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quarta-feira, 1 de março de 2006

A escola a tempo inteiro

Com o mesmo título assina Vital Moreira um artigo de opinião no Público de ontem, cujo estilo não andará muito longe do artigo de António Perez Metelo a que a Suzana Toscano faz referência no "post" anterior. Os articulistas da área do Governo parecem sintonizados na defesa das suas bandeiras.
A chamada "escola a tempo inteiro" é uma velha reivindicação das associações de pais a que este governo tem vindo a dar resposta. Vital Moreira descortina neste princípio um "programa digno da tradição republicana da escola pública". Não sei se o será!
Esta ideia peregrina de que a qualidade da escola pública está dependente do número de horas que os miúdos passam entre as quatro paredes de uma sala não me convence. Continuo a pensar que a qualidade do ensino, público ou privado, está dependente da qualidade do tempo, não da quantidade, da intensidade das aprendizagens, não da sua extensão.
Durante muitos anos a esquerda defendeu a pés juntos que a qualidade do ensino estava dependente do "investimento" - ou seja, mais despesa. Agora que os fundos não abundam transformam o dinheiro que não há, em mais tempo na escola.
Para os pais pode ser óptimo. Para as crianças, duvido!
A propósito, já repararam que de há um ano a esta parte a CONFAP (Confederação das Associações de Pais) deixou de fazer iniciativas conjuntas com a FENPROF?
Têm estado tão calados...

14 comentários:

João Melo disse...

caro professor DJ,julgo que se refere ás
famigeradas e mui caras á ministra "Aulas de substituição".
Posso falar pelo que conheço cá de casa.A minha mãe é professora há 32 anos ,de matemática.sempre cumpriu zelosamente o seu papel.agora tem de dar
as aulas de substituição.Ora utilizar esse termo é uma falácia,é um erro,porque não se ensina nada!O que acontece é que se falta uma professora de Inglês ou Português,vão os professores que estão de "escala",que podem ser de matemática,fisica,educação fisica,etc.Ora,mesmo alguêm sem experiência pedagógica ,chegará á conclusão que não se deve tentar ensinar conteudos que não se domina.Logico!se não se sabe fisica,não se vai ensinar fisica.cada macaco no seu galho!então o que se faz nas aulas ?não se pode fazer nada!os professores são apenas destacados para guardar os meninos,sendo claramente desautorizados perante os seus alunos porque não estão a exercer as suas funções.e depois ainda surge o Primeiro ministro a chamar-lhes burros
com todas as letras..
Dois motivadores natos,Maria de Lurdes Rodrigues e José socrates!

ocontradito disse...

Totalmente em desacordo, desta vez.
Porque raio é que se continua a querer ver tudo o que se faz na Escola com o objectivo de obter mais de "qualidade de ensino"?
Porque não se alarga "as vistas"?
O Estabelecimento de ensino tem de fazer mais pelas familias. Daí a Escola a Tempo Inteiro...
Escola fechada não é igual a criança com a familia... Infelizmente a familia trabalha e não está lá.
A questão não é se a criança está a ter mais valias educativas ou de qualidade de ensino (até acredito que possa estar a ter), nas tais horas extra, mas se a alternativa (ficar só ou mal acompanhada até que a familia chegue a casa) é preferível...
Liberte-se um pouco da visão restrita do estabelecimento só de ensino... e chegará à "bondade" da decisão, em termos da justiça social e não só da mais-valia educativa. Até porque deve por no prato da balança a menos-valia educativa que é uma realidade em muitas familias, nesse período de abandono, sem solução, porque o estabelecimento escolar fechou às 15h30...

João Melo disse...

caro Arnaldo Madureira,a certa altura diz "Os professores não devem dizer que estão contra a substituição das aulas, porque dá muito mau aspecto e não dignifica nada a classe."Mas a questão que está em causa nem é essa.Primeiro, é não haver um envolvimento de todos os actores no processo de tomada de decisão.Decidiu-se e pronto.Em qualquer processo de mudança -como é o caso-todos os actores tem de estar envolvidos para poderem contribuir com o seu input e deste modo diminuir os atritos á mudança.Segundo, o que acontece é que neste caso os Professores fazem o trabalho dos continuos ,de "bábás".Ou seja durante uma hora ,os professores tomam conta deles ,impedem que andem a partir tudo,que andem a beber nos cafés , a dar no "arroz de frango",etc..e olhe deste modo até se pode dispensar uns continuos e poupar uns tostões porque estão cá os professores a fazer de continuos.Sem funções não existem funcionários!

