Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O ilimitado neoliberalismo das esquerdas

Primeiro, o PS apostava no crescimento através do investimento público e criticava o governo por privilegiar o défice em vez da despesa. Depois, PS e geringonça passaram a subir a aposta, através da reposição de rendimentos e do aumento do consumo. Agora, fazem cair o investimento público para os mínimos, para conter o défice, não cumprindo nem o modesto valor orçamentado. E o crescimento é menor que no tempo da austeridade, proeza digna de assinalável referência.
Primeiro, o PS criticava o governo pelo colossal aumento de impostos. Agora, PS e geringonça, subindo e criando novos impostos indirectos para compensar algumas descidas na tributação directa, mais não fazem que manter a carga fiscal que antes tanto condenavam.  
E se antes o PS acusava o governo de neoliberalismo (uma acusação fácil que dá para tudo…), cada vez que aumentava a tributação indirecta, por ser cega e onerar indiscriminadamente ricos e pobres, agora PS e geringonça justificam a opção, que inserem nas suas políticas de esquerda.
Pior, PS e geringonça sujeitam os mais pobres dos pobres, não beneficiados na reposição de rendimentos por não abrangidos na diminuição do IRS, ao pagamento de acrescidos e novos impostos indirectos, a que não podem escapar.
Afinal, esta, sim, uma verdadeira política de esquerda, que normalmente usa os mais pobres como bandeira, mas de quem se esquece para alimentar a festança da caça ao voto junto das classes mais próximas e amigas, com maior poder económico e, assim, reivindicativo.
Nunca vi nada mais parecido, agora sim, com um neoliberalismo sem regras. Excepto as que permitam a manutenção no poder.  

15 comentários:

Carlos Sério disse...

1. “PS e geringonça”
Afinal já retiramos o PS da geringonça. Agora só os outros é que são geringonça.
HÁ PROGRESSOS.

2. “subindo e criando novos impostos indirectos para compensar algumas descidas na tributação directa, MAIS NÃO FAZEM QUE MANTER A CARGA FISCAL que antes tanto condenavam”.
Afinal, admite-se que já não há aumento da carga fiscal.
HÁ PROGRESSOS.

3. “cada vez que aumentava a tributação indirecta, por ser cega e onerar indiscriminadamente ricos e pobres”
Aqui, há um pequenino senão. É que ao contrário do que se diz, a tributação não é “cega”. Ela atingirá apenas aqueles que tenham um património imobiliário acumulado de 600.000 euros e aqueles que gostam de bebidas açucaradas e cerveja.
Tributação cega foi aquela do aumento do IVA dos bens essenciais como a electricidade e água que de 6% passou para 23%.
NÃO HÁ PROGRESSOS, continuamos com a demagogia de sempre.

Congratulamo-nos com os PROGRESSOS.


Pinho Cardão disse...

Oh, céus!...Mais um tiro no pé do Carlos Sérgio. Tenham dó!...
O PS e a geringonça já baixaram o IVA da electricidade? Ainda não dei conta.
E o IVA da água passou para 23%? Quando? E onde?
Tanto barulho para o mal que outros fizeram e mantêm tudo igual. Espantoso!...
Ah, e pobre não tem direito a beber uma laranjada!...
Porca miseria e porca ideologia.

Asam disse...


Esta esquerda precisa desesperadamente de manter uma percentagem razoável de pobres, ou no limiar da pobreza, para poder continuar a agitar as suas bandeiras.

A estratégia passa, também, por conseguir o máximo de subsídio dependência.

Carlos Sério disse...

Caro Pinho Cardão
os seus "argumentos" são cada vez mais inebriantes.
Continue assim que ainda é chamada ao Dragão para acompanhar o míster nas suas lições.

Unknown disse...

Diz o autor do post:

"Pior, PS e geringonça sujeitam os mais pobres dos pobres[...] ao pagamento de acrescidos e novos impostos indirectos, a que não podem escapar."

Quais são os acrescidos e novos impostos indiretos a que os mais pobres dos pobres não podem escapar?

Podiam estas pessoas escapar à descida de 10% no subsídio de desemprego ou no RSI? À diminuição do tempo de desemprego? Ao acréscimo motivado pelo novo cálculo da reforma? À diminuição do subsídio de doença? Ao corte do reembolso de despesas com funerais? Ao aumento desmesurado das rendas criado pela lei do Governo anterior? Ao aumento brutal do IMI?

Repito a pergunta, mas peço respostas sem demagogias: quais são os acrescidos e novos impostos indiretos a que os mais pobres dos pobres não podem escapar?

Asam disse...

Caro Miguel Praxedes,

Talvez devesse colocar essa questão às pessoas que já provocaram 3 bancarrotas. Está na altura de lhes pedir responsabilidades.

Como a austeridade acabou, assim foi decretado pelos governantes e seus apoiantes, agora só havia razões para baixar impostos, para deixar de endividar o País e para não criar novos impostos, taxas ou que lhes quiser chamar. Não saber quais são é preocupante porque têm sido muito comentados.

Ou a austeridade não acabou, ou os governantes e aqueles que os apoiam são mentirosos.


Unknown disse...

