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sexta-feira, 3 de abril de 2009

O sinal mais importante


Não sei se as decisões que foram aprovadas na magna reunião dos 20 Grandes são suficientes para virar o rumo da economia global, mas muita gente procurou sofregamente encontrar nesta cimeira alguns sinais de viragem. O tom humilde e cordato de Barack Obama, o modo como se conciliaram todos os propósitos e se prometeu agir em todos os azimutes, a espantosa soma de dinheiro que se garante poder ser distribuída sem prejuízo de outras causas, ou ainda a garantia de manutenção do apoio aos países menos desenvolvidos, tudo é analisado com aplauso e ansiedade positiva.
Mas, se virmos bem, o sinal mais concreto e firme de um novo clima entre a América e a Europa é o abraço afectuoso e espontâneo entre a rainha de Inglaterra e Michele Obama, um gesto de fraternidade que quebrou o protocolo mas que teve mais significado que todas as cerimónias solenes onde se trocam cumprimentos para a fotografia.
Esta imagem inspira confiança e ao mesmo tempo é comovente, uma vez que em mais de 50 anos de reinado foi a primeira vez que a Rainha se deu ao luxo de um gesto não catalogado no protocolo, deixando perceber um impulso tão humano de simpatia. Bom sinal!

5 comentários:

Bartolomeu disse...

"A criação de uma nova Ordem Mundial", foi este o conceito que explodiu desta «magna reunião».
Nova Ordem Mundial... não deixo de sentir algum temor relativamente ao que esta sigla possa representar.
Hitler começou com um pensamento algo semelhante. Aquilo que mal claramente percebemos é que a alta finança mundial está em pânico e a alta finança «está-se nas tintas» para as éticas e as morais sociais. Os 20 grandes estão ameaçados estão ameaçados pelas economias de leste e de oriente e estão ameaçados pela desmotivação da mão-de-obra ocidental, pela falta de vontade de produzir, pelo esgotamento das inovações. Não basta injectar dinheiro nos sectores de producção, é necessário para se produzir, que se descubra o que pode interessar e a quem interessar aquilo que se pretende produzir. É importante que sejam criadas as condições de estímulo necessárias, mas é preciso que se crie aquilo que ainda não se conhece, de forma a impulsionar uma economia crescente.
Será essa a tal nova ordem mundial!?
Soa-me a coisa de «Guerra das Estrelas»

jotaC disse...

Acho que sim, cara Dra. Suzana, como náufragos tudo serve para nos agarrarmos…

Pinho Cardão disse...

Com um feito desses, a raínha entra definitivamente nos novos tempos, cara Suzana...

Suzana Toscano disse...

Caro Bartolomeu, o novo guru Obama -oxalá o seu estado de Graça se prolongue por muitos e bons anos, confirmado pelos êxitos!- falou, e quando ele fala toda a gente ouve, que temos que recuperar os valores, que sem voltarmos a orientar-nos por valores não podemos construir o futuro. Dito por outro seria uma banalidade, mas assim pode ser que comecem a achar que é uma ideia fantástica e a levem a sério.
Caro Jotac, há que estar atento aos detalhes,já que os milhões e trilhiões começam a perder um pouco o seu sentido...
Então caro Pinho Cardão, queria melhor manifestação de abertura ao novo espírito solidário e fraterno? Um abraço da rainha é um feito histórico, um verdadeiro gesto global.Nada como duas mulheres para, com um gesto tão simples, mostrarem como se muda o mundo :)

Bartolomeu disse...

Pois..,. diz bem cara Drª. Suzana «que o estado de graça se prolongue» mas que se prolongue porque o "homem" é realmente verdadeiro e consciente do seu papel, preocupado com o futuro da sua nação e com a respeitabilidade das restantes nações, assim como da sua capacidade autónoma. Que seja consciente de que a américa não é senhora do mundo, que precisa do mundo para ser a força que equilibra a economia e a política. Em contrapartida, o mundo (a europa e a ásia) precisa compreender que a américa não se reduz a uma nação composta por 50 estados e que talvez mais importância terão os restantes países do continente americano.
Por aquilo que me tem sido possível compreender, Barack Obama, demonstra possuir uma linha definida de actuação e de entendimento da américa inserida no contexto da globalidade.
Mantenho algumas espectativas relativamente à forma, ao modo como esse entendimento se irá complementar, relacionar com os restantes estados e países do mundo.
Maior ainda é o receio de que a imprensa mundial, passado este intróito, lhe dê para vandalizar os propositos do presidente.
let's see...