João Melo disse...

caro Arnaldo Madureira,desde logo o seu raciocinio enferma de um mal:mete todos os professores no mesmo saco.cataloga e diz "és professor,logo és calão não queres trabalhar!"não,não é nada disso.é como dizer que todos os deputados são Lambões e não querem fazer nenhum. julgo mesmo que o Arnaldo ( permita-me a familariedade do termo )até já defendeu numa caixa de comentários isso mesmo ,que meter todos os deputados no mesmo saco é errado.
agora a escola a tempo inteiro como está desenhada não venha defender isso!nem para os alunos ( que querem mas o feriado..)nem para os professores ( que não estão a fazer algo estimulante nem nada daquilo para que foram ensinados).
de resto subscrevo o q o professor DJ aqui escreveu antes de si.
grande abraço.
Menino Mau,antes conhecido por PR

Miguel Pinto disse...

Caro Professor David Justino
Desta vez estou inteiramente de acordo com o que escreveu.
“A propósito, já repararam que de há um ano a esta parte a CONFAP (Confederação das Associações de Pais) deixou de fazer iniciativas conjuntas com a FENPROF?
Têm estado tão calados...”
Há silêncios que são muitos comprometedores!

Anónimo disse...

Devolver os Professores às Escolas!

Como em todas as profissões, há professores bons, maus e mais ou menos.
Porém, nos últimos anos, talvez nas últimas décadas, tem havido um crescente divórcio entre os Professores e a Escola, entre os Alunos e a Escola, entre os Pais e a Escola, em suma, entre a Sociedade e a Escola.
A Escola passou a ser mal-amada. A causa de todos os problemas – da falta de qualificações, de produtividade, de competitividade, de rigor, de disciplina... a origem da marginalidade ou dos comportamentos desviantes, etc., etc..
Na minha opinião espera-se demais da Escola. Mas, tal não significa que a Escola não possa melhorar (como, aliás, as famílias, as organizações e o Estado!), fazendo muito mais pelos cidadãos, jovens e adultos.
Assim, não hesito em relação a questões que, apesar de instrumentais, assumem um papel fundamental na mudança do estatuto da Escola enquanto espaço multicultural de aprendizagem. A Escola tem que ser capaz de proporcionar mais oportunidades de qualidade na construção de percursos pessoais e profissionais.
A Escola tem que estar aberta, de manhã, à tarde e à noite, a todos os cidadãos, embora os serviços que presta não tenham que ser necessariamente gratuitos para todos.
Porque é que um desempregado, com mais de 18 anos de idade, não pode frequentar a Escola em horário laboral?
Porque é que não há penalizações, pedagógicas (ou cívicas?!), para aqueles que, sem motivo atendível, faltam e reprovam? O Ensino tem um custo elevado que não pode ser malbaratado! Tem que haver regras, sem hostilizar os “clientes”, claro está!
Os professores, tal como qualquer funcionário da administração pública, têm um horário de 35 horas/semana. Esse horário, em meu entender, deve ser plenamente realizado no seu local de trabalho, salvo, naturalmente, actividades externas executadas ao serviço da Escola.
O tempo de serviço pode ter, evidentemente, diferentes tipos de afectação, a saber:
1. Tempo lectivo; 2. Tempo de preparação e avaliação; 3. Tempo de apoio colectivo, ou individualizado, aos estudantes, 4. Tempo de animação de actividades extracurriculares (ateliers, visitas de estudo, desporto, voluntariado, etc.); 5. Tempo de valorização ou desenvolvimento de competências técnicas e pedagógicas dos próprios professores. Parece que o tempo não chega, mas chega! É uma questão de planeamento, organização, criatividade e, acima de tudo, vontade. Têm que ser criados indicadores de desempenho, individual e colectivo, objectivamente mensuráveis.
