Nos últimos três dias, decorreu, em Conimbriga, a EXPOVITA SENIOR cujo programa científico e cultural focou a problemática do envelhecimento (envelhecer com ética, arte de envelhecer, envelhecimento activo e política para o envelhecimento) com a participação de várias personalidades dos diferentes quadrantes do conhecimento.
No final do encontro foram elaboradas várias recomendações e uma declaração de princípios, a Declaração de Conímbriga.
O envelhecimento é um valor, uma verdadeira conquista civilizacional, sinónimo de condição superior da existência humana.
As sociedades actuais do mundo ocidental, nomeadamente a portuguesa, estão cada vez mais envelhecidas, o que constitui um problema para o seu equilíbrio social e económico no futuro. Em 2007, em Portugal, o número de nascimentos foi inferior ao de óbitos com uma diminuição anual superior a 3.000 nascimentos.
À luz do princípio da subsidiariedade, e na medida que se vive em geral mais tempo e com qualidade, é preciso admitir a necessidade de trabalhar até idades mais avançadas, mas de forma plenamente adequada às potencialidades e condicionalismos dos seniores.
Uma das medidas fundamentais para combater o envelhecimento demográfico, e garantir a segurança dos mais velhos, assenta numa estratégia de apoio à natalidade.
A procura do “elixir da juventude”, ancestral aspiração dos seres humanos, está ao alcance de todos através da restrição calórica - alimentação equilibrada com um menor consumo de gorduras e açúcares.
A educação e a cultura são muito importantes para ajudar a encarar o envelhecimento e a morte de uma forma positiva.
Ser-se velho não é uma questão trágica. Antes pelo contrário. Deveríamos seguir os exemplos da antiguidade em que os anciãos eram considerados os depositários da sabedoria. A desdramatização do envelhecimento passa pela educação e pela solidariedade intergeracional.
A situação do idoso é muito diferente consoante as características e os costumes de cada território, o tipo de aglomerado e a classe social. A qualidade de vida do idoso, sobretudo nas idades mais avançadas, depende dos meios de vida, do acesso à saúde e, principalmente, do apoio e do afecto da família e dos amigos ou vizinhança. A implementação de redes de inter-ajuda e de convívio é uma forma de reduzir a solidão, o isolamento e fomentar o voluntariado.
Os meios de entretenimento do idoso, nomeadamente a televisão, devem respeitar a sua dignidade e procurar encontrar formas que os motivem e que mantenham o seu nível cognitivo e de sociabilidade, evitando a infantilização.
A falta de estímulos cognitivos, sociais e de actividade física contribuem para o isolamento e a solidão. O problema da velhice radica, também, na falta de afectos, de solidariedade, de humanismo.
A criação e o desenvolvimento de estruturas culturais, lúdicas, artísticas e desportivas deverão ser acarinhadas a vários níveis desde as Juntas de Freguesias ao Governo, passando pelos lares e universidades da terceira idade.
Os idosos representam um peso cada vez maior no orçamento da saúde e da segurança social. Por estes motivos o Governo, e a sociedade em geral, devem empenhar-se no desenvolvimento da rede nacional de cuidados continuados, no apoio domiciliário e na articulação com os cuidados de saúde.
A permanência do idoso na sua casa é a melhor opção No caso de perder a autonomia a solução será viver no seio da família quando esta disponha dos meios necessários. O recurso aos Lares da Terceira Idade, de qualidade devidamente certificada, dependerá da situação do idoso e da sua família.
Infelizmente, grande parte dos Centros de Dia e Lares de Terceira Idade não dispõem de meios e de recursos humanos qualificados para lidar condignamente com os interesses, necessidades e dignidade dos idosos.
É fundamental que o idoso se mantenha activo, solidário e útil no plano familiar e social, nunca descurando uma participação cívica e política para fazer face à atonia social que se verifica e defender os seus interesses.
Deve ser apoiada a investigação no âmbito das ciências biomédicas e sociais e exigida a educação e a formação profissional, a todos os níveis, na área da gerontologia, e respectivas acreditações.
Atendendo às características da nova população emergente - a velhice dos tempos actuais -, a sociedade deverá ter capacidade para responder aos seus anseios em termos culturais e lúdicos, propiciando o desenvolvimento do lazer e turismo activos.
A sociedade deve olhar para os anciãos como uma mais valia, sinal de desenvolvimento e de riqueza civilizacional.
