Em comentários ao Post de Pinho Cardão sobre o encerramento (subsidiado) da fábrica de açúcar de beterraba de Coruche, foram sugeridas alternativas para a aplicação dos fundos afectos a esse investimento, designadamente os combustíveis renováveis.
Refira-se que a utilização dos combustíveis renováveis é um tema muito actual nos EUA, onde a produção de ETANOL (sobretudo) e de BIODIESEL deverá aumentar bastante nos próximos anos.
Em concreto, a produção destes bio-combustíveis nos EUA deverá passar dos 4 mil milhões de galões (1 galãoUS= 3,783 litros) no corrente ano para cerca de 7,5 mil milhões de galões em 2012, taxa de crescimento anual superior a 10%.
Esta evolução é consequência de uma lei sobre a energia, entrada em vigor em Agosto do ano passado (assinada pelo Presidente a 8 desse mês), a qual traduz um forte compromisso oficial para a expansão do consumo de combustíveis renováveis.
O ETANOL e o BIODIESEL são obtidos a partir de recursos renováveis, ao contrário dos combustíveis fósseis cujas reservas não podem ser renovadas, sendo muito menos poluentes.
Porque são renováveis e menos poluentes, estes combustíveis apresentam um grande potencial para transformar o mercado energético, a médio e sobretudo a longo prazo.
A sua extracção faz-se a partir de produtos agrícolas – o ETANOL a partir do milho ou da cana do açucar, o BIODIESEL a partir de óleo de soja (para além das gorduras residuais como os óleos de cozinha queimados).
Quer dizer que a mais do que provável expansão da produção destes novos combustíveis vai implicar uma nova oportunidade para a produção agrícola em muitos países.
A produção de ETANOL está bem mais avançada do que a de BIODIESEL nos EUA.
Os 4 mil milhões de galões produzidos no corrente ano são na quase totalidade ETANOL.
O consumo de BIODIESEL anda pelos 30 milhões de galões (0,75% do consumo de etanol).
O ETANOL é misturado com a gasolina, em duas modalidades distintas, o E10 (mistura com 10% etanol) e o E85 (mistura com 85%). A primeira pode ser usada em qualquer veículo, a segunda requer uma adaptação ( FFV ou flexible fuel vehicles).
Os FFV, como o nome sugere, podem utilizar qualquer tipo de combustível: gasolina, E85 ou uma combinação dos dois.
Quanto ao BIODIESEL, utilizam-se actualmente em mistura de 20% no gasóleo (B20), a qual podem ser utilizadas em qualquer veículo. Também é possível a utilização de 100% (B100), mas esse requer uma modificação nos motores.
Resta dizer que o Brasil é o país mais avançado na produção/consumo de ETANOL, pois 20% dos combustíveis consumidos actualmente consistem em misturas deste combustível, contra cerca de 1% no resto do Mundo.
No caso do Brasil, o ETANOL é extraído a partir da cana do açúcar, processo que é cerca de 30% mais barato do que o da extracção a partir do milho.
Estará aqui uma oportunidade interessante para a agricultura portuguesa? Parece-me bem que sim, mas é curioso que não exista qualquer debate sobre o assunto.
14 comentários:
Lá estamos nós nas lateralizações.
Não acha que é mais importante renovar a rede ferroviária de desviar tráfego das estradas para o comboio, mesmo que seja através das actuais transportadoras, do que andar a imaginar culturas alternativas para as quais não temos dimensão para ser rentáveis.
Ou não é verdade que 60% dos gastos com petróleo em Portugal são com os transportes viários?
Cumprimentos
Adriano Volframista
Caro Tavares Moreira,
Acho que é necessário uma extensão enorme de terreno para a coisa funcionar bem. E depois, vinha logo um subsídio europeu para cortar a cultura toda. Mas, a dar-lhe razão, sempre vi a hipótese como afastada mas nunca vi as razões para tal.
Caro Volframista,
Não chegam já as experiências que temos e o dinheiro mal gasto?
Caro Tonibler
De acordo.
