impostos sobre transportes de produtos agrícolas.
10) o aumento de impostos sobre os alugueres de máquinas e equipamentos agrícolas.
11) o aumento do IRS para os casais com filhos.
12) o aumentos de impostos sobre os pães de leite e pão de tostas.
13) o aumentos do Imposto de Circulação.
14) o aumento do IMI para todos os imóveis que estejam a ser utilizados para industria, comércio e serviços.
15) o aumento dos custos salariais para as empresas.
16) o aumento dos custos de produção com os 4 feriados adicionais.
17) o prejuízo na economia de quase 3 mil milhões de euros que irão custar esses 4 feriados adicionais.
18) o bloqueio da promessa da redução da TSU para salários até 600 euros.
19) o bloqueio do processo da redução do IRC.
20) os aumentos dos juros da dívida pública que anteriormente, no prazo a 10 anos andavam nos 2% e agora já passaram os 3% (um agravamento de 50% em menos de 2 meses).
21) o aumento dos impostos sobre viaturas eléctricas.
22) os aumentos dos custos com horas extraordinárias no sector público.
23) os vergonhosos aumentos inferiores à inflação de 0,4% nas pensões mais baixas, (logo os pensionistas mais pobres irão ter uma diminuição do valor real da pensão).
24) o aumento da factura dos juros do país, a pagar sobre mais 25 mil milhões da dívida pública para os próximos em 4 anos.
tirando para já todos estes aumentos, fica claro que de facto este orçamento, acabou de vez com a austeridade.
E todos estes aumentos e impostos para quê? Para termos todos que pagar os aumentos dos salários dos funcionários públicos que ganham acima de 1500 euros mensais, para pagarmos a redução do seus horário semanal de trabalho para 35 horas, e para pagarmos a eliminação da CES sobre as pensões acima dos 4 mil euros mensais, e para pagarmos a entrega do sector dos transportes públicos, novamente aos sindicatos da CGTP e ao PCP.

E eis claramente e objectivamente, o que é o OE para 2016.

(Distrital do Porto do CDS-PP).

Pedro Almeida disse...

Então a nossa esquerda é a favor da eliminação da CES sobre as pensões acima dos quatro mil euros mensais? E o que dizer dos míseros aumentos das pensões mais baixas?

Pedro Almeida disse...

Deputada Cecília Meireles a respeito do Orçamento (Vídeo)

Link para o vídeo:

https://vimeo.com/154348133

Pedro Almeida disse...

"No orçamento de 2016 há cerca de mil milhões de euros de impostos indirectos que vão levar a um aumento generalizado dos preços. Estes mil milhões de euros serão canalizados para aumentar os salários da função pública e o rendimento de reformados que ganham mais de 4000 euros e para os donos de restaurantes. Haverá, portanto, uma transferência de rendimento do sector dos bens transaccionáveis para o sector dos bens não transaccionáveis, reduzindo os incentivos para participar e investir em actividades produtivas no sector privado. É mais um passo para se voltar ao status quo de 2011."

Vide quadro II.3.6 Medidas Orçamentais em 2016 - Contas Nacionais, em:

http://blasfemias.net/2016/02/06/redistribuicao-de-riqueza/

Asam disse...

Como já aqui defendi, os funcionários públicos deviam ser os últimos a beneficiar de aumentos, neste caso reposição de salários. Nem novas contratações, sejam de que tipo forem. Mas até nisso, o governo fraqueja ao contratar tantos assessores e afins para o governo.
É um estado cada vez mais "gordo." Ainda há uma ou duas semanas um ministro (devia ser o da solidariedade) anunciava que iria contratar 900 professores para dar formação para equivalência (novas oportunidades V2.0).
Na rádio o anão e silva exulta a conquista do orçamento. Fica comprovado ser mais um lacaio disfarçado de comentador independente.