Acabo de ter conhecimento da recusa por parte da Câmara Municipal de Palmela em atribuir a medalha de mérito municipal a José Hermano Saraiva. Nem vale a pena comentar as razões subjacentes a esta decisão. São mais do que evidentes. Hermano Saraiva foi ministro da educação do anterior regime. Mas foi, também, um homem culto, dedicado às artes e à história. Muitas pessoas aprenderam com ele. Tinha um condão e uma forma generosa de transmitir conhecimentos, histórias e até historietas. Deu um contributo honesto, sério e profícuo para a cultura portuguesa. Fez muito mais do que alguns que são "premiados" ou distinguidos com medalhas e comendas.
A atribuição de medalhas, a quem as merece, é um sinal de respeito e de gratidão, e um estímulo a todos para que possam ser sempre os melhores entre os melhores. Não tenha nada contra as distinções, exceto se à partida houver alguma desconfiança sobre o caráter e a nobreza do candidato. Em Portugal, pelos vistos, é relativamente comum atribuir distinções a indivíduos que mais valia terem estado quietos, tamanho o mal que nos fizeram. Não necessito de os elencar, senão ainda arriscaria a ter que gastar tinta e conspurcar algumas páginas. Mas é facilmente percetível que o que define o mérito não é apenas o trabalho de uma vida, mas sim outras forças, desleixadas, imprecisas, preconceituosas e, sobretudo, ideológicas ou doutrinárias.
Há vários tipos de poluição, mas agora tenho que acrescentar mais uma a um vasto campo que afeta a saúde de uma comunidade, a "poluição ideológica", que pode não matar o corpo, mas que destrói e aniquila a qualidade e a riqueza de uma alma.
O que é que eu poderia dizer mais sobre este assunto, "medalhas"? Pouco. E sobre os medalhados? Muito, mas mesmo muito. E sobre quem as atribui? O melhor é estar calado, não vá o diabo tentar-me...
Há vários tipos de poluição, mas agora tenho que acrescentar mais uma a um vasto campo que afeta a saúde de uma comunidade, a "poluição ideológica", que pode não matar o corpo, mas que destrói e aniquila a qualidade e a riqueza de uma alma.
O que é que eu poderia dizer mais sobre este assunto, "medalhas"? Pouco. E sobre os medalhados? Muito, mas mesmo muito. E sobre quem as atribui? O melhor é estar calado, não vá o diabo tentar-me...
2 comentários:
Tudo muito português, Professor : inveja mesquinha, bovinidade intelectual e uma estreiteza de vistas que ofende.
O "outro" resumiu-o lapidarmente :"Biblicamente estúpidos".
Enfim, uma imbecilidade, mais uma. Para eles, cultura são umas ditas oficinas de verão, onde qualquer tipo que ouse entrar sai com diploma de mestre cultural. Cultura martelada.
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