A Fitch, uma das três mais importantes agências de rating, acaba de fazer um up grading do risco soberano externo e interno da Índia, face ao progresso no processo de consolidação fiscal e ao forte crescimento do produto interno e da balança comercial.
As finanças públicas estão controladas: o rácio da dívida pública é de 80% do PIB, menor que o nosso, e o deficit desceu, nos últimos 5 anos, de 10,1% para 7,5% do PIB, esperando-se que baixe para 3,8% no próximo ano.
São números notáveis para um país imenso, com mais de mil milhões de habitantes e em que só três cidades, Bombaim, Dehli e Calcutá têm 40 milhões de habitantes, equivalente à população de Espanha, debatendo-se com problemas difíceis nas políticas externa e interna.
Com finanças públicas saudáveis, que não constituem entrave ao desenvolvimento, a economia vem crescendo de forma notável. A Índia é já a 12ª economia mundial, embora o seu PIB ainda seja apenas 5 vezes superior ao português( 36ª economia).
De uma visita à de 15 dias à Índia que fiz em Julho do ano passado e da qual registei algumas impressões neste blog, não esclareci para mim o mistério de aquele país, com as suas enormes contradições e problemas, desigualdade imensa e aparente desorganização, conseguir disciplina orçamental e fiscal, controle da inflação, crescimento económico, desenvolvimento científico e crescimento económico.
Portugal, que cabia todo inteiro em Dehli, apresenta piores indicadores de finanças públicas do que a Índia.
A explicação estará na competência de uma classe política e na profunda incompetência de outra.
A da Índia, pelos resultados conseguidos, mostra saber ocupar-se com o essencial; a nossa entretém-se a gerir a imagem e a aparecer na televisão, com gravata ou sem gravata, a correr ou compostamente sentada.
Diz-se, para desculpar, que as nossas elites, nomeadamente a política, são o reflexo da sociedade. É uma contradição nos termos, pois ou é elite ou é reprodução da média e se não é elite devia abdicar de o querer parecer.
A Índia mostra a verdadeira influência de elites bem preparadas e por isso progride.
Temos mesmo que redescobrir a Índia!...
As finanças públicas estão controladas: o rácio da dívida pública é de 80% do PIB, menor que o nosso, e o deficit desceu, nos últimos 5 anos, de 10,1% para 7,5% do PIB, esperando-se que baixe para 3,8% no próximo ano.
São números notáveis para um país imenso, com mais de mil milhões de habitantes e em que só três cidades, Bombaim, Dehli e Calcutá têm 40 milhões de habitantes, equivalente à população de Espanha, debatendo-se com problemas difíceis nas políticas externa e interna.
Com finanças públicas saudáveis, que não constituem entrave ao desenvolvimento, a economia vem crescendo de forma notável. A Índia é já a 12ª economia mundial, embora o seu PIB ainda seja apenas 5 vezes superior ao português( 36ª economia).
De uma visita à de 15 dias à Índia que fiz em Julho do ano passado e da qual registei algumas impressões neste blog, não esclareci para mim o mistério de aquele país, com as suas enormes contradições e problemas, desigualdade imensa e aparente desorganização, conseguir disciplina orçamental e fiscal, controle da inflação, crescimento económico, desenvolvimento científico e crescimento económico.
Portugal, que cabia todo inteiro em Dehli, apresenta piores indicadores de finanças públicas do que a Índia.
A explicação estará na competência de uma classe política e na profunda incompetência de outra.
A da Índia, pelos resultados conseguidos, mostra saber ocupar-se com o essencial; a nossa entretém-se a gerir a imagem e a aparecer na televisão, com gravata ou sem gravata, a correr ou compostamente sentada.
Diz-se, para desculpar, que as nossas elites, nomeadamente a política, são o reflexo da sociedade. É uma contradição nos termos, pois ou é elite ou é reprodução da média e se não é elite devia abdicar de o querer parecer.