A qualidade dos grandes sistemas não depende apenas de grandes filosofias ou de mega reformas. Eu acredito, uma vez havendo uma visão e valores cognoscíveis, na teoria dos pequenos passos (desde que não seja um à frente e dois atrás).
Há pessoas que se entretêm a dizer mal de tudo e de todos e, quando alguém esboça uma vontade de mudança, mesmo antes de a encetar já está a ser alvo de críticas destrutivas (é o bota-abaixo nacional, na dúvida critica-se mesmo quando não se tem alternativas válidas e diferentes do situacionismo reinante).
- Na Escola existe um problema de absentismo, de professores e alunos. Certo?
Então as aulas de substituição, se forem bem geridas, não podem ser uma resposta ainda que parcial a este problema? Eu penso que sim. Para além do mais a redução dos “furos” ajuda à disciplina dos alunos e previne alguns comportamentos de “balda”. Como é que podem existir pais que discordem desta medida?... Não consigo descortinar!
- Em muitas disciplinas, designadamente Português e Matemática, existe um grave problema de desmotivação e de insucesso. Verdade?
Então o apoio extracurricular aos alunos (“explicações e estudo acompanhado”) não pode ajudar a superar algumas destas dificuldades críticas? Eu penso que sim.
- Nos concursos para professores temos, há muitos anos, graves disfunções com consequências para a respectiva estabilidade, geográfica, económica e motivacional. Certo?
A existência de colocações por períodos de tempo mais alargados, 3 a 4 anos, não constituirá um factor acrescido de motivação e, mais importante ainda, de consistência dos projectos escolares assentes em recursos humanos com um maior sentimento de pertença? Estou absolutamente convicto de que sim.
- O ensino regular, e maioritário, é excessivamente geral e abstracto, por vezes pouco ajustado às expectativas, motivações e interesses dos alunos, não satisfazendo as necessidades do mercado de emprego. Correcto?
Então a generalização da oferta de ensino profissional a todas as Escolas (ou tecnológico, que é outra forma de dizer o mesmo!), desde o 7.º ano de escolaridade, em vez de se criarem outras infra-estruturas ao lado, não pode constituir um passo relevante para a redução do insucesso e do abandono precoce e para o reforço das qualificações? Eu creio, sinceramente, que sim.
Os professores têm que ser ganhos para estas causas (muitos já estão mais do que ganhos!!!). Os políticos, os pais e os cidadãos em geral também. Ao fim ao cabo, a Escola somos todos nós! Retirar algum “colorido político-partidário” a estes assuntos vai ajudar muito!
Concordo que, no passado, os actuais militantes do panegírico governativo nem sempre se comportaram nesta linha. Mas isso é um problema das suas consciências. Aos outros, os que agora estão na oposição, não basta afirmar as diferenças de estilo mas, sempre que se justificar, e apenas nessa circunstância, as diferenças de ideias e o seu fundamento.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Boa tarde, Arnaldo Madureira!
Com boa-vontade e criatividade não é possível criar esse espaço?
Admito que não seja fácil, mas temos que caminhar nesse sentido.
Há Escolas sobrelotadas e outras com um rácio de dois alunos por professor. Aqui, temos um problema de coragem política. Espero que sejamos capazes de, com determinação, Escola a Escola, superar estes problemas. Um abraço.

crack disse...

