Passado pouco mais de um ano, ainda é para mim um mistério como é que os 12 economistas do PS , a maioria doutorados e catedráticos, conseguiram elaborar um Plano Económico tão afastado da realidade, tanto nos pressupostos como na eficácia das medidas para produzir os efeitos pretendidos, entre eles a tal aposta no crescimento e o desenvolvimento do Estado Social.
Nem quero pensar que se disponibilizaram para cumprir uma encomenda, torturando princípios e dados económicos, de forma a obter resultados que servissem o mero desígnio político do ordenante.
E também não quero pensar que tivessem posto de lado toda a sua capacidade crítica, deixando-se hipnotizar, não sei se pelos toscos ou pelos rebuscados power-points que utilizaram.
Sendo moderado, talvez fosse mesmo a aposta na oportunidade de passarem da universidade para o governo ou para deputados, como aconteceu a uns tantos, ou como forma de projecção social ou, num ou noutro caso, talvez, obtenção fácil e adicional de curriculum para doutoramento.
Mas, mais misterioso ainda é que, falhados em absoluto e de forma grosseira os pressupostos macroeconómicos em que se baseava o modelo, continuam a sustentar a validade do plano.
Que um PIB pouco menos que estagnado e um Estado Social cada vez mais depauperado, com escolas sem dinheiro para suportar gastos básicos, atrasos de pagamentos nos hospitais, aumento do tempo de espera para cirurgias, nomeadamente oncológicas, desmentem à saciedade e negam à evidência. E, no fim, suprema contradição em keynesianos assumidos, acabam por sacrificar o investimento público, que tanto defendem, para suprir custos correntes que prodigamente aumentaram.
A dívida pública, onde terminam os erros e começam as dificuldades, essa não pára de aumentar. Grandes economistas...grande geringonça em que nos meteram.
2 comentários:
Acrescento: segundo o Público
"As reclamações contra os hospitais e centros de saúde subiram 63%"
Desgraça total.
"A dívida pública, onde terminam os erros e começam as dificuldades, essa não pára de aumentar". É verdade, mas e ainda mais grave, é o aumento que a taxa de juros da dívida pública vem sofrendo e vai continuar a sofrer. Dívida pública grande é mau, taxa de juro a aumentar é péssimo, dívida pública alta com taxa de juro alta e a subir, ninguém aguenta e é bancarrota pela certa.
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