Tenho acompanhado no blogue Caged Albateross uma interessante série de crónicas dedicadas à Terceira República e à perspectiva do seu fim anunciado. É hoje cada vez mais frequente ouvirmos falar no "fim do regime", na desistência de mudarmos pouco a pouco o que temos na tentativa de acompanhar o ritmo que nos impõem de acordo com as ambições que acalentámos e quase pensámos poder alcançar. Fala-se em "regeneração", em mudança de atitudes, em reformismo, enfim, fala-se na Quarta República, que esta tertúlia foi ensaiando antecipar através de comentários e análises do muito de bom e de mau que se foi desenrolando nos dias que já correram desde que aqui se invocou a utopia. Mas quantos dos nossos defeitos e fraquezas conseguiremos corrigir, quantas das nossas qualidades e forças poderemos expandir para voltarmos a ter orgulho e confiança no que realizamos como colectivo? Como organizar a capacidade de mudar para evitarmos os erros que, uma e outra vez, fomos cometendo, apesar das oportunidades, apesar dos esforços e da ambição, apesar do que entretanto pudemos de facto evoluir? O que é curioso é que estes balanços mostram como somos disparatados mas também mostram que somos um povo extraordinário quando nos vemos forçados a sobreviver.
3 comentários:
Boa chamada de atenção para o Caged Albateross. Crónicas que acertam, bem escritas e com as quais é fácil concordar.
Gostei das crónicas. Narram bem quem nós somos. Esperemos que a tragédia nacional não atinga a dimensão do verdadeiro Titanic e que a esperança transportada nas crónicas nos dê força para fazer frente ao grande "iceberg" e olharmos o futuro como uma oportunidade de mudança.
Começando por descrever o fim das boas intenções da Terceira República (das quais dizem estar o inferno cheio), encontramo-nos naturalmente no limiar da utopia da Quarta… e em boa companhia.
Muito obrigado, pela barca para a travessia e pelos comentários de boas-vindas…
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