Nos tempos que correm, a imagem tende a ser tudo.
Já pouco interessa o que é, o que é importante é que pareça.
Regredimos em relação aos Romanos, em que à mulher de César não bastava ser séria, mas tinha que parecê-lo.
Agora, e infelizmente também na política, já não é importante sê-lo, bastando parecê-lo.
Em qualquer eleição, incluindo as legislativas, a figura do leader, com o seu programa, a sua seriedade e credibilidade, testadas ao longo da vida, a sua competência, afirmada nos diversos lugares por onde passou, deveria ser a base essencial da escolha dos cidadãos.
No entanto, verdadeiramente importante, agora, é a imagem que se projecta do leader e o brilho aparente da embalagem.
O que significa que o cidadão possa comprar gato por lebre, pois não chega a ver o que está por dentro.
Mas sendo as coisas, infelizmente, assim, o mínimo a fazer é ter cuidado redobrado na forma como o produto é apresentado, de maneira a valorizá-lo o mais possível.
No marketing da campanha do candidato do PSD, um dos segmentos mais publicitados foi a vitimização do leader: os irmãos mais velhos davam-lhe bofetadas, alguns enjeitavam-no e não queriam aparecer na fotografia nem atendiam os seus telefonemas, o Banco de Portugal não gostava dele, o Presidente da República demitiu-o, etc, etc.
Tem que se esperar o pior desta estratégia.
Porque foi a forma mais rápida de levar ao enfraquecimento do leader, que apareceu constantemente como um perseguido e um derrotado, sem força para se opor e vencer os seus adversários.
Assim sendo, que motivação se cria ao eleitor para escolher um leader com este perfil de fraqueza que lhe é apresentado?
Os cidadãos querem leaders confiantes, convictos e vencedores.
Como é que é possível captar votos para um leader que explicita de forma tão exuberante as fraquezas que os outros lhe apontam?
A lógica não deveria ser, antes, projectar pontos fortes que lhe aprimorassem a imagem?
Estamos em vésperas de o saber!..
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