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terça-feira, 21 de abril de 2009

Tratar das meloas!...


Depois da falência completa das previsões semestrais do Banco de Portugal, o Borda D`Água é o único documento previsional credível e em que se pode depositar confiança completa.
Embora distribuído no Verão passado, apontava para este mês tempo instável na primeira e segunda semanas e tempo mudável a partir daquela em que nos encontramos. O que está perfeitamente certo. E até prevê, para o dia 25, a Revolução de Abril, com feriado nacional e tudo. Como não deve gostar de revoluções, o Borda D`Água ameaça os revolucionários com chuva, frio e vento, porventura para os dissuadir da tarefa. Algum dia os 200 videntes do Banco de Portugal chegaram a esta precisão? Claro que não.
Mas, neste tempo de crise, o Borda D`Água dá-nos conselhos inestimáveis para prevenir surpresas quanto a necessidades básicas de alimentação. Em Abril, deverá semear-se, mas apenas no quarto crescente, tomem nota que é importante, no quarto crescente, abóboras, batatas, beterrabas, bróculos, cenouras, couves, favas, melões, melancias, nabos, pimentos, rabanetes e salsa. No fim do mês, pode-se semear feijão temporão.
No minguante, mas atenção, apenas no minguante, pode começar a tosquia das ovelhas.
Seguindo tão apropriados conselhos, ontem dei comigo de enxada na mão, a plantar melões e meloas. Depois de ter feito uns regos e colocado as plantas, chegou a minha mulher, que logo afirmou que os regos estavam mal feitos e a plantação estava sem qualquer estética. Passando à acção, tratou logo de arrancar a plantação já feita, obrigando-me a refazer a agricultura, mediante rigorosas instruções. Trabalhando que nem um escravo, lá deixei a plantação num brinquinho, um verdadeiro primor. Mas fiquei matutando de mim para comigo: então vem agora uma “prisponeta” da cidade, sem terra, ensinar-me a mim , que tenho terra, não sou de Lisboa, nasci e vivi na terra a ver como a agricultura se faz? Isto já não é como dantes!...

8 comentários:

Tonibler disse...

Se calhar nos melões, o Banco de Portugal acerta. Não é justo que não se deixe o Grande Druida fazer uma previsão sobre melões

Suzana Toscano disse...

Ainda bem que o Borda d'Água mantém o exclusivo, senão lá se iam as plantações! Por mim, também o sigo religiosamente, as abóboras já deitaram as folhinhas de fora, foi uma emoção, e já fiz amonda no quadradinho das cebolas, que também prometem, apesar de serem só 20. Caro Pinho Cardão, intervenção providencial a da sua mulher!,a orientação técnica sempre foi um aliado do trabalho braçal, vai ver que para o ano se mete ao trabalho na perfeição, vai ser só elogios...!E guarde aí uma meloa para a sobremesa, o espumante também acompanha muito bem a fruta :)

Rui Fonseca disse...

Caro Pinho Cardão,

Tu desculpa, mais uma vez, mas não te percebo também em matéria de meloas e melões.

Meloas e melões não se plantam, semeiam-se.

Idem aspas, as abóboras.

Ou terás estado a plantar batatas?

Pinho Cardão disse...

Caro Rui:
Permite-me que te elucide, pois parece-me que andas bastante desactualizado em matéria agrícola.
Semeiam-se melões, se se deita a semente de melão à terra; plantam-se melões, quando se adquirem pequenas plantas que derivam de sementeiras anteriores. Foi o caso. As pequeninas plantas vêm já enraizadas e compram-se em estabelecimentos especializados, como cooperativas agrícolas e similares. Percebeste, por agora, no que respeita a melões?

Rui Fonseca disse...

Caro Pinho Cardão,

É uma maneira complicada de meloar e aboborar. Se tivesses seguido o Borda de Água terias semeado em tempo oportuno.Não o tenho aqui à mão mas aposto que não há no BA recomendações temporais para a plantação de melões. A menos que até o BA já esteja subvertido.

Salvo melhor plantação.

Suzana Toscano disse...

Claro que há plantações e os pezinhos vendem-se na altura certa para os colocar na terra, o Borda d'Agua ainda assim é necessário para termos a certeza de que não estamos a comprar fora de época porque isto das estufas pregam algumas partidas.

Pinho Cardão disse...

Na Presidência também há uma hortazita?
Não há como ter o apoio de uma distintíssima assessora presidencial.
Portanto, Rui, cala-te em matéria agrária!...

Suzana Toscano disse...

Pois é como vê, caro amigo, nunca perder o contacto com a realidade, a agricultura é uma enorme fonte de aprendizagem da realidade!