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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005
O dia do Protocolo de Quioto
É hoje, 16 de Fevereiro de 2005.
Quase 13 anos após a Convenção sobre Alterações Climáticas e a Declaração do Rio, temos um protocolo internacional, em vigor, sobre esta questão - o Protocolo de Quioto.
Justifica-se analisar os antagonismos que este tema suscita e as suas consequências.
De um lado, temos os pessimistas, que vão acenando com os desastres naturais e o aquecimento global. Do outro, os optimistas, que clamam contra as mistificações que têm sido produzidas sob a capa das alterações climáticas.
Uns e outros produzem estudos que pretendem demonstrar as suas razões - o buraco na camada de ozono que agora parece diminuir, versus os glaciares que derretem aceleradamente, as temperaturas que aumentam fruto de erupções vulcânicas e não das emissões de CO2, versus a subida dos oceanos em resultado do degelo polar, etc, etc, etc.
Uns apresentam-nos factos históricos para demonstrarem que estas situações já ocorreram no passado. Outros, mostram-nos indicadores que aparentam uma aceleração da degradação dos equilíbrios existentes.
O problema, é que não dispomos de dados científicos de longo prazo para compreendermos os ciclos climáticos e as suas causas. Será que as variações dos indicadores do clima dos últimos 100 ou 200 anos, que agora nos parecem anormais, não serão perfeitamente naturais quando integrados em ciclos mais vastos de 10.000 ou de 50.000 anos?
A dúvida é razoável e pertinente. Mas não legitima a atitude dos que menosprezam a questão.
Por isso, vale o princípio da precaução, o bom senso, uma atitude de permanente análise do que está a acontecer - percorram o site da GLOBAL WARMING - e a adopção de medidas razoáveis e credíveis perante os cidadãos.
Mas não inventem dias sem carros, passeios de bicicletas, manifestações contra a construção de túneis ou de auto-estradas e outros foguetórios inconsequentes.
Em Londres, no século XIX, um dos principais problemas ambientais, eram as fezes produzidas pelos cerca de 40.000 cavalos que serviam para os transportes.
Hoje, até parece ridículo.
Este exemplo, mostra-nos como é possível, em poucos anos, realizar mudanças radicais nos sistemas de transportes e nos tipos e consumos de energia, sem ter que andar a falar em revoluções e outros dislates. É a importância da tecnologia, dos mecanismos de desenvolvimento limpo, da nossa capacidade de inovar e renovar equipamentos e sistemas.
É a nova geração de políticas de ambiente, que não precisa de isenções fiscais, nem de andar a alimentar os estudos de uns pretensos ecologistas, para superar o problema das emissões dos gases com efeito de estufa.
Prove-se ou não que está a haver alterações climáticas, este caminho tem que ser percorrido.
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