Mas sempre seria mais bem gasto do que cultivar o que seja
Cumprimentos
Adriano Volframista
Meus Caros,
Sugiro-lhes que reflictam um pouco mais.
Quando sugeri o debate acerca deste tema, não estava a pensar nos estritos limites da produção no espaço geográfico português.
A agricultura portuguesa, quer dizer os agricultores portugueses, têm a possibilidade de aplicar as suas capacidades em espaços mais vastos do que esse ou não têm?
Porque não poderá a agricultura portuguesa pensar em produzir noutras áreas, seguindo o exemplo de abertura de outros sectores de actividade?
Em Angola, por exemplo, existem centenas de milhares de hectares onde é possível a produção de milho em óptimas condições.
Porque estaremos sempre a raciocinar em termos de acantonamento rectangular?
A energia, ou melhor, as alternativas ao petróleo como fonte quase exclusiva desta, tem necessáriamente de ser um tema incontornável em todas as sociedades actuais; é que:
- independentemente da durabilidade estimada das reservas de petróleo conhecidas e das que estão para descobrir;
- indendentemente dos conflitos e conjunturas internacionais que têm contribuido para aumentar drasticamente o preço do barril de petróleo - que continua cada vez mais a ter também um custo em vidas humanas;
- independentemente do aumento global da temperatura, da diminuição das calotas polares, da subida dos níveis das águas e do tamanho do buraco da camada de ozono;
- independentemente da vida facilitada, do comodismo do automóvel, do plasma e do Hi-Fi made in China;
Portugal depende do estrangeiro em quase 100% da energia que consome. Não será altura de criar um centro de pesquisa, dotado dos melhores meios técnicos e humanos possíveis (nacionais e internacionais), unicamente vocacionado para a pesquisa de novas fontes de energia (renováveis ou não)? Esse sim, um investimento onde os investigadores e os responsáveis fossem principescamente pagos, desde que as metas fossem atingidas. Seria possível a Portugal estar na linha da frente dessa investigação, em vez de gastar 30 ou 40 vezes mais na reestruturação de linhas ferroviárias e de transportes públicos que dependem quase sempre, em última análise, do petróleo?
Desta forma, a proposta de T.M. não é de todo descabida; contudo, podemos ir ainda mais longe, dadas as condições políticas que o país actualmente dispõe: um PM adepto das novas tecnologias e um PR que daria de certeza todo o apoio a um projecto destes, com cabeça, tronco e membros. Se conseguirmos pensar mais à frente, será mais fácil de lá chegar.
Em Portugal, o assunto dos apoios à energia renovável tem passado sem debate e à margem da opinião pública.
Se calhar muitas pessoas não tem a noção destes factos, mas o objectivo estabelecido em Portugal, no que diz respeito à energia eólica, é o de ter 4.000 MW instalados em 2010. Na verdade, deveremos chegar a 2010 com um valor superior. Podemos fazer umas contas de "costas de envelope". 4.000 MW representam uma produção de cerca de 9GWh/ano. Ora bem, como o subsídio dado à produção eólica (diferencial entre o valor de mercado da electricidade e valor pago ao produtor) é de cerca de 40€/MWh, isso significa que o sobrecusto que teremos, em 2010, induzido pela produção eólica, será de cerca de 360 milhões de euros. Esse sobrecusto será dividido por todos os consumidores de electricidade, que são cerca de 6 milhões (i.e., número de consumidores de electricidade, ou de "contadores"). Portanto, todos pagaremos 60€ para financiar as eólicas, em 2010. Parece muito? As contas que apresentei foram feitas "por baixo" e a capacidade continuará a aumentar para além de 2010.
No entanto, a energia eólica seria rentável mesmo com subsídios mais baixos. Nas actuais condições, o "pay-back" de um parque é de 7 anos.
Acresce que para se construir ums central renovável tem de se passar por um processo de licenciamento que é um inferno de burocracia, o qual desincentiva as pequenas centrais.
O resultado disso é mais visível no solar, uma fonte dispersa por natureza (as economias de escala são modestas). Em vez de termos muitas centrais pequenas nos telhados de nossas casas, vamos construir a maior central solar do mundo - é preciso falar sobre o disparate que isso é? Em contrapartida, basta dizer que os alemães tem mais solar do que nós, e disperso em pequenas centrais (nos telhados das casas, por exemplo).
