Mesmo em tempos de férias, quer queiramos quer não, temos dificuldade em abstrair completamente das nossas actividades profissionais. Olhando à volta, ao estilo Pinho Cardão, verificamos que a obesidade é uma realidade. Eles e elas. Sobretudo elas que, através dos provocantes arcos corsarianos, revelam salientes barriguinhas prometedoras de "futuros proeminentes". O problema é delicado e de difícil resolução, não se prevendo sucessos significativos para os próximos decénios e gerações. Claro está que a ciência consegue dar explicações, interpretações e soluções. Neste último caso a descoberta de uma vacina contra a grelina – hormona produzida no estômago na ausência de alimentos e que obriga o cérebro a saciar a fome – que, nos ratos, é um sucesso garantido, dificilmente se poderá aplicar aos seres humanos, porque os jogos imunológicos não são para brincar, já que não há possibilidade de voltar atrás.
Afastada, de momento, esta solução, há necessidade de utilizar várias explicações para dar a volta a certos problemas. As interpretações evolutivas ajudam nalgumas situações. Vejamos o caso da mocita cheiinha que queria perder peso para ganhar a atenção do rapaz. Expliquei-lhe que em termos evolutivos o homem sempre preferiu as mulheres mais gordas, porque eram uma garantia de maior êxito de reprodução. Agora, um estudo veio revelar que os jovens, quando estão com fome, dão mais atenção às gorduchas, o que não acontece com os estômagos cheios. Sendo assim nada melhor do que dar o seguinte conselho: - Queres atrair o rapaz? Então, convida-o para almoçar, mas faz todos os possíveis para atrasar a refeição, invocando os mais diversos motivos. Vais ver que a fome vai obrigá-lo a olhar-te com outros olhos. O princípio evolutivo está sempre presente, é um imperativo biológico. Depois, como somos seres culturais, nada melhor do que dar-lhe uma boa refeição. Repete esta receita algumas vezes e vais ver se dá ou não resultado! Passados alguns tempos vi um par de pombinhos a arrufar alegremente na esplanada. - Então, como vai a carinha laroca do bairro? - Vai bem. Em cheio, senhor doutor!
Um caso não faz doutrina, claro está, mas, convenço-me, cada vez mais, que as pessoas se apaixonam não através do coração, mas através do estômago. É um pouco prosaico, mas não deixa de ser eficaz...
Ah! Não disponho de elementos para a situação inversa. Nos homens as barriguinhas enchem mais tarde, após as tais idades. Seria igualmente conveniente deixar de chamar à proeminência abdominal, "barriguinha da felicidade", já que é uma consequência da desvalorização da testosterona que, a partir mais ou menos dos 35 anos, diminui, à taxa anual de 1 a 2%. Ora, chamar "felicidade" quando a desvalorização desta tão importante hormona atinge certas cifras não me parece muito razoável...
Afastada, de momento, esta solução, há necessidade de utilizar várias explicações para dar a volta a certos problemas. As interpretações evolutivas ajudam nalgumas situações. Vejamos o caso da mocita cheiinha que queria perder peso para ganhar a atenção do rapaz. Expliquei-lhe que em termos evolutivos o homem sempre preferiu as mulheres mais gordas, porque eram uma garantia de maior êxito de reprodução. Agora, um estudo veio revelar que os jovens, quando estão com fome, dão mais atenção às gorduchas, o que não acontece com os estômagos cheios. Sendo assim nada melhor do que dar o seguinte conselho: - Queres atrair o rapaz? Então, convida-o para almoçar, mas faz todos os possíveis para atrasar a refeição, invocando os mais diversos motivos. Vais ver que a fome vai obrigá-lo a olhar-te com outros olhos. O princípio evolutivo está sempre presente, é um imperativo biológico. Depois, como somos seres culturais, nada melhor do que dar-lhe uma boa refeição. Repete esta receita algumas vezes e vais ver se dá ou não resultado! Passados alguns tempos vi um par de pombinhos a arrufar alegremente na esplanada. - Então, como vai a carinha laroca do bairro? - Vai bem. Em cheio, senhor doutor!
Um caso não faz doutrina, claro está, mas, convenço-me, cada vez mais, que as pessoas se apaixonam não através do coração, mas através do estômago. É um pouco prosaico, mas não deixa de ser eficaz...
Ah! Não disponho de elementos para a situação inversa. Nos homens as barriguinhas enchem mais tarde, após as tais idades. Seria igualmente conveniente deixar de chamar à proeminência abdominal, "barriguinha da felicidade", já que é uma consequência da desvalorização da testosterona que, a partir mais ou menos dos 35 anos, diminui, à taxa anual de 1 a 2%. Ora, chamar "felicidade" quando a desvalorização desta tão importante hormona atinge certas cifras não me parece muito razoável...
5 comentários:
Prof. Massano Cardoso
Espero que a 1ª parte do seu post não tenha qualquer pendor antropofágico!
Quanto ao resto, não percebo que num Estado hiperregulador não se limite, ou, pelo menos, se condicione, a comercialização de produtos que, não sendo saciantes, são altamente hipercalóricos.
Tanto mais, quanto o Estado não se inibe de intervir em matérias bem menos relevantes do que a saúde pública, quando esta apresenta riscos epidémicos sérios.
Caro just-in-time
As medidas que enunciou são passíveis de concretização e existem movimentos com tendência a legislar sobre o assunto. No fundo, o argumento da qualidade dos produtos pode ser invocado para restringir determinadas agressões. É complexo, mas não é impossível. No futuro iremos ver iniciativas do género, as quais sempre poderão ajudar a minimizar alguns dos efeitos.
Quanto ao tal pendor “antropofágico” não precisa de ser abordado, nem ser incentivado. É tão forte e tão natural que dispensa quaisquer comentários!...
Caro Pinho Cardão
Morrer de larica? Oh! Oh! Era uma forma de saborear que o meu amigo nunca mais esqueceria…
a barriguinha irritante, que tanto luto contra ela, eu acho que aparece porque a idade não perdoa. Ou tou enganada de todo?
Cara Mar Isa,
A idade pode não perdoar mas, há umas ferramentas muito boas para combater a dita.
A 1ª chama-se exercício físico, a 2ª chama-se boa alimentação e a 3ª chama-se cirurgia estética (caso as outras duas anteriores falhem).
Mas o que eu acho, francamente, aterrador é o facto de haver tanta gente jovem gorda. Não é ser-se "gorduchinho(a)", é gordo(a) mesmo. "Gorduchinho(a)" é apenas um diminuítivo utilizado para não se ferirem susceptibilidades de terceiros.
Quando eu andava na escola, tenho a percepção de que não existiam tantas pessoas de grandes dimensões e fazia-se mais exercício físico. Não posso falar, exactamente, por mim porque fui, uma daquelas pessoas que durante 21 anos fez ginástica de competição (treinava 3 horas por dia durante a semana, 6 horas ao fim-de-semana, ainda tinha tempo para estudar e tinha boas notas). Agora, além de parecer que fica tudo sentadinho em casa a ver televisão e a maior parte dos jovens parece que são burros como um penedo.
Já diziam os antigos gregos: «Corpo são, mente sã».
Penso que as abordagens, que o Professor MC tem vindo a fazer, acerca do problema da obesidade, são muito pertinentes e é preciso "sensibilizar" (detesto esta palavra)as pessoas que, a gordura não é formusura.
Gaita! Esqueci-me das aspas! É "formúúsura"... é «nú» que dá escrever estas coisas logo de manhã.
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