Já estou a ficar farto dos cartões de plásticos. Parece que não há ninguém que não os ofereça para obter descontos, para fidelizar o cliente, para pontuar coisas que nunca vamos comprar, para atulhar a pobre da carteira, para nos confundir no momento da sua escolha, para termos de fixar códigos e mais códigos, e, sobretudo, para encher a mula à banca, que nos “aluga” logo de início ou ao fim de algum tempo em que são “gratuitos”. Algumas entidades bancárias até os “oferecem” sem que sejam solicitados, para não falar dos assédios telefónicos sobre as vantagens, que são sempre superiores aos da concorrência.
Por vezes chego a ficar verde de raiva. Ainda faço parte daquela fração da humanidade que pensa com o fígado. A revolta é tanta que tenho a perceção de que vou vomitar a bílis.
Há dias comecei a contar os cartões que habitualmente tinha na carteira. Uma loucura! Acabei por retirar uma catrefada deles e escondê-los em casa. Passei a utilizar apenas um cartão de crédito e dois de débito, porque um deles serve para identificar a minha instituição e o outro utilizo para a minha extravagância, compra de livros. Uma contita para este efeito é muito útil.
Os cartões são de PVC, um produto derivado do petróleo. Para fabricar um são necessários 4,25 grama de petróleo. Se multiplicarmos pelo número de cartões que andam à solta, verificamos que são muitas centenas ou mesmo milhares de barris de petróleo. Só nos Estados Unidos produzem-se anualmente 1,6 mil milhões de cartões de crédito e de débito, correspondente a 45.000 barris de petróleo, sem falar nos larguíssimos milhares de milhões de outros tipos de cartões. Ainda por cima não são reciclados e não devem ser incinerados porque libertam as perigosas dioxinas. Há uma tentativa de utilizar novos produtos mais amigos do ambiente, biodegradáveis, mas ainda é muito cedo para a sua implementação, apesar de haver já um cartão feito de milho.
Substituir os cartões pelas notas não significa que seja uma atitude mais amiga do ambiente. As notas são feitas de vários produtos, nomeadamente algodão, cuja produção exige grandes quantidades de água, de pesticidas e fertilizantes, para não falar do transporte e distribuição.
Fiquei a saber que o Banco Central Europeu produziu, em 2003, oito notas por cada cidadão europeu. Claro que não diz, mas presumo que para nós, portugueses, contabilizaram apenas notitas de cinco e se muito de dez euros! Somos uns pobretanas. No fundo, o impacto ambiental cumulativo das oitos notas é o equivalente ao produzido pela condução de um carro durante um quilómetro.
Fiquei sem saber qual dos dois tipos de “dinheiro”, cartão ou notas, é o mais ecológico, o mais “verde”. Da minha parte vou passar a reduzir os cartões. Não há grandes vantagens em ter muitos, sempre vou contribuir para não consumir uns gramas de petróleo, evito poluir o ambiente, corro menos probabilidade de ser trafulhado através de alguma clonagem, resisto à tentação de comprar coisas supérfluas, enfim, ser um pouco mais amigo do ambiente. Entretanto, com a crise que vai por aí, acabaremos por ser mais amigos do ambiente, à força, já que começa a faltar dinheiro, embora tenha ouvido dizer que vão por as rotativas a trabalhar em pleno, produzindo mais notas! Mas essas coisas transcendem-me.
Por vezes chego a ficar verde de raiva. Ainda faço parte daquela fração da humanidade que pensa com o fígado. A revolta é tanta que tenho a perceção de que vou vomitar a bílis.
Há dias comecei a contar os cartões que habitualmente tinha na carteira. Uma loucura! Acabei por retirar uma catrefada deles e escondê-los em casa. Passei a utilizar apenas um cartão de crédito e dois de débito, porque um deles serve para identificar a minha instituição e o outro utilizo para a minha extravagância, compra de livros. Uma contita para este efeito é muito útil.
Os cartões são de PVC, um produto derivado do petróleo. Para fabricar um são necessários 4,25 grama de petróleo. Se multiplicarmos pelo número de cartões que andam à solta, verificamos que são muitas centenas ou mesmo milhares de barris de petróleo. Só nos Estados Unidos produzem-se anualmente 1,6 mil milhões de cartões de crédito e de débito, correspondente a 45.000 barris de petróleo, sem falar nos larguíssimos milhares de milhões de outros tipos de cartões. Ainda por cima não são reciclados e não devem ser incinerados porque libertam as perigosas dioxinas. Há uma tentativa de utilizar novos produtos mais amigos do ambiente, biodegradáveis, mas ainda é muito cedo para a sua implementação, apesar de haver já um cartão feito de milho.
Substituir os cartões pelas notas não significa que seja uma atitude mais amiga do ambiente. As notas são feitas de vários produtos, nomeadamente algodão, cuja produção exige grandes quantidades de água, de pesticidas e fertilizantes, para não falar do transporte e distribuição.
Fiquei a saber que o Banco Central Europeu produziu, em 2003, oito notas por cada cidadão europeu. Claro que não diz, mas presumo que para nós, portugueses, contabilizaram apenas notitas de cinco e se muito de dez euros! Somos uns pobretanas. No fundo, o impacto ambiental cumulativo das oitos notas é o equivalente ao produzido pela condução de um carro durante um quilómetro.
Fiquei sem saber qual dos dois tipos de “dinheiro”, cartão ou notas, é o mais ecológico, o mais “verde”. Da minha parte vou passar a reduzir os cartões. Não há grandes vantagens em ter muitos, sempre vou contribuir para não consumir uns gramas de petróleo, evito poluir o ambiente, corro menos probabilidade de ser trafulhado através de alguma clonagem, resisto à tentação de comprar coisas supérfluas, enfim, ser um pouco mais amigo do ambiente. Entretanto, com a crise que vai por aí, acabaremos por ser mais amigos do ambiente, à força, já que começa a faltar dinheiro, embora tenha ouvido dizer que vão por as rotativas a trabalhar em pleno, produzindo mais notas! Mas essas coisas transcendem-me.
3 comentários:
Caro Professor:
Não esteja assim tão negativista. Olhe que usar o cartão é dar de comer a um milhão de portugueses!...
Pois eu, além de estar farto de cartões, já excedi a minha dose de paciência para atender os telefonemas dos "embaixadores" bancários, tentando impingir-me a adesão a cartões que, segundo o seu (deles) parlapiee, só me oferecem vantagens.
Quando ainda tinha paciência para os ouvir, depois de esperar que "desbobinassem" o rosário de prós que eram oferecidos, dizi-lhes que só aderia a um cartão que me desse a possibilidade de crédito, sem o posterior débito.
É claro que esta resposta os deixava uns segundos "aos papeis". Mas como a "ética" profissional os obriga a "aguentar-se à bronca sem estrilho" lá soltavam um risinho cínico e retentavam o convencimento.
A última vez que recebi uma destas chamadas, que não foi ha mais de 15 dias, optei por dizer logo no início que não estava interessado, fosse naquilo que fosse, mas o funcionário do banco insistiu "deixe-me ao menos explicar-lhe as vantagens deste cartão". Insisti, não estou interessado. Mas... replicava o funcionário. Não estou interessado, respondi novamente.
Mas... voltava ele.
Finalizei a conversa respondendo: o senhor quer que lhe desligue o telefone, ou já percebeu que não estou interessado em nada que me queira oferecer!?
Lá acabou então por se despedir e garantir que estaria sempre ao dispor par todo e qualquer esclarecimento.
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