1. A OCDE, onde labora o insuspeito Eduardo Ferro Rodrigues, divulgou na corrente semana as mais recentes previsões para o desempenho das economias associadas em 2009/10.
2. Para a zona Euro a previsão é bastante modesta, contracção de 4,1% em 2009 e nova contracção, menos cavada, de 0,3% em 2010.
3. Como Portugal consegue fazer pelo menos igual a zona Euro, segundo o autorizado testemunho do Gov/BP proferido em Maio passado na A. República, convém não esquecer – assim aconteceu em 2008, ano em que a economia portuguesa estagnou e a da zona Euro cresceu apenas 0,8% - teremos assim na perspectiva independente de F. Rodrigues e de seus pares uma contracção da economia portuguesa de pelo menos 4,1% no corrente ano...
4. Se nos lembrarmos que o 4R avançou uma primeira previsão para o PIB de -3% a -2%, antes do final de Janeiro, verificamos assim que este nosso organismo de previsão privado e independente, habitualmente associado ao pessimismo que não cria empregos, transita por mérito próprio e pela mão da OCDE para a Liga dos Optimistas...
5. Ficamos muito gratos a E. Ferro Rodrigues e a seus pares por nos colocarem numa posição bem mais confortável, quem sabe se a partir de agora não poderemos mesmo contribuir para a criação de alguns empregos.
6. Mas a pior notícia da OCDE em relação à zona Euro é mesmo a relativa ao desemprego, com uma previsão de subida para 10,1% em 2009 e 11,7% em 2010...
7. Tendo em atenção que estamos um pouco acima da média da zona Euro quanto a esse indicador, sugerimos ao SNS uma campanha de vacinação contra o pessimismo, para tentarmos pelo menos em relação a este dado conseguir que a previsão da OCDE se não confirme...
8. Enfim, o 4R passa para a Liga dos Optimistas...que alívio!
5 comentários:
O 4R e, sobretudo, o seu emérito e insigne autor Tavares Moreira, sempre na linha da frente!...
Não gosto de ser desmancha prazeres mas no ponto 7 o que é dito não corresponde à verdade.
O desemprego na Zona Euro foi de 8,5% enquanto que em Portugal está nos 8,3% (Fev. 2009), como se pode ver aqui:
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/pls/portal/docs/PAGE/PGP_PRD_CAT_PREREL/PGE_CAT_PREREL_YEAR_2009/PGE_CAT_PREREL_YEAR_2009_MONTH_04/3-01042009-EN-AP.PDF
Ni hablar, Pinho Cardão, ni hablar!
Caro Tino,
Não é nada desmancha prazeres, pode estar certo!
Aliás seu comentário é certeiro, apanhou-me em contramão, ou assim terá parecido...
Todavia...
Seu comentário trouxe-me à memória uma curiosa definição de "cínico", atribuída ao grande Bernard Shaw.
"Cínico, será aquele que conhece o preço de todas as coisas mas não sabe o valor de nenhuma" - na versão do grande autor.
Não estou com isto a dizer que o Senhor foi cínico em seu comentário, nem por sombras!
Estou apenas reflectindo sobre a importância que por vezes se dá a um simples número estatístico -pode ser um preço ou outra variável - supondo que pode ter mais força do que uma ideia por muito fundamentada que esta seja.
Sabe, certamente, que a taxa média de desemprego em 2008, foi idêntica em Portugal e na zona Euro, 7,6%...
Sabe também, certamente, que um valor mensal duma variável como esta tem muito menos significado que uma média anual...
Sabe também que entre nós existe uma verdadeira obsessão oficial pela limpeza das estatísticas do desemprego...
Sabe também que milhares de cidadãos desempregados já não procuram emprego porque não têm qq esperança de o encontrar e por isso não são oficialmente desempregados...
Saberá, ainda, que nos últimos anos muitos milhares de cidadãos tiveram de emigrar face à impossibilidade de encontrar emprego no País, deixando de ser desempregados ou nem chegando a ser...
Sabe, também, que há milhares de cidadãos em acções de formação profissional, sem expectativa de continuidade, escapando assim às estatísticas do desemprego...
Sabendo isso tudo, acha que estamos melhor que a zona Euro, em média, neste capítulo?
Admito que a frase que usei não tenha sido a melhor: deveria talvez ter dito que no capítulo do desemprego nos encontramos em pior posição que a média da zona Euro...
Mas veremos o que o futuro nos reserva...
Caro Dr. Tavares Moreira, mas continua a insistir no pessimismo, e não há meio de se emendar.
Então não percebeu ainda que essa formação toda, de excelência e totalmente adequada às necessidades do País (basta ver que quem as promove tem larga experiência na criação e manutenção de emprego produtivo e sustentado), que está a ser descarregada a metro por vastos sectores da nossa população, vai tornar cada dona de casa e trabalhadora operária de linha numa elegante gestora de produto, analista de sistemas ou engenheira de materiais!
Por isso, dentro em pouco Portugal vai disparar em termos de produtividade e excelência tecnológica, fruto do trabalho de nível superior a que já nos habituámos na área da Formação cá no burgo (basta ver os brilhantes resultados dos anos 80/90).
Bem, isto seria tudo muito divertido se não fosse trágico. Pelo que vejo de quem está a sair do Ensino Superior, a coisa está preta. Esperemos que a realidade pelo menos confirme o seu "optimismo"...
Caro rxc,
Eu não insisto mais no pessimismo, meu Caro...a OCDE já fez o favor de nos "reposicionar", guindando-nos à Liga do Optimismo.
Quanto a esse ponto, estamos livres de tal labéu...
Quanto aos seus restantes comentários, só confirmam que boa parte da formação profissional que "substitui" o desemprego não terá continuidade.
Talvez aumente a cultura geral da população...habilitando-a para ser mais rápida nas palavras cruzadas, novo desporto nacional.
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