A poluição constitui, desde há muito tempo, um dos principais problemas que tem afligido a humanidade. Presentemente, a situação agrava-se a olhos vistos. Todos os esforços para conseguir que determinadas substâncias não ultrapassem determinados valores de “segurança” começam a revelar que são insuficientes, para não falar de actividades criminosas ligadas à produção de determinados produtos.
As crianças que nascem nos dias actuais comportam à nascença mais de uma centena e meia de compostos, muitos deles perigosos, tradutores de uma verdadeira “poluição uterina”. Ainda não viram a luz do Sol e já estão a sofrer os efeitos dos que já cá andam! A culpa não é das mães, naturalmente, já que adoptam as devidas medidas para alimentar e proteger os seus rebentos. A culpa é do que respiram e do que comem.
Muita da investigação que tem sido feita aponta para os riscos que correm as crianças expostas durante as fases mais críticas do seu desenvolvimento. Recentemente, foi demonstrada uma associação entre a “poluição uterina” por compostos organoclorados e um risco acrescido de excesso de peso em crianças, depois de controlados todos os outros factores que lhe estão associados, nomeadamente alimentares e socioeconómicos. Mesmo nos adultos, o risco de sofrer diabetes aumenta quando ocorre exposição aos denominados POPs (poluentes orgânicos persistentes), também conhecidos pelos “doze malditos” e que foram objecto da Convenção de Estocolmo. É muito curioso este achado, porque sendo a diabetes do adulto uma consequência de inadaptação biológica de um organismo face à abundância e sedentarismo, mas que foi indispensável para a sobrevivência da espécie humana nos longos períodos de carência, venha agora demonstrar, mais uma vez, que muitos de nós não estão “preparados” para viver neste estranho e poluente mundo. Assim, os que são diabéticos e os que se preparam para o ser – e são tantos, meu Deus! – têm de se preocupar não só com os seus hábitos alimentares e exercício, mas também com a exposição a poluentes que andam por aí e cujas fontes são as mais variadas, muitas das quais são “menosprezadas” ou “desvalorizadas” por responsáveis políticos e económicos. Mas não chega. Temos que ir mais longe, à barriga da mãe, não para que estes últimos possam mudar de ideias, mas para evitarmos que crianças inocentes sejam vítimas de algo para o qual nunca contribuíram. E a este propósito o que se está a passar na China é paradigmático da violação dos direitos dos seres humanos. Um crime de lesa-majestade, fruto de falta de escrúpulos, de interesses económicos mas também da ausência de vigilância adequada por parte das autoridades, colocando as crianças e os pais numa situação delicada e angustiante. Para quem fez e construiu os últimos Jogos Olímpicos, para quem é tão eficiente em calar e cercear a liberdade das pessoas, melhor fora que protegesse os seus cidadãos e sobretudo as crianças.
As crianças que nascem nos dias actuais comportam à nascença mais de uma centena e meia de compostos, muitos deles perigosos, tradutores de uma verdadeira “poluição uterina”. Ainda não viram a luz do Sol e já estão a sofrer os efeitos dos que já cá andam! A culpa não é das mães, naturalmente, já que adoptam as devidas medidas para alimentar e proteger os seus rebentos. A culpa é do que respiram e do que comem.
Muita da investigação que tem sido feita aponta para os riscos que correm as crianças expostas durante as fases mais críticas do seu desenvolvimento. Recentemente, foi demonstrada uma associação entre a “poluição uterina” por compostos organoclorados e um risco acrescido de excesso de peso em crianças, depois de controlados todos os outros factores que lhe estão associados, nomeadamente alimentares e socioeconómicos. Mesmo nos adultos, o risco de sofrer diabetes aumenta quando ocorre exposição aos denominados POPs (poluentes orgânicos persistentes), também conhecidos pelos “doze malditos” e que foram objecto da Convenção de Estocolmo. É muito curioso este achado, porque sendo a diabetes do adulto uma consequência de inadaptação biológica de um organismo face à abundância e sedentarismo, mas que foi indispensável para a sobrevivência da espécie humana nos longos períodos de carência, venha agora demonstrar, mais uma vez, que muitos de nós não estão “preparados” para viver neste estranho e poluente mundo. Assim, os que são diabéticos e os que se preparam para o ser – e são tantos, meu Deus! – têm de se preocupar não só com os seus hábitos alimentares e exercício, mas também com a exposição a poluentes que andam por aí e cujas fontes são as mais variadas, muitas das quais são “menosprezadas” ou “desvalorizadas” por responsáveis políticos e económicos. Mas não chega. Temos que ir mais longe, à barriga da mãe, não para que estes últimos possam mudar de ideias, mas para evitarmos que crianças inocentes sejam vítimas de algo para o qual nunca contribuíram. E a este propósito o que se está a passar na China é paradigmático da violação dos direitos dos seres humanos. Um crime de lesa-majestade, fruto de falta de escrúpulos, de interesses económicos mas também da ausência de vigilância adequada por parte das autoridades, colocando as crianças e os pais numa situação delicada e angustiante. Para quem fez e construiu os últimos Jogos Olímpicos, para quem é tão eficiente em calar e cercear a liberdade das pessoas, melhor fora que protegesse os seus cidadãos e sobretudo as crianças.
1 comentário:
Caro Professor Massano Cardoso:
Estou inteiramente de acordo com o que diz.
Os dirigentes chineses disseram que estavam apurar responsabilidades, mas cheira-me a que vão ficar à espera que o tempo resolva o problema...
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