Caro Professor Justino
Não posso deixar de concordar, quer com o seu post, quer com o aprofundamento da questão, que acaba por fazer na sua resposta a alguns comentários. Alguns destes abordam, aliás, as principais objecções que se colocam a estas medidas impostas pelo governo, e defendidas pelos comentadores "alinhados", caso de Vital Moreira, como sendo a resolução milagreira dos problemas da educação. Não o são, efectivamente, mas cumprem o seu objectivo não confessado – calar os pais, garantindo-lhes uma das suas principais reivindicações: a de que a escola os substitua no papel de guarda dos filhos e de educadores destes em primeira linha. Com o seu conhecimento do "xadrez" em que estas questões se "jogam", muito bem e oportunamente o Professor Justino deixou aqui ficar a nota sobre o silêncio da CONFAP e sobre o "divórcio" entre esta e a Fenprof.
Já se encontra suficientemente demonstrado que a aplicação generalizada das aulas de substituição é um logro; também é pacífico que se um adulto, formado e informado, fizer o acompanhamento de um grupo de alunos durante um período de tempo poderá encontrar mil e uma maneiras de tornar esse tempo intelectualmente estimulante e culturalmente enriquecedor para os jovens; não é, contudo, linear que todos os alunos sem aulas se sintam motivados e reconheçam qualquer interesse e pertinência nessas actividades, ou que todos os docentes tenham a mesma vontade, disponibilidade intelectual e, sobretudo, capacidade, para estimularem e conseguirem o interesse dos alunos para as ditas tarefas de enriquecimento cultural. A situação agrava-se, em minha opinião, no quadro de obrigatoriedade em que estão a ser levadas à prática, porque os alunos vêem estas aulas de substituição como um fardo e os professores encaram-nas como aquilo que, no presente, são: um espaço/tempo de guarda, sem eficácia e sem qualquer interesse para os que dele "beneficiam".
Posto isto, e pelo que julgo saber do que se vai passando em inúmeras escolas por esse país fora, o cerne do problema parece-me residir na falsidade da argumentação do ME, na inadequação dos procedimentos e na ausência de um conhecimento da realidade escola por parte dos decisores, sejam estes o governo, ou a administração educativa, considerado nesta o nível micro da gestão das escolas. Se os pais assumissem de vez que o que pretendem é que os filhos estejam fechados nas escolas o maior tempo possível e que estas cumpram parte da função educativa que lhes compete; se o ME aceitasse que quer cumprir estatísticas e irrealistas promessas eleitorais, ao mesmo tempo que consegue calar os pais e dar-lhes o que eles pretendem, tudo com o menor investimento e com o menor dano mediático; se as escolas conseguissem, junto das comunidades de pertença, mesmo no inadequado quadro legal existente, definir estratégias, acordar parcerias e obter recursos para planificarem esta função de guarda e de substituição do papel da família, então tudo seria mais transparente, mais fácil e, de certeza, muito mais eficaz.
Há exemplos de muitas escolas que já faziam, e continuam a fazer, este papel há muitos anos, com os clubes escolares, vários, que ocupam no espaço escola, sem esforço, os alunos nos seus tempos livres; com experiências interessantíssimas promovidas pelas bibliotecas e centros de recursos das próprias escolas, muitas vezes em articulação com entidades locais, que asseguram a ocupação dos jovens nos seus tempos livres, dentro e fora da escola; com as escolas de verão, que abrem o espaço escola durante as férias de verão; com aulas para adultos, enfim, com um sem número de iniciativas que, agora, até parece que nunca existiram. A hipocrisia da 5 de Outubro tem alimentado este blackout, injusto e prejudicial. Aliás, lendo muitos dos comentários que estão neste post, penso que, injustamente, o que se retém é que TODOS os professores o que querem é não trabalhar, quando o que se passa é que, como quaisquer outros profissionais, o que a generalidade pretende é exercer as suas funções, nas melhores condições possíveis, com os melhores resultados. Tirando o facto de se tomar o todo pela parte, prática habitual quando se fala de professores, ocorre que se esquece, com demasiada frequência, que se está a falar de profissionais, com um conteúdo funcional específico, a quem agora se impõem tarefas que não cabem nesse exacto conteúdo funcional. Missionários? Não, professores. Se não se esquecer esse pequeno pormenor, se todos os intervenientes do processo forem capazes de explicitarem ao que vêem, se alguém no ME e no governo for capaz de fazer contas e de saber quanto gasta para transformar as escolas em espaços de guarda, sem ser à custa do trabalho de quem não tem obrigação de o fazer, enfim, se cair a hipocrisia e houver uma correcta e criteriosa gestão dos recursos disponíveis, talvez a gente se entenda. Não seria mau começar por demonstrar aos pais que a sua função não é apenas a de darem aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

João Melo disse...

um bom comentário do crack
Menino Mau,antes conhecido por PR

Miguel Pinto disse...

A lucidez é um critério essencial para ser ministro da educação: Arriscaria [:)] uma proposta - crack para ministro da educação, já!

Anónimo disse...

