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quarta-feira, 1 de abril de 2015

1.º de abril

Dia 1 de abril, data consagrada pelo Povo à mentira. A III República deveria decretar este dia feriado nacional pois a fuga à verdade - mais do que a congénita fuga à realidade - tornou-se um dos pilares da vida pública que o Povo aceita com bonomia. Neste tempo de revisão das datas dos feriados, para além deste deveria o calendário assinalar um outro dia destinado à perda de memória, também ela uma característica transversal às nossas elites políticas e empresariais. Declarada feriado nacional, seria aproveitada para exaltar, entre outros testemunhos da importância dos apagões instantâneos, os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito.

5 comentários:

João Pires da Cruz disse...

Apoiado! Já agora aproveitavam para fingir que a RTP faz serviço público e passavam o dia inteiro os tempos de antena de organizações várias, desde os partidos, aos sindicatos.

Bartolomeu disse...

Dizia António Aleixo... por não saber escrever:

Para a mentira ser segura
e atingir profundidade,
deve trazer à mistura
qualquer coisa de verdade...

acrescento eu, que sou analfabeto:

Hoje em dia, com secura
e com muita habilidade,
mentem todos com fartura
é um fartar vilanage!!!

Unknown disse...

Caro Zé Mário

O que mais me impressiona é que o hábito de mentir está tão arreigado, que se opta pela mentira quando seria muito mais proveitoso dizer a verdade.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

José Mário
A bem dizer, o dia 1 de Abril deveria ser transformado no Dia da Verdade e como tal consagrado feriado nacional.

JM Ferreira de Almeida disse...

Seria mentira, Margarida...
Meu caro Fernando, estou de acordo. Mas a mentira, previamente calculada, passou a ser cultural. Creio mesmo que no interior de algumas instituições, designadamente dos partidos políticos, o génio e a habilidade aferem-se pela capacidade de bem mentir e isso parece ser apreciado, ou pelo menos encarado com naturalidade por uma larga maioria das pessoas. Por isso é que penso que a convolação em dia da verdade como sugere a Margarida seria um insucesso porque, por uma vez, ninguém acreditaria...