Sr. Sampaio,

Agradeço a sua mão cheia de nada.

Nunca ouvi partido nenhum dos que agora sustentam o Governo a prometer que iria baixar impostos. Prometeram, isso sim, e foram unânimes, da esquerda à direita, (embora com timings diferentes), que iriam devolver os rendimentos aos portugueses.

Mas, face às perguntas que coloquei, pelo que expôs, posso chegar a uma de duas conclusões:
1. O senhor não disse porque também não sabe quais são.
2. O senhor não disse porque não existem (reforço a adjetivação utilizada) novos e acrescidos impostos indiretos a que os pobres dos mais pobres não possam escapar.

É que não vejo qual/quais dos impostos indiretos propostos pelo atual governo, os pobres dos mais pobres não possam escapar.

Imagine que eu, que não me encontro entre os pobres dos mais pobres, sinto poder escapar a todos eles.

Por contraposição, ao aumento do IMI eu não pude escapar, à diminuição do valor do subsídio de desemprego as pessoas não puderam escapar, à diminuição do tempo de desemprego as pessoas não puderam escapar, à diminuição do RSI as pessoas não puderam escapar, à taxa sobre os sacos de plástico as pessoas não puderam escapar.

A austeridade não acabou, mas está agora melhor distribuída do o que estava há um ano. E quer saber porquê? Porque o aumento dos impostos indiretos permite-me fazer escolha que o aumento dos impostos diretos não me permite.

Mas, vá lá, nova oportunidade:

Quer alguém fazer a diligência de indicar quais foram os novos e acrescidos impostos indiretos a que os pobres dos mais pobres não podem escapar?

Asam disse...

Caro Miguel Praxedes,

deve ser a única pessoa no País que não ouviu os demagogos da tríade da governação falar no fim da austeridade. Se não ouviu então acredito que também não tenha ouvido falar em mais impostos.

Nova oportunidade:
1. Já pediu responsabilidades a quem levou o País à bancarrota?
2. Como a austeridade acabou, assim foi decretado pelos governantes e seus apoiantes, agora só havia razões para baixar impostos, para deixar de endividar o País e para não criar novos impostos, taxas ou que lhes quiser chamar. Não saber quais são é preocupante porque têm sido muito comentados.

Quanto à sua pergunta, dou-lhe um único exemplo directo, julga que os mais pobres não bebem vinho? Mas há também outras medidas com reflexos nos mais pobres, mas deixo-lhe a si tarefa de pensar nas consequências da má governação.

Dizer que está mais distribuída, só se for a pobreza que é a única coisa que têm feito a não ser que tenha beneficiado da reposição dos salários.






Unknown disse...

As pessoas só bebem vinho porque querem. Dizer que não conseguem escapar é piada de mau gosto... Mas afinal, a montanha pariu um rato: Era só esse o acrescido imposto? E os novos, quais eram?

Asam disse...


Pois é, o governo agora é que decide o que se deve ou não fazer. Faz lembrar os campos de reeducação na china, na união soviética, etc. Para lá caminhamos ...

Mas há também outras medidas com reflexos nos mais pobres, mas deixo-lhe a si tarefa de pensar nas consequências da má governação

Nova oportunidade caro Praxedes:
1. Já pediu responsabilidades a quem levou o País à bancarrota?
2. Como a austeridade acabou, assim foi decretado pelos governantes e seus apoiantes, agora só havia razões para baixar impostos, para deixar de endividar o País e para não criar novos impostos, taxas ou que lhes quiser chamar. Não saber quais são é preocupante porque têm sido muito comentados.

Já agora,

Unknown disse...

Sr. Alberto Sampaio, não é preciso ser economista para saber que a escassez de recursos implica escolhas. E não é preciso ser político para saber que governar também implica escolhas.
Os pobres dos mais pobres, pela posição vulnerável em que se encontram, são dos que menos podem escolher. E não é nos impostos, é mesmo no consumo!
Mas antes poderem escolher beber ou não beber vinho, ou se preferir beber mais ou menos vinho, do que verem cortado o valor do subsídio de desemprego passado 6 meses, verem diminuído o tempo máximo de permanência no subsídio de desemprego, verem reduzido o RSI em 10%, verem reduzidas as indemnizações por caducidade de contratos a termo, verem diminuídas as possibilidades de isenção das taxas moderadoras no SNS, verem o salário mínimo nacional (real!) passar para 419.22 € (através do patrocínio de estágios por este valor), verem aumentar o IVA da Eletricidade, ao pagarem 10 centimos por saco de plástico, etc… Todas estas coisas, sem poderem escolher.
Além do mais, os impostos sobre o consumo não afetam igualmente pobres e ricos. Até porque os mais pobres consomem sempre menos ou produtos de menor valor acrescentado. Mas, da esquerda à direita, cai bem dizer que “o aumento dos impostos indiretos prejudica os mais pobres”, quando se está na oposição e o contrário quando se está no governo.
Ora, obviamente, afetam mais os pobres dos mais pobres pois estes não vêm cortes nos impostos diretos (de 0% não baixa), mas os cortes nas prestações sociais afetam muito mais que os impostos indiretos ao consumo em produtos de luxo.
Por isso, se quiser falar em má governação, fale-me dos tais novos e acrescidos impostos a que nem os pobres dos mais pobres podem fugir. Desses, até agora, ainda não me falou em nenhum (o do vinho não reconheço como impossível de fugir).