Caro crack

Concordo em grande medida com os apartes de natureza política que explicita no seu comentário. Concordo, igualmente, que muito já se faz nas Escolas Portuguesas. Porém, o problema não é o que se faz, mas o que falta fazer face aos desafios que se colocam aos cidadãos, às sociedades e aos países.
Por isso o Arnaldo Madureira, com coragem (atendendo que é professor) e bem, coloca o dedo na ferida.
Não se pode deixar ao livre arbítrio das Escolas a concretização das políticas educativas. Têm que existir regras, transparentes, que a todos vinculem. É assim. Na vida existem direitos e obrigações, mesmo quando às vezes apenas gostaríamos que existem os primeiros.
É claro que a qualidade e criatividade do exercício da função docente, em sentido amplo (e não “strictu sensu”, como parece defender no seu comentário), depende da gestão das escolas e do empenho e vontade dos professores.
Nos tempos que correm, não faz mais sentido continuar a defender a monofuncionalidade, nem nas Escolas nem em nenhuma organização. Isto não significa, como é óbvio, que os trabalhadores sejam “pau para toda a obra”. Há tarefas afins, neste caso à docência, que os professores, querendo, podem executar melhor do que ninguém. Para o efeito é necessário que as Escolas envolvam e motivem os seus professores. Sim, as Escolas! Não podemos estar sempre a apontar o dedo à “5 de Outubro”, que é como quem diz ao Ministério da Educação.
No seu comentário não compreendo bem quais as soluções propostas, para além do exemplos avulsos que dá e que, felizmente e com esforço dos respectivos docentes, existem em diversas Escolas. Esses exemplos, porém, não chegam!
As soluções que impliquem um grande acréscimo de despesa também me parece que, nesta fase, não são muito recomendáveis. O dinheiro tende a desaparecer e os problemas a permanecer.
Quaisquer que sejam as soluções preconizadas vão exigir um maior “sacrifício” (prefiro empenho e motivação) por parte dos professores.
Penso que ainda falta tomar algumas medidas estruturais, quer ao nível do modelo de gestão das Escolas quer na reorganização e requalificação do parque escolar, bem como no que concerne à sua articulação com outros equipamentos públicos e privados existentes nos municípios. Seria desejável que estas fossem as primeiras, mas entendo que algumas das medidas que estão a ser implementadas não podem mais ser diferidas no tempo.
Concordo, também, com alguns dos comentários que faz relativamente às (ir)responsabilidades dos pais e das famílias. Não sei se é pai, qual o seu rendimento disponível e qual o seu tempo livre…
No entanto, convém não esquecer que cerca de 3 milhões de activos portugueses não possuem o 9.º ano de escolaridade e trabalham, pelo menos, 40 horas por semana.
Infelizmente, os vencimentos da maioria dos portugueses também não têm grande folga para proporcionar actividades de tempos livres aos jovens.
É esta realidade que queremos e temos que alterar.
A Escola, é certo, não pode resolver tudo. Mas pode dar um forte contributo.
Os funcionários públicos não têm que ser missionários, mas devem ser solidários!
Mais do que criticar, importa desenhar alternativas e definir o papel de cada um na construção das mesmas. Sem esforço e exigência não há alternativas. Também aqui o Arnaldo Madureira tem razão.

Nota (pouco relevante!): já fui professor e a minha mulher é professora.

M disse...

Completamente de acordo. Um dos problemas do Ensino é que se tem como certo que a escola é o principal responsável pela Educação, mas não é, são, ou deviam ser, as famílias. A Educação dá-se em casa, a escola é para aprender e para melhorar um ou outro aspecto da educação.

crack disse...

Caros:
Miguel Pinto – o seu bom humor ainda consegue ser superior ao risco da proposta! :)

Professor Justino – bem perto DO ministro, com toda a honra que isso representou. :)

Fesmenio – defendo, preferencialmente, soluções encontradas por cada escola, num quadro de autonomia forte e no contexto da sua situação específica; regulamentação enquadradora leve e suficientemente ampla, para permitir a diferenciação das estratégias; a solução Blair pode ser um bom princípio; o Professor Justino e Madureira já avançaram possíveis caminhos a seguir; quanto à situação sócio-económica das famílias, por muita atenção e solidariedade que nos mereça, não justifica, nem a generalização de processos, nem a desresponsabilização das famílias no processo educativo das suas crianças e jovens.