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quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Ciclismo, doping e viagra

Os últimos acontecimentos no ciclismo vieram provar que a fraude desportiva é um facto, e uma constante, que dificilmente se consegue evitar ou extinguir. “Os ladrões andam sempre à frente da polícia”. No caso do doping são inúmeras as substâncias sintetizadas e manipuladas de forma a não serem detectadas. Com o tempo são descobertas e indexadas à lista de proibições.
Uma breve análise permite-nos verificar que foram usadas em todos os tempos e condições. Quem não se lembra das “nadadoras masculinas” da antiga RDA? Ganhavam tudo e mais qualquer coisas! Uma forma de demonstrar que “somos os maiores”! Uma tragédia. Que digam as centenas ou milhares de vítimas de morte prematura, tumores e infertilidade e até de suicídios. Alguns foram a tribunal, mas muito poucos. Não os atletas, mas os responsáveis que os obrigavam a tomar as substâncias perigosas.
Todos querem ser os “melhores”. Para o efeito, muitos, não se importam de dar cabo da saúde, além de revelar uma faceta fraudulenta, pondo em causa a verdade dos factos. O que interessa isso? Desde que consigam ser famosos e ganhar umas boas massas…
Floyd Landis parece que produz testosterona a mais! Coitado, o que é que lhe tinha de acontecer, logo a testosterona que tem um importante efeito anabolizante. Afinal, o efeito foi da testosterona sintética e não da produzida pelos seus testículos.
Parece que a situação da dopagem é tão comum nos ciclistas que leva a tomadas de posição curiosas como a do adepto deste desporto, o ex-ministro da educação Marçal Grilo que, de acordo com duas citações transcritas ontem, no Jornal Público, parece aceitar esta prática: “Temos que ser realistas e, como um ex-ciclista me disse um dia, perceber que ninguém sob a Serra da Estrela, o Tormalet ou o Galibier a comer bifes com batatas fritas”. Nada mau para um ex-ministro da educação. Já agora gostava de lhe perguntar: - O senhor doutor também já usou algum dopingzito? Às tantas! Quem sabe se durante a experiência governativa…
O melhor é avisar o Floyd Landis que, não produzindo tanta testosterona endógena como queria que acreditássemos, passe a utilizar o Viagra. É verdade! Além do seu papel na disfunção sexual e na hipertensão pulmonar, descobriu-se ser uma excelente droga para aumentar a performance dos ciclistas quando se encontram em condições de hipoxémia. Assim, nas subidas das montanhas é só tomar o comprimido azul e mais ninguém o apanha. Claro que podem ocorrer algumas complicações dignas de Priapo, o que não é nada aconselhável com aquele equipamento…
Palpita-me que os inibidores da 5-fosfodiesterase ainda acabam por parar à lista de substâncias dopantes.

5 comentários:

João Melo disse...

nadadoras masculinas da Rda, professor Massano Cardoso.o doping era mais generalizado na Alemananha do leste..

crack disse...

Professor Massano Cardoso, só com a ajuda deste post percebi a razão do "apagão" de Marçal Grilo, enquanto ministro da educação.Falta de dopping, está visto! Passou nas "análises", mas também se ficou pela cauda do pelotão, não restando história nem memória da sua passagem pela 5 de Outubro.

Tonibler disse...

Bem, que não é só bife e batatas, não é de certeza. Para se fazer 250 km em cima de uma bicicleta todos os dias, mesmo a ver os passarinhos, tem que se tomar uma carrada de anti-inflamatórios e uma carrada de porcarias para limpar os músculos. Isso faz um atleta melhor que outro? Se calhar não, mas não me venham dizer que não é melhorar a performance recorrendo a químicos. E nem sequer estou a falar de substâncias proibidas, só estou a falar das legais....

Massano Cardoso disse...

Caro Menino Mau

Queria dizer, naturalmente, RDA e não RFA. Foi um erro que vou corrigir. Acontece...

João Melo disse...

...aos melhores , como é o caso acrescento eu!;)