O PSD, e bem, a meu ver, tem sido sempre contra a regionalização. Foi-o no referendo, como o foi há três meses, no último Congresso, quando rejeitou uma moção de Mendes Bota, Presidente da C. Política do PSD do Algarve.
Não tendo nunca a regionalização constituído objectivo político do partido, a inscrição “O Algarve é uma Região” no púlpito dos oradores da “festa” da Quarteira organizada por Bota só se pode entender como uma OPA do Bota sobre o PSD.
Isto é, Mendes Bota organizou um evento, supostamente para unir e mobilizar o Partido, para dele oportunisticamente se utilizar na sua própria propaganda pessoal e nos seus particulares desígnios políticos.
Tanto assim é que o comunicado que a Comissão Política do PSD do Algarve, por si liderada, refere, expressamente e sem qualquer sinal de vergonha, que a “intervenção mais marcante da noite pertenceu a Mendes Bota”, que conseguiu “mobilizar a assistência”!....
O auto elogio e a forma como pretendeu exibir, para mero proveito próprio, ideias que nunca foram aprovadas pelo seu partido, colocando-o ao seu serviço, retratam a mediocridade de muita da acção política e assim o descrédito de grande parte dos seus agentes.
Como social-democrata com cartão, de há um ano e meio a esta parte, não fiquei satisfeito.
Não tendo nunca a regionalização constituído objectivo político do partido, a inscrição “O Algarve é uma Região” no púlpito dos oradores da “festa” da Quarteira organizada por Bota só se pode entender como uma OPA do Bota sobre o PSD.
Isto é, Mendes Bota organizou um evento, supostamente para unir e mobilizar o Partido, para dele oportunisticamente se utilizar na sua própria propaganda pessoal e nos seus particulares desígnios políticos.
Tanto assim é que o comunicado que a Comissão Política do PSD do Algarve, por si liderada, refere, expressamente e sem qualquer sinal de vergonha, que a “intervenção mais marcante da noite pertenceu a Mendes Bota”, que conseguiu “mobilizar a assistência”!....
O auto elogio e a forma como pretendeu exibir, para mero proveito próprio, ideias que nunca foram aprovadas pelo seu partido, colocando-o ao seu serviço, retratam a mediocridade de muita da acção política e assim o descrédito de grande parte dos seus agentes.
Como social-democrata com cartão, de há um ano e meio a esta parte, não fiquei satisfeito.
Marques Mendes só podia não comparecer. Tem alguns passivos, mas este é também um crédito que lhe deve ser concedido.
7 comentários:
Parece-me que o PSD foi contra AQUELA regionalização que foi referendada e não contra a regionalização em abstracto. Mas posso estar enganado. Quanto ao Bota, gostava mais dele quando era pimba só na música.
Caro Pinho Cardão,
O PSD, contrariamente ao que diz - "Não tendo nunca a regionalização constituído objectivo político do partido" - foi durante muito tempo, o grande partido da Regionalização em Portugal. Sá Carneiro foi o político em Portugal que mais defendeu a Regionalização, infelizmente para o País a sua morte extemporânea inviabilizou este seu desiderato.
Também os governos de Pinto Balsemão tiveram como prioridade a Regionalização. Todavia a grande instabilidade política que então se vivia também não permitiu avançar com esta importantíssima reforma administrativa.
O PSD promoveu e votou favoravelmente a Lei da Instituição das Regiões (1991).
Marcelo Rebelo de Sousa sempre foi um convicto regionalista, apenas razões de táctica política o levaram a votar desfavoravelmente o referendo, ressalvando contudo, que era apenas contra "aquela regionalização".
Para se inteirar melhor de todos estes factos, convido-o a visitar o Regionalização
Cumprimentos,
Caro Pinho Cardão,
Na foto do Post, encontramos um Mendes Bota (?) um tanto desbotado. Serão as primeiras consequências da regionalização ou a imagem é de outra individualidade?
Quanto à Regionalização propriamente dita, julgo que estamos a caminhar para uma situação em que esse projecto se encaixa quase na perfeição.
Como antigo "objector de consciência" da regionalização estou hoje à vontade para reconhecer que grande parte dos malefícios que desse projecto se poderiam esperar já estão realizados ou em vias de.