A Índia mostra a verdadeira influência de elites bem preparadas e por isso progride.
Temos mesmo que redescobrir a Índia!...
6 comentários:
Tenho colegas indianos que me questionam porque é que temos acidentes rodoviários se nas nossas estradas as faixas só tem um sentido.
Ainda assim, os indianos não consideram que precisem de um TGV (embora se morra nas viagens de comboio) ou que os aeroportos estejam superlotados.
O nosso problema não está na classe política, está naqueles que fazem dessas pessoas classe política. Se perguntar na rua, 99% acham que a OTA e o TGV são importantes para o país, que não viveríamos sem a A23, a A2, a A13 (alguém sabe o que é a A13?), o Euro, a Expo, o CCB,....
Caro Pinho Cardão,
Como reconhecerá, os problemas que afectam Portugal são da responsabilidade dos dois maiores partidos portugueses e dos seus eleitores.
Quanto à imagem do primeiro ministro (a correr ou sentado), julgo que não deve ser utilizada para a crítica politica.
Portugal precisa de um projecto que provoque a competitividade dos produtos nacionais no mercado global. Se isso passar por taxas de desemprego de 21%, não contestarei. Os trabalhadores consideram que o problema da produtividade e da dinamização da economia não lhes pertencem e os empregadores terão que assumir (practicamente e infelizmente) sozinhos esse papel.
Obviamente que quem se aliena das soluções sofre as consequências.
Um abraço
Estimado Pinho Cardão,
Perdoe-me a ousadia da pergunta: Esse post era a sério?... Não era pois não?
Resta saber dr. PC, se a Índia quer que Portugal a redescubra.
Mas caro Pinho Cardão, corrija-me se etiver errado; o problema da Europa é essencialmente a despesa social do Estado, e as obrigações do Estado derivadas do conceito de Estado providêncial nestas matérias (SS, Saude, Reformas, etc etc) coisa que como bem sabe não é assunto que preocupe a India. Para o confirmar, sugiro que consulte a estatisticas sobre a India no site da OMS e verá que a contas públicas equilibradas, como diz, está por corresponder tudo o resto (o que acho começa a ser uma fatalidade, mas isso é outro assunto...)
A India sempre deu ao mundo o melhor da elite intelectual, não duvido (ainda estou por perceber a fantástica vocação que têm para a Matemática... curioso), mas de facto comparar a India com Portugal ou com qq país Europeu em termos de contas públicas, uma vez que estes ultimos são especialmente afectados por este tipo de despesa, é o mesmo que dizer que a China trata bem os trabalhadores porque nem sequer há sindicatos...
Caro Pinho Cardão,
É então em nome desse equilibrio orçamental que temos que "compreender" que não há outro remédio para já para esses corpos estendidos que refere?
Sinto-me confuso, principalmente por saber que na Europa todos os cidadãos são iguais e o Estado pertence aos cidadãos e tem como função servi-lo (embora esta possa ser uma receita esgotada, mas isso é outro assunto, repito), e na India exista um sistema social de castas: As superiores a que pertencem as tais elites, e as castas inferiores, a que pertencem milhões de "corpos" desses à beira da morte, que não merecem qualquer atenção do Estado. E isto não é uma excepção, é um sistema social milenar instituido.
No entanto a India tem a bomba atómica, misseis de médio curso, umas forças armadas poderosissimas e milhões de pessoas a morrer de fome que nem um missil paquistanês conseguiria matar.
Está no caminho certo para criar condições sociais em que possa dar mais apoio social, com diz, mas duvido que o faça uma vez que é mais do que óbvio que presentemente já poderia oferecer mais aos seus cidadãos do que o que oferece.
E como dizia o outro "há vida para além do défice" sendo que no caso indiano, não há grande vida e também não há défice.
Entre uma coisa e outra, sinto-me confuso, como lhe disse...
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