A propósito do post anterior um dos amigos atentos ao que por aqui se escreve, cujo interesse pelas questões do direito e das relações internacionais conheço bem e cuja opinião muito respeito, enviou-me um e-mail defendendo em suma que a solução para o conflito passará pela maior capacidade de a Europa se envolver na busca de uma resolução pacífica no quadro da Carta das Nações Unidas.
Tenho lido opiniões semelhantes. Suscitam-me algumas reservas que aqui sintetizo em brevíssimas linhas.
Primeiro, este não é um conflito entre Estados (ainda não é, e esperemos que nunca o venha a ser). É uma guerra aberta entre um Estado e uma organização terrorista sedeada no território de um Estado, mas que não exerce nele, formalmente, o poder político. Uma organização que atenta contra a segurança e, em alguma medida, contra a existência de Israel que aí encontra fundamento para desencadear a guerra. Nesta circunstância residirá sempre uma dificuldade de aplicar "receitas" jurídicas que foram pensadas para confrontos entre soberanias.
Quanto ao maior envolvimento da Europa. Os factos comprovam que a UE pura e simplesmente não existe em matéria de relações externas e de defesa. Existe o Reino Unido em estratégia quase sempre concertada com os EUA. E quando se trata de conflitos no médio-oriente, existe a França com uma estratégia concertada consigo própria e com os seus interesses na região. A UE, enquanto tal, não mete prego nem estopa. Ou melhor, meterá quando for o momento de pagar a conta de reconstrução do Líbano...
Tenho lido opiniões semelhantes. Suscitam-me algumas reservas que aqui sintetizo em brevíssimas linhas.
Primeiro, este não é um conflito entre Estados (ainda não é, e esperemos que nunca o venha a ser). É uma guerra aberta entre um Estado e uma organização terrorista sedeada no território de um Estado, mas que não exerce nele, formalmente, o poder político. Uma organização que atenta contra a segurança e, em alguma medida, contra a existência de Israel que aí encontra fundamento para desencadear a guerra. Nesta circunstância residirá sempre uma dificuldade de aplicar "receitas" jurídicas que foram pensadas para confrontos entre soberanias.
Quanto ao maior envolvimento da Europa. Os factos comprovam que a UE pura e simplesmente não existe em matéria de relações externas e de defesa. Existe o Reino Unido em estratégia quase sempre concertada com os EUA. E quando se trata de conflitos no médio-oriente, existe a França com uma estratégia concertada consigo própria e com os seus interesses na região. A UE, enquanto tal, não mete prego nem estopa. Ou melhor, meterá quando for o momento de pagar a conta de reconstrução do Líbano...
6 comentários:
Ui, "Direito Internacional"....
Caro JMFA, se há coisa que não se conjuga é direito e internacional.
"Direito Internacional" é uma expressão que traduz uma fraude cujo lema é "Vae Victis".
Sejamos honestos quando olhamos para as relações internacionais com base na moralidade pessoal. O maior inimigo do português é o espanhol, o francês, o inglês, dependendo da ocasião, dependendo da circunstância. Quando uma fábrica alemã resolve fechar em Freamunde para ir matar a fome a 1000 crianças no extremo oriente, nós não temos problema nenhum em virar o problema a nosso favor, esquecer que as criancinhas vão morrer, e bradar contra o capitalismo. Se forem os israelitas a bombardear as criancinhas então é caso para nos unirmos todos contra a barbárie.
Pois, mas as 1000 criancinhas vão morrer quer num caso, quer noutro. Significa isto que, de acordo com o direito internacional claro, o que é relevante é a arma com que se mata, não o assassinato por si.
Pedir que a Europa se una em relação a alguma coisa, isso só acontece numa única circunstância, como a história já nos ensinou a todos - que a coisa dê dinheiro a todos. Senão, esqueçam lá isso do ideal europeísta...
Caro JMFA,
Pois confesso que partilho da sua opinião mas, reconheço que a perspectiva do seu amigo não é tola de todo, apenas parte de uma visão para Europa. É legítima essa visão mas, a verdade é que os factos não apontam para que a PESC algum dia venha a funcionar.
Quanto ao camarada Tóni, pois que quer que lhe diga? Concordo com todas as letrinhas do seu comentário. Mesmo. Não há espaço nem para eu inventar um bocadinho. Que indecência!
em 67 e em 82 , a guerra era entre estados.hoje em dia a tecnologia permite que os terroristas lançem nuvens de fuma sobre as organizões do direito internacional , como a ONU,para quem sinceramente o mundo se está a borrifar e não lhes dá credibilidade.devo dizer que isso do "direito internacional" sempre me pareceu um argumento instrumental , daqueles que dá jeito de vez em quando.Quando paises como a china e a russia (violadores sistemáticos dos direitos humanos )tem o poder de veto no conselho de segurança da ONU e paises como cuba e a libia se sentam na Comissão dos Direitos humanos da ONU e constantemente utilizam esse argumento ,sempre como arma de arremesso contra os EUA..bom dá que pensar.
Quanto á questão da Europa,duas pontos.
1.A organização,a estrutura e o processo de decisão.25 paises com diferentes ideologias,culturas e maneiras de ver o mundo.. é dificil de chegarem a acordo.
2.Alguns "pesos pesados" com visões sobre os eua e rivalidades , muitas vezes estupidas.A frança a quem após a segunda guerra mundial , o UK deu a mão e levou para o conselho de segurança para contrabalançar o poder da potência emergente , os Eua.Em vez de um contrapeso, a frança sempre pareceu um animal ferido , pela humilhação que sofreu na WWII.França ,que mesmo durante a guerra fria , aceitou a condição de aliado de forma relutante.acabada a guerra fria , passou para uma posição de confronto com os eua, iniciando uma guerra cultural ( ah grande jean paul sartre!) , intoxicando a opinião publica internacional contra os Eua.
A grã-bretanha, por outro lado em nome da "relação especial", sempre esteve ao lado dos Eua.e estará sempre.
dito isto , quando estes dois não estão de acordo na UE, nada pode funcionar na ue . e assim a europa será inutil no libano se for para fazer figura de corpo presente..
Quando estes dois, não. Quando estes três. O amigo, Menino Mau, esqueceu-se de incluir a Alemanha.
Não se esqueça que cada vez que a Alemanha tem uma constipação, o resto tem uma pneumonia.
não me esqueci.mas a alemanha , pela história que tem e por sentir q israel é um peso na sua consciência.a alemanha tem sido um aliado mais ou menos silencioso de israel.e nesta situação tem apaziuado a frança.agora o cadáver politico que é chirac veio a terreno "mostrar faladura", tentar mostrar o peso politico que ele e a frança já não teêm.mas no resto concordo consigo anthrax.França , grã-bretanha e a alemanha são quem manda na ue . e se os 3 não se entendem ..a ue não se entende
Tonibler... 5 Estrelas. Captou toda a essência da coisa... mas as 1000 crianças no extremo oriente não se vêem nas notícias!
O problema da França é que tem de apaziguar internamente a juventude reivindicalista que ajudaram a criar, a mesma que mata as pessoas com base na côr da pele e da religião, a mesma que incendeia os carros e escolas, a mesma que...
Enfim, palavras para quê... São uns pobres coitados.
Meus caros, isto é só o prelúdio...
O Schwarzkopf é que tinha razão!
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