Quanto às perguntas, vou finalmente responder-lhe:
1. Não é preciso ser um génio da economia para saber que a Economia Portuguesa não entrou em bancarrota. O que se passou foi que, por motivos de tentativa de paradigma económico (aproveitando o facto de as crises serem excelentes oportunidades para os muito ricos ficarem ainda mais ricos), apareceu uma crise política em Portugal, unindo-se a oposição da esquerda à direita para fazer cair o Governo.
2. Passados 4 anos de um ajustamento brutal, em alguns casos, citando o ex-Primeiro Ministro, “indo para além do preconizado pela Troika”, o país está cada vez mais endividado e a taxa de pobreza disparou.
3. Quanto aos motivos que levaram à vinda da Troika a Portugal, não é necessário ser um génio da economia para entender que tal precedeu do acumulado de deficits sucessivos ao longo dos anos pós 25 de abril. Teve particular incidência no governo de Sócrates? Teve, sem dúvida, mas dizer que foi ele que deixou o país na bancarrota é um erro de julgamento. Ele contribuiu para essa situação como todos antes dele contribuíram. Simplesmente, estava nos cornos do touro quando a bolha rebentou.
4. Pergunta então se já pedi responsabilidades a quem deixou o país na bancarrota. A resposta é um grande, enorme “Sim!”. Desde 2009 que não voto em partidos com assento parlamentar.
5. Aliás, acrescente-se não acredito numa política de cariz partidário. O partidarismo é apenas uma forma de fazer política, assente em satisfação de clientelas, de pessoas que vivem do orçamento para existir e não da discussão de ideias. Na Grécia Clássica, existia democracia, e não existiam partidos políticos.
6. Pelo motivo exposto acima, não me identifico com nenhum dos partidos com representação parlamentar.
7. A austeridade não acabou? Não, mas tem caminhado para mudar de destinatários. O problema não está na existência de austeridade (tão necessária para o cumprimento das metas orçamentais a que estamos obrigados), o problema está em quem pomos a pagar a conta da austeridade.

Unknown disse...

8. E ao contrário do que afirma, as políticas do governo anterior estavam pejadas de corte nas prestações sociais e nos serviços públicos. E as deste governo não.
9. Se, no futuro, vamos todos pagar a conta? Talvez, mas ninguém nos garante que o caminho proposto pela alternativa de quem, por falta de cultura democrática, se afirma “ter ganho as eleições” nos levaria a um futuro mais risonho.

Será um verdadeiro génio aquele que conseguir provar por“a mais b” (não vale recorrer uma bola de cristal!) que medidas que não foram tomadas resultariam melhor que aquelas que têm sido tomadas.

Nota final: escolha beber mais água.

Asam disse...

É realmente um tempo novo, o de tentar enganar.

Um governo do partido socialista leva o País à bancarrota. Outro diz que o País vai crescer imenso e até agora nada.

Como é possível um partido levar um País 3 vezes à bancarrota e haver alguém que apoie com tanto empenho esse governo é que é inexplicável. É preciso estar muito comprometido.

Asam disse...

Já agora gostei muito dessa "apareceu uma crise em Portugal" Isto é que é a verdadeira demagogia.

Também apareceu um Partido que levou Portugal à bancarrota 3 vezes.

Diz que o anterior fez mal, certo. Então como defende por exemplo a continuação dos cortes no ensino superior?

Interessante também é conseguir defender quem é responsável por quem fez tanto mal ao País por 3 vezes. Sim, porque é o que faz, defende-os. Por aí nota-se o seu grau de imparcialidade.

Prefere a sua desgraça a assumir que está errado. São maneiras de ser.

Unknown disse...

Quando depois de tudo o que lhe disse, ao ler a sua resposta me perguntou acerca da continuação nos cortes no ensino superior, disse-me tudo.

Os dados da PORDATA demonstram claramente que, pelo menos desde 1995, que o país acumula deficits ano após ano e confirmam aquilo que eu disse ("Teve particular incidência no governo de Sócrates? Teve, sem dúvida, mas dizer que foi ele que deixou o país na bancarrota é um erro de julgamento. Ele contribuiu para essa situação como todos antes dele contribuíram.")

http://www.pordata.pt/en/Portugal/General+Government+expenditure++revenue+and+net+lending+net+borrowing+(2011)-2784

E eu é que sou o demagogo?

A crise política foi obviamente inventada por uma oposição que tinha interesse em fazer cair o governo: a direita para conquistar o poder (ai que falta faz o dinheiro do Orçamento!), mais à esquerda porque havia eleitores que ambicionavam por medidas fraturantes que os seus eleitores ansiavam e que foram conquistando de lá para cá. A prova disso é que o PEC IV apresentava medidas menos gravosas que o Memorando da Troika, algumas das quais eu enumerei e o senhor nem comentou. E depois diz que eu é que estou comprometido?