A área das renováveis - da energia em geral - merecia um debate mais sério e aprofundado em Portugal. Infelizmente, tudo se decide no resguardo dos gabinetes. sob influência de poderosos lobbies.
Bem digo-vos uma coisa, se eu já não percebo nada de economia então, de energias alternativas percebo muito menos. Até vos digo mais, sou um verdadeiro cepo.
Agora, eu percebo o post do dr. TM num sentido abrangente e numa óptica da transformação das indústrias. Tudo o que seja mais específico do que isso, já é pedir demais ao meu "petit" cérebro. Por isso, e da forma como o estou a entender, não posso dizer que discorde.
No entanto, e apesar de não "ver um boi" do assunto que o Nuno Nasoni está a falar (sorry, não é a minha área), há uma coisa que eu percebo (ou pelo menos eu acho que percebo); é necessário encorajar a produção de energias alternativas. E o encorajar, não precisa de passar pelo apoio financeiro do Estado(até porque sou contra essas coisas), basta passar pela criação de condições para que estas indústrias possam ser viáveis.
Quem quer que seja que queira investir nestas coisas, não pode ficar "décadas" à espera de uma licença ou ficar pendurado por causa de processos burocráticos que não lembram ao careca porque, tudo isso custa muito dinheiro.
Acredito que seja legítimo o financiamento das energias renováveis - embora me cause perplexidade o quase abandono da opção pelas barragens, que são investimentos financeiramente sustentáveis e quando o potencial dos nossos rios, nomeadamente da bacia do Douro, está longe de ser totalmente explorado do nosso lado da fronteira. A situação do lado de lá, como devem calcular, é a inversa.
As energias renováveis trazem diversos benefícios - ambientais, desenvolvimento tecnológico (I&D), criação de emprego, redução da dependência do exterior em matéria energética - que podem justificar uma aposta nesta área. Para além da certeza de que os combustíveis fósseis, sobre os quais assenta toda a nossa civilização, são finitos.
Mas, e este mas é importante, todo o financiamento deve ser feito com transparência. Existem duas "escolas" nesta matéria - a europeia e a americana. Os europeus tendem a financiar a energia produzida, o que significa que não têm custos no arranque do projecto. A factura só é percebida ao longo do tempo de vida das centrais, e aí fica-se preso a subsídios durante muito tempo (na situação actual em Portugal, 15 anos, mas já foi mais).
Nos EUA, opta-se por subsidiar a construção. Desta forma, o subsídio é pago de uma vez - com reflexos imediatos no orçamento desse ano e de forma transparente - e a central depois fica entregue a si própria, tendo de vender energia ao preço de mercado. Não escondo que prefiro esta opção.
Mas a questão que o Anthrax reforça também é outro aspecto a modificar. O processo de licenciamento de centrais renováveis, como disse, é um inferno de burocracia e desincentiva as pequenas centrais particulares. A experiência mostra que muitas pessoas estariam dispostas a comprar uma pequena central solar para suas casas, ou uma pequena turbina eólica para as suas propriedades, mesmo que perdessem algum dinheiro. Pode ser um objecto que mostre preocupação ambiental ou bem-estar ao proprietário. Pode ser uma alternativa à compra de um televisor LCD ou outro bem de consumo electrónico. Mas o nosso processo de licenciamento desencoraja fortemente essa opção, fazendo com que não exista mercado para essas pequenas centrais domésticas.
Meus Caros,
Perdoem a minha ignorância no capítulo do licenciamento de unidades produtoras de energias renováveis, mas o Simplex ainda não chegou até aí?
Não deveria ser esse um dos domínios privilegiados de aplicação do dito Simplex?
Quanto ao método de subsidiação dos projectos de energias renováveis, também me parece que o utilizado nos EUA é preferível, por ser mais simples, mais transparente, mais fácil de administrar, para além de ser economicamente equivalente.