No final do encontro foram elaboradas várias recomendações e uma declaração de princípios, a Declaração de Conímbriga.
Recomendações da EXPOVITA Sénior
Conímbriga, 27 de Setembro de 2008
Conímbriga, 27 de Setembro de 2008
“A arte de envelhecer é a arte de viver”
(António Arnaut)
(António Arnaut)
O envelhecimento é um valor, uma verdadeira conquista civilizacional, sinónimo de condição superior da existência humana.
As sociedades actuais do mundo ocidental, nomeadamente a portuguesa, estão cada vez mais envelhecidas, o que constitui um problema para o seu equilíbrio social e económico no futuro. Em 2007, em Portugal, o número de nascimentos foi inferior ao de óbitos com uma diminuição anual superior a 3.000 nascimentos.
À luz do princípio da subsidiariedade, e na medida que se vive em geral mais tempo e com qualidade, é preciso admitir a necessidade de trabalhar até idades mais avançadas, mas de forma plenamente adequada às potencialidades e condicionalismos dos seniores.
Uma das medidas fundamentais para combater o envelhecimento demográfico, e garantir a segurança dos mais velhos, assenta numa estratégia de apoio à natalidade.
A procura do “elixir da juventude”, ancestral aspiração dos seres humanos, está ao alcance de todos através da restrição calórica - alimentação equilibrada com um menor consumo de gorduras e açúcares.
A educação e a cultura são muito importantes para ajudar a encarar o envelhecimento e a morte de uma forma positiva.
Ser-se velho não é uma questão trágica. Antes pelo contrário. Deveríamos seguir os exemplos da antiguidade em que os anciãos eram considerados os depositários da sabedoria. A desdramatização do envelhecimento passa pela educação e pela solidariedade intergeracional.
A situação do idoso é muito diferente consoante as características e os costumes de cada território, o tipo de aglomerado e a classe social. A qualidade de vida do idoso, sobretudo nas idades mais avançadas, depende dos meios de vida, do acesso à saúde e, principalmente, do apoio e do afecto da família e dos amigos ou vizinhança. A implementação de redes de inter-ajuda e de convívio é uma forma de reduzir a solidão, o isolamento e fomentar o voluntariado.
Os meios de entretenimento do idoso, nomeadamente a televisão, devem respeitar a sua dignidade e procurar encontrar formas que os motivem e que mantenham o seu nível cognitivo e de sociabilidade, evitando a infantilização.
A falta de estímulos cognitivos, sociais e de actividade física contribuem para o isolamento e a solidão. O problema da velhice radica, também, na falta de afectos, de solidariedade, de humanismo.
A criação e o desenvolvimento de estruturas culturais, lúdicas, artísticas e desportivas deverão ser acarinhadas a vários níveis desde as Juntas de Freguesias ao Governo, passando pelos lares e universidades da terceira idade.
Os idosos representam um peso cada vez maior no orçamento da saúde e da segurança social. Por estes motivos o Governo, e a sociedade em geral, devem empenhar-se no desenvolvimento da rede nacional de cuidados continuados, no apoio domiciliário e na articulação com os cuidados de saúde.
A permanência do idoso na sua casa é a melhor opção No caso de perder a autonomia a solução será viver no seio da família quando esta disponha dos meios necessários. O recurso aos Lares da Terceira Idade, de qualidade devidamente certificada, dependerá da situação do idoso e da sua família.
Infelizmente, grande parte dos Centros de Dia e Lares de Terceira Idade não dispõem de meios e de recursos humanos qualificados para lidar condignamente com os interesses, necessidades e dignidade dos idosos.
É fundamental que o idoso se mantenha activo, solidário e útil no plano familiar e social, nunca descurando uma participação cívica e política para fazer face à atonia social que se verifica e defender os seus interesses.
Deve ser apoiada a investigação no âmbito das ciências biomédicas e sociais e exigida a educação e a formação profissional, a todos os níveis, na área da gerontologia, e respectivas acreditações.
Atendendo às características da nova população emergente - a velhice dos tempos actuais -, a sociedade deverá ter capacidade para responder aos seus anseios em termos culturais e lúdicos, propiciando o desenvolvimento do lazer e turismo activos.
A sociedade deve olhar para os anciãos como uma mais valia, sinal de desenvolvimento e de riqueza civilizacional.
“A primeira obrigação de todos nós é viver bem no dia-a-dia,
com alegria”
(Adília Alarcão)
com alegria”
(Adília Alarcão)
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