Assim, a regionalização poderá aparecer como a "cereja em cima do bolo".
O Euro encarregar-se-á, bem a contragosto do nosso muito estimado Tonibler, de acomodar as regiões nos lugares que por direito lhes pertencem.
Mas deixe lá avançar as regiões, meu Caro!
Num aspecto tem o Pinho Cardão inteira razão: não é politicamente lícito aproveitar aquele momento para dar pública ideia de que o PSD apoia a instituição daquela concreta região. Até porque o problema da descentralização territorial não é um problema de uma região, é um problema do País. E anda mal quem se apresenta como regionalista mas ignora a discussão do modelo de descentralização para se polarizar no seu cantão (ou cantinho).
Aliás, nesta matéria anda muito equívoco pelo ar. E tal como o nosso Tavares Moreira sugeriu em relação à Ota, é urgente continuar o debate interrompido pelo referendo que - atenção! - rejeitou aquela proposta de regionalização e não a opção pela descentralização territorial.
Há de resto que registar que em boa verdade o debate nunca se extinguiu. Sempre que o tema é suscitado, nem que seja nas ocasiões de morte anunciada logo seguida de ressureição dos governadores civis, há quem se movimente, opine, discuta. E há também quem mantenha permanente e galhardamente desfraldada a bandeira da descentralização nas regiões, como é o caso do blog ´Regionalização´ do AA Felizes, que contém interessantes apontamentos e importantes contributos para a reflexão sobre um tema que está longe de ser dispiciendo no quadro da discussão mais geral do modelo de administração pública.
Quanto ao evento propriamente dito e ao seu promotor...bom, este comentário já vai longo e eu estou com sono. Fica para outra vez. Ou não!
Caro Tavares Moreira,
é por saber que regiões o euro vai acomodar que o vejo a contragosto. Deixemos as regiões avançar, sim, porque as do euro não incluem Portugal independente.
Não posso estar mais de acordo consigo, caro Pinho Cardão.
A Regionalização não se faz aos bochechos, em função de tácticas pessoais ou de manobras políticas. O comportamento de Mendes Bota não foi leal nem escorreito (para utilizar um eufemismo).
Discuta-se o tema de forma aberta e transparente!
E, aqui, concordo com o Ferreira de Almeida, não á possível tratar da Regionalização sem falar do modelo de Administração Pública e Administrativa, regional e local, que se pretende para Portugal (incluindo os serviços centrais e descentralizados do Estado, Institutos Públicos, Municípios, ...).
Para mim está claro, a regionalização é uma variável dependente da racionalização do tecido administrativo, central e municipal. Sem esta não deverá ocorrer aquela. Em síntese, não se deve mexer um dedo para aumentar a despesa pública do Estado, onde quer que esta ocorra, salvo se houver as correspondentes receitas - sem ser à custa do incremento dos impostos directos e indirectos.
Caro Pinho Cardão,
Não sou adepto da regionalização e convicto muito menos.
Acontece que fui militante contra o projecto da regionalização referendado há quase 8 anos, na companhia de Pessoas que V.Exª muito preza estou certo - uma delas o Dr. Daniel Proença de Carvalho.
Mas também acontece que os malefícios que eu antevia nesse projecto acabaram por se realizar, em boa parte pelo menos, sem necessidade de recurso a esse instrumento de desperdício.
Por outro lado, os constrangimentos que hoje impendem sobre as finanças publicas - e que nos vão acompanhar por largos anos, não tenhamos ilusões - tornam a discussão em torno desse assunto quase irrelevante.
Por isso é que disse que o Euro se encarregará de colocar as regiões, caso sejam criadas em acto legislativo de rara inspiração, no lugar que por direito lhes pertence - na prateleira, para ser mais explícito.
Neste contexto, limito-me a exprimir a minha opinião de forma sincera (grave defeito nos dias que correm, não devo esquecer): podem criar as regiões à vontade, que nada de significativo acontecerá.
Devo abrir uma única possível excepção: as agências de rating poderão não ficar indiferentes e atribuir à dívida portuguesa uma nota de risco mais elevada.
Esse provavelmente o contributo mais relevante da "nova" regionalização.
Mas será que isso faz mesmo grande diferença?
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