Não estou inteiramente por dentro do processo de licenciamento, mas nas suas linhas gerais funcionará mais ou menos da seguinte forma:
Regularmente (ou agora nem tanto), a Direcção Geral da Geologia e Energia (DGGE) abre concursos para o licenciamento de centrais. Qualquer pessoa pode candidatar-se nessa ocasião, entregando os pedidos para avaliação da DGGE. Esta avalia os pedidos segundo uma série de critérios (tipo de central, mérito do projecto, impacto económico e ambiental, etc.). Alguns destes critérios podem ser subjectivos. A DGGE manda o processo à EDP, para que esta indique o ponto de interligação com a rede (obedecendo a regras bastante claras, que constam da legislação). A EDP responde à DGGE, que responde ao promotor.
A forma como os concursos são abertos pode ser algo arbitrária. Neste momento, por exemplo, está a decorrer um concurso para centrais de biomassa. Há pouco mais de um ano foi aberto um concurso para pequenas centrais solares. A DGGE recebeu, se bem me recordo, cerca de 4.000 pedidos de centrais de 5 kW (a potência total seria, portanto, 20 MW dispersos pelo país, ou seja, quase nada; a potência de um único parque eólico anda pelos 10 a 30 MW; um grande centro comercial ou uma pequena vila pode consumir facilmente mais de 10 MW). Esse concurso foi cancelado pelo actual governo, e que eu saiba, nunca mais reaberto.
Este percurso indicado é a "versão simplificada". Se eu quiser montar um parque eólico (como se sabe, situados nas cumeadas), preciso de me munir de uma série de autorizações de diferentes autoridades. Desde a arqueologia (não vá haver alguns vestígios na cumeada), ao ambiente (pode ser complicado se os terrenos pertencerem a uma área protegida, o que é frequente), às autoridades aeronáuticas (não vá o parque colidir com a rota de aproximação de alguma pista)...
Uma resposta negativa de alguma destas autoridades coloca o processo na estaca zero. Portanto, o licenciamento de um parque é coisa para demorar facilmente alguns 2/3 anos. Escusado será dizer que, para quem tem uma pequena empresa com reduzidos recursos de consultadoria jurídica, o processo pode tornar-se num pesadelo insolúvel...
Caro Nuno Nasoni,
Agradeço o esclarecimento e compreendo a dificuldade.
Parece-me todavia possível introduzir alguma racionalidade e celeridade nesses processos, através de pre-definições que reduzam as incertezas da tramitação subsequente.
Não lhe parece também possível esse tipo de modificações?
Caro Tavares Moreira,
Para mim, foi um prazer intervir nesta discussão. Devo dizer que me surpreende a pouca atenção que é dada aos temas energéticos pela sociedade em geral. Por um lado, trata-se de uma questão essencial para o nosso modelo civilizacional e que deveria merecer especial atenção num país fortemente dependente do exterior como é o nosso - sobretudo quando se constata que o preço dos combustíveis fósseis tende a subir, e que estes são obtidos em regiões do globo cada vez mais conturbadas. Por outro lado, quando falamos em renováveis, falamos em investimentos vultuosos. Como disse, a capacidade instalada eólica em Portugal deverá exceder os 4.000 MW em 2010, contra os cerca de 1.000 MW que já temos. Se disser que 1 MW vale cerca de 1,1 milhões de euros, pode-se verificar a dimensão dos investimentos a realizar.
O PSD, lamentavelmente, tem dado muito pouca atenção a estas questões, e até tem afastado pessoas que num passado recente colaboraram com a definição da política energética a seguir pelo Partido... Poderia ter uma voz muito mais activa e avisada nesta matéria!
Respondendo à questão, devo começar por esclarecer que não trabalho com energias renováveis, embora seja um apaixonado por estas tecnologias, e me tenha dedicado a estudá-las. Por isso, poderão faltar-me conhecimentos sobre os mecanismos de licenciamento e os seus aspectos mais práticos. Mas, em termos de filosofia, acho que o processo foi mal concebido. Já confessei a minha simpatia por subsídios à construção das centrais, por oposição aos subsídios à energia (curiosamente, o governo pretende cortar os reduzidos benefícios fiscais que ainda existem relativamente à aquisição de equipamentos renováveis).
