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terça-feira, 13 de abril de 2010

Uma prova acabada de fragilidade política


O senhor primeiro-ministro usou da faculdade de depor por escrito na comissão parlamentar criada para investigar o que se passou com a tentativa de aquisição da TVI. Ninguém duvida da legitimidade jurídica deste meio escolhido para responder ao parlamento. Mas é, inequivocamente, uma prova de fraqueza política do PM e do PS. Fraqueza acentuada pela pífia justificação que ouvi dada por um dos parlamentares do PS, segundo a qual o PM debate com o parlamento todos os quinze dias, pelo que não se justificaria novo confronto presencial.

O engenheiro Sócrates de há uns tempos atrás não se refugiaria na prerrogativa constitucional e sujeitar-se-ia ao contraditório pleno, à semelhança do que acontece com os seus homólogos europeus - há não muito tempo o PM Brown compareceu perante a comissão que nos Comuns investiga a participação da Grã-Bretanha na guerra do Iraque.

Estou em crer que o gesto foi mal calculado pelo PM e pelos seus cansados conselheiros. É que as críticas de fuga à responsabilidade inteira perante o Parlamento e de desrespeito pela Assembleia da República, vão desgastar mais do que a erosão que o PM imaginou que o debate em comissão provocaria na sua preclitante credibilidade política, se a ela comparecesse pessoalmente.

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