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sexta-feira, 25 de agosto de 2006

“Vacas com sotaque”…

Presumo que todos já ouviram aqueles programas de rádio matinais em que se fazem os mais variados concursos, provavelmente com o objectivo de acordar as pessoas ou pô-las menos indispostas quando se deslocam para o trabalho, nomeadamente quando há engarrafamentos. Não são muito exigentes ou criativos, muitas vezes são mesmo meios parvos, mas, mesmo assim, deverão ter algum efeito preventivo no comportamento rodoviário e até modificador do comportamento. Um bom assunto a ser investigado.
Recordo-me de um concurso em que o casal conseguia imitar os mugidos de vacas de acordo com a nacionalidade das mesmas. Eram mesmo criativos e de facto ouvir uma vaca francesa ou italiana foi delicioso. Não me recordo bem da portuguesa. Mas não importa. Recordei-me deste momento quando li que um estudo da Universidade de Londres “afirma que as vacas, como as pessoas ao falar, apresentam sotaques regionais ao mugir”. É verdade! Os “muuuus” das vacas são diferentes de acordo com as regiões. Notável! Mas o assunto não fica pelas vacas, parece que os cães e os passarinhos apresentam sotaques diferentes consoante as regiões. No caso dos cães o “sotaque” canino é influenciado pela relação com o dono. No entanto o investigador, especialista em fonética, afirma que o fenómeno pode resultar do contacto com outros animais da região.Ora aqui está um bom ponto de partida para analisar os “muuuus” das vacas nacionais de Trás-os-Montes aos Açores. Já estou a imaginar algumas variações no sotaque.
Todos sabemos a forma de falar de um portuense, de um lisboeta, de um algarvio, de um alentejano, de um madeirense, ou de um micaelense, enfim, é do conhecimento geral e faz parte da nossa cultura. Mas, além destes sotaques regionais, há também outros tipos de “sotaques” a uma escala diferente, conforme o grupo a que se pertence, ou à influência do “dono”. Durante muito tempo era possível identificar um comunista, já que, muitos, copiavam o modo de falar à Álvaro Cunhal, ou, mais recentemente, na AR, era possível ouvir a entoação “socrática” pelo imitador de serviço. É muito comum a imitação da entoação de um dominante ou de alguém que se deseja copiar. Não sei se é correcto equiparar este fenómeno ao das “vacas”, mas que há, frequentemente, imitações quer do estilo, quer do andar, quer do vestir, quer na colocação das mãos, passando pela dita entoação e acabando na forma de pensar e de actuar do chefe, é uma realidade. Acabam por falar os mesmos “muuuus”…

2 comentários:

Virus disse...

É preciso que se diga que eu não li o estudo, no entanto vi na Sky News ontem (23/08) à noite uma reportagem sobre o assunto, seguida de uma extensa entrevista ao autor do estudo...

O assunto pareceu-me... absurdo... como mais absurdo ainda o é um canal de televisão dar a importância que deu ao assunto, se bem que teve o seu "quê" de cómico, pelo menos assim o acharam os "pivots" que iam entrevistando o responsável pelo estudo.

Quanto a mim só me veio à cabeça "que grande país é a Inglaterra, ontem falavam de bombas em dezenas de aviões e terrorismo, hoje falam de sotaques de vacas!... Até parecemos nós!"

Justiça seja feita, o assunto de tão absurdo que me pareceu fez-me ficar colado ao écran a ver a entrevista até ao fim!

PS-Deixo já a dica "PARABÉNS AO PRESIDENTE DA CÂMARA DE SOUSELAS"! :)

Anónimo disse...

Logo que comecei a ler o post lembrei-me de um dos miméticos de Sócrates. Em especial recordo-me de ver na AR um deputado que "clonava" Sócrates na perfeição. Nas inflexões de voz, mas também no gesto.