Esse "pecado original" complicou todo o processo de licenciamento. Porque os subsídios são, em muitos casos, demasiado generosos, o interesse em investir nessa área é imenso. Logo, tenta-se limitar por via do licenciamento - quando a limitação deveria ser feito pelo mercado. Para isso, bastaria atribuir um subsídio baixo à contrução e subi-lo gradualmente até até haver interessados em quantidade suficiente (ou usar, desde logo, uma técnica de formação do valor do subsídio em função da oferta declarada para cada nível de subsídio; não sendo financeiro, não sei se seria possível usar esta técnica num mercado que poderia ser demasiado "estreito").
Acresce que a evolução tecnológica destas centrais tem reduzido drasticamente o seu "break-even" de rentabilidade, pelo que o subsídio "justo" de hoje é exagerado amanhã.
Em relação às pequenas centrais, não vejo porque não poderia haver soluções do tipo "plug-and-play", ou quase - sobretudo se os subsídios fossem à aquisição, o que só por si simplificaria tremendamente o processo. O impacto das pequenas centrais - como as solares de 5kW - na rede é diminuto, pelo que bastaria empregar-se equipamentos normalizados e informar-se a utility da interligação.
Compreendo que a interligação de um grande parque eólico - mas não um pequeno, i.e, uma torre com menos de 500 kVA, por exemplo - possa obrigar a alguns cuidados especiais. Mas não há razão para o licenciamento demorar mais de 1 ano. Não sei se há falta de coordenação entre as muitas entidades que são ouvidas no processo, ou se são ouvidas entidades a mais (em Portugal, existem entidades para tudo e mais alguma coisa). E não sei porque é que não pode haver uma maior comunicação entre as entidades, para que o processo seja analisado numa óptica global. Porque cada entidade analisa o processo de forma isolada, e qualquer chumbo é vinculativo. Assim, supondo que são ouvidas as entidades A, B e C. A entidade C chumba, mas as outras duas aprovam. Processo chumbado. Faço as alterações que satisfazem a entidade C (nomeadamente alterando a localização do parque) e envio às entidades A, B e C. A C aprova, mas a A chumba. Volta tudo ao início...
Isto vai longo, mas como disse não concordo com a filosofia de atribuição de licenças, que me parece algo obscura. Quando faço um concurso, aparecem vários candidatos e aprecio os méritos de cada um de forma casuística. Atribuída a licença a um candidato, esta fica "cativa" (os recursos de ligação à rede, ou "pontos de interligação", são escassos por razões de natureza técnica). Mas nada me garante que esse candidato queira efectivamente construir o parque. Muitas vezes, ganha-se a licença só para tomar posse desse recurso escasso que é o ponto de interligação. A venda de pontos de interligação é ilegal, mas há formas de contornar a lei (segundo sei, cria-se uma empresa que tem a licença como activo e vende-se a empresa). Como a atribuição do ponto de interligação não tem custos, é um bom negócio. Fala-se à boca pequena de transacções de pontos de interligação para 10 MVA eólicos por quantias superiores a meio milhão de euros - só o ponto de interligação, sem terrenos, nem investimentos, nem nada...
Na minha modesta opinião, teria sido mais transparente determinar-se a capacidade de recepção da rede nos seus pontos de recepção, e leiloar a capacidade. A receita até reverteria a favor do Estado (compensando-o, até, de eventuais distorções no mercado que introduza por dar subsídios à energia exagerados), e não de uns oportunistas que se aproveitaram das lacunas deste modelo kafkiano...
Excelente contributo o seu, meu Caro Nuno Nasoni. Veio enriquecer bastante este debate, que fica aberto para futuras sessões.
Muito obrigado pela simpatia, Tavares Moreira. Foi um prazer.
Estarei à disposição para outras oportunidades. Entretanto, caso o pretenda, deixo-lhe o meu endereço nuno_nasoni@hotmail.com. Caso o pretenda, poderei fornecer-lhe o meu contacto.
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