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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O cresciminto e o investiminto

O Banco de Portugal voltou a cortar as previsões de crescimento do PIB. Em Junho de 2016, a perspectiva era de 1,3%, agora apenas de 1,1%. Todavia, e contra a evidência, o PS e a geringonça continuam a apostar nas suas estimativas de crescimento. Mas eu penso, e parafraseando o Prof. João Duque, que a verdadeira aposta deles foi na eficácia do cresciminto, já que em 2016 o crescimento real da economia foi de 1,6%.
Mas também, e seguindo ainda João Duque, apostaram no investiminto. Contra o que Costa e a geringonça sistematicamente referem, e até no Parlamento, o investimento foi menor nos primeiro e segundo trimestres de 2016 do que no último trimestre de 2015. E se compararmos os 1º e 2º trimestre de 2016 com os períodos homólogos do ano anterior, o investimento voltou a baixar. 
Enfim, novos tempos, estes tempos de cresciminto e de investiminto.

11 comentários:

Carlos Sério disse...

Pelos vistos, ao contrário do antigamente onde “as pessoas estavam piores mas a economia estava melhor” agora “as pessoas estão melhores mas a economia está pior”, mas estará de facto a economia pior?
O governo leva apenas 10 meses de governação e, entretanto, o emprego começou a subir, o défice a diminuir, o desemprego a baixar para apenas referir algumas das melhorias conseguidas nestes 10 meses.

Antes, não se falava em crescimento, só se falava do défice que era preciso alcançar a todo o custo e, privatizava-se e cortavam-se pensões e salários para esse efeito, sem que alguma vez se atingissem as projecções anunciadas e acordadas com a Comissão Europeia. Mas, todos estavam rendidos aos grandes feitos de melhoria do défice e o assunto era falado todos os dias e a todas as horas na comunicação social. Agora, que o défice desce abaixo dos 3%, pela primeira vez em muitos anos, ninguém se interessa por isso. É coisa de somenos. Fala-se do crescimento - depois de Passos Coelho ter ganho a medalha de ser o primeiro-ministro depois do 25 de Abril, a deixar o país como menos crescimento, com menos riqueza, com menos PIB, do que aquele que recebeu no início do seu mandato.

Mas falemos de crescimento. Vejamos o que aconteceu em 2015. Foi simplesmente isto:
“A economia portuguesa cresceu 0,2% nos últimos três meses de 2015, um resultado que confirma o desempenho mais fraco registado na segunda metade do ano passado e que representa o segundo trimestre consecutivo de desempenho mais fraco do que a média da zona euro.
Depois de ter registado nos dois primeiros trimestres do ano (2015) um crescimento do PIB em cadeia de 0,5% e de ter estagnado no terceiro trimestre, a economia portuguesa voltou no quarto trimestre a uma variação positiva. O valor conseguido, de 0,2%, é, contudo, mais moderado do que o apresentado no início do ano. Portugal voltou, tal como já tinha acontecido no terceiro trimestre, a apresentar um desempenho económico que é inferior ao da média dos seus parceiros europeus. De acordo com os dados do Eurostat, a economia da zona euro registou um crescimento em cadeia no quarto trimestre de 2015 de 0,3%, ligeiramente acima dos 0,2% portugueses”.

Significa isto que uma economia a descer em 2015, em rampa inclinada, com uma inércia acentuada, não é previsível que ela possa inverter o seu sentido de um ápice, de um momento para o outro. As novas condições levam o seu tempo a dar frutos. A inversão das políticas tóxicas do governo Coelho/Portas levam o seu tempo a dar frutos. Claro que para a direita radical nada disto interessa. Diz uma coisa hoje, para amanhã afirmar o seu contrário, como acontece com Coelho e Marques Mendes sobre em vídeos que correm por aí, para gozo da populaça, ao falarem tudo e o seu contrário, sobre a taxa do imobiliário e o sigilo fiscal.

https://www.youtube.com/watch?v=C18ePxzLfvs
https://www.youtube.com/watch?v=mqTCnq__JtY
https://www.youtube.com/watch?v=bix3OAIvCoY

Asam disse...

Caro Pinho Cardão,
No final do ano o governo vai dizer que a economia cresceu mais do que a entidade xpto tinha previsto. Enquanto não chega o final do ano, vai tentando apagar da memória dos Portugueses as suas promessas e previsões iniciais.


Asam disse...

Em Portugal há direita radical? É novidade.

Sabia que há esquerda radical que elogia regimes criminosos. E também que há um partido que se aliou a partidos da esquerda radical que elogiam regimes criminosos.
Devem ser todos criminosos.

Pinho Cardão disse...

Houve quem tivesse baixado o défice de 11% do PIB para 3% do PIB, 8 pontos percentuais, e, mesmo assim, tivesse conseguido pôr o país a crescer.
Agora, há quem se vanglorie de baixar o défice de 3% para 2,8% ou 2,5%, talvez nem meio ponto percentual, e, tendo apostado no crescimento, consegue que o país cresça menos do que no ano anterior.
Nada desculpa as reformas estruturais que, antes, não foram feitas; mas, agora, reformas estruturais é matéria proibida.

Asam disse...

Caro Pinho Cardão,

Infelizmente tem razão em tudo!

Pinho Cardão disse...

Muito obrigado, caro Alberto Sampaio. E creia que muito me penaliza ter razão.

Tavares Moreira disse...

Caro Pinho Cardão,

Estes novos conceitos, de cresci-minto e investi-minto têm mesmo piada, e são capazes de fazer render, na arena do debate político, quem sabe.
O Prof. Luís Duque está inspirado.

Carlos Sério disse...

"Houve quem tivesse baixado o défice de 11% do PIB para 3% do PIB, 8 pontos percentuais, e, mesmo assim, tivesse conseguido pôr o país a crescer".

QUEM AUMENTOU MAIS O DÉFICE? SÓCRATES OU COELHO?

Se calcularmos a média do défice dos anos da governação do PPD/PP, 2012, 1013, 1014 e 2015, obtém-se uma média anual do défice de 5,50% do PIB, não muito longe portanto da média do défice de 6,30% do PIB da governação de Sócrates 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010.

NÃO SE PODE ESQUECER:
Que PIB com a coligação PPD/PP regrediu para os níveis de 2003.
Que o rendimento disponível dos portugueses em 2015 é inferior ao do ano 2000.
Que entre 2010 e 2013, o PIB “per capita” português caiu 7%.
Que o nível de vida dos portugueses recuou, em 2013, para valores de 1990.
Que o número de pessoas com emprego não era tão baixo desde 1995.
Que o investimento caiu para níveis que não se registavam desde finais dos anos oitenta.

FOI ESTE O "CRESCIMENTO" DA GOVERNAÇÃO PPD/PP.
GOSTAM?
QUEREM REPETIR A RECEITA?

Tavares Moreira disse...

Caro Pinho Cardão,

Queria dizer João Duque! Mil desculpas!

João Pires da Cruz disse...

Bem, a verdade é que o banco de portugal com 6 meses do ano corrido ainda anda a corrigir o PIB num montante equivalente ao trabalho de 20 mil pessoas. Digamos que estão perfeitamente uns para os outros....

Carlos Sério disse...

AFINAL, QUEM “MINTE”?

“Efectivamente o investimento estrangeiro em Portugal está a aumentar, como diz o ministro. Os números não demonstram nenhuma debandada como teme e tem alertado a oposição. Se os investidores estiverem mesmo a fugir, isso ainda não teve impacto no primeiro semestre deste ano. O teste do algodão são os números do Banco de Portugal, que demonstram que a posição do IED cresceu em comparação com o primeiro semestre de 2015 (2,53%) e ainda mais se comparado com o segundo semestre do mesmo ano (3,5%).”
(observador.pt 04.10.2016)