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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Agravar a tributação dos dividendos: uma medida bastante oportuna


  1. O ansiosamente esperado governo das 3 Esquerdas já fez saber, através dos seus porta-vozes mais activos, que tenciona agravar a tributação dos dividendos atribuídos pelas empresas aos seus accionistas.
  2. Trata-se de uma medida reveladora de um conhecimento aprofundado da economia do País, e bastante oportuna, considerando o excesso de investimento que tem vindo a assolar a economia, ademais com o inconveniente ou o risco de reduzir o nível de desemprego.
  3. Haverá certamente, no infinito arsenal de medidas que esse novo governo terá em preparação, outras formas bem mais eficazes e artísticas de dinamizar a actividade económica e de promover o emprego, que não passem pelo lastimoso aumento do investimento produtivo, um processo que está verdadeiramente “démodé”…

8 comentários:

João Pires da Cruz disse...

Caro Tavares Moreira,

Parece que Catarina Eufórica (nome delicioso da criação do caro JMFA, dá vontade de começar a cantar "Chamava-se Catarina, o Alentejo a viu nascer...") pretende ficar para a história com o mesmo sucesso que o Dr. Sá Fernandes, o que não faz falta. Este conseguiu desenhar uma fantástica medida de taxação das SGPS que meteu o PSI20 todo a acabar em HV. Como já não há 20 no PSI20 e as SGPS já estão na Holanda, está na hora de mandar para lá também as participadas. Afinal, ninguém precisa desses esbirros do grande capital que dão promoções no 1º de Maio e impedem as pessoas de irem festejar com o povo para a avenida.

Bartolomeu disse...

Sinto-me incapaz de prognosticar a bondade desta medida, caso os 3 canhotos venham a ser governo e a implementem.
No entanto, não me parece que no caso de ela ser aprovada e implementada, cause o desastre do investimento na economia que o caro Dr. Tavares Moreira profetiza. Imagine o meu caro amigo que um governo, destro ou esquerdino, aprovava a aplicação de uma taxa sobre os anticoncepcionais. Acredita que a população portuguesa passaria a praticar a abstinência sexual?
Isto, obviamente, se eventualmente, antes da aprovação da medida, praticassem o coito com alguma regularidade...

Diogo disse...

Caro Tavares Moreira,

O que está a ser dito é que os que mais ganham são os que devem pagar mais impostos. Parece-lhe assim tão desumano?

Asam disse...

Não conheço a medida, mas partir do princípio que quem recebe dividendos é quem mais ganha é abusivo. Não irá fazer com que as pessoas investam menos e com isso atrasar o crescimento? Claro que do be que tem inscrito no seu programa o controlo da economia esta medida é apenas a ponta do iceberg. Com o iceberg a economia irá ao fundo.

Anónimo disse...

Caro Bartolomeu, para os anticoncepcionais não há alternativa. Quem precisa deles acaba por pagar o preço que for preciso. Já no que toca ao investimento a questão põe-se ao contrário. São os países que dele precisam. Para os investidores é indiferente investir no país A, B ou C. Investem onde o proveito é superior, simplesmente.

Até em termos pessoais isso se nota. Desde a implementação da famigerada FATCA os Estados Unidos estão a bater recordes trimestrais de Americanos que renunciam à sua nacionalidade precisamente por questões fiscais. Mesmo em Espanha e Portugal com o absurdo de que indo o contribuinte viver para certos países (em Portugal são 80!!!) considerados de tributação favoravel, sendo cidadão Português, considera-se residente fiscal em Portugal no ano da mudança e nos quatro seguintes o que está a gerar um aumento dos pedidos de renúncia à nacionalidade Portuguesa como nunca antes. Literalmente! Há uns meses largos, talvez haja um ano, li uma entrevista a um secretário de estado (não retive qual) sobre o assunto no qual o bom senhor se interrogava sobre o que levava Portugueses a renúnciar à sua nacionalidade. Pobre senhor que não vê a realidade que tem diante dos olhos.

Mas posso dar-lhe mais exemplos, talvez um até muito sonante. Aquela medida idiota de Monsieur Hollande de tributar os maiores rendimentos a 75%, lembra-se? Isso era uma selvajaria que teve o resultado óbvio e evidente. Saíram tantos, tantos contribuintes de elevados rendimentos de França que em Londres várias imobiliarias de luxo contrataram agentes imobiliários que falam Francês para dar vazão. Só para a Bélgica foram 20% desses contribuintes. E a receita? Uma miséria. Resultado? Monsieur Hollande nem sequer esperou pelo fim da legislatura e aboliu ele mesmo aquela que, durante a campanha eleitoral, foi a sua medida estrela e emblemática. Além de vários danos colaterais muito perniciosos que puseram em causa a existência de grandes empresas com sede em solo Francês por dificuldade em encontrar gestores de topo interessados em ir viver para lá.

E poderia ficar aqui o resto da noite. O conceito de exílio fiscal é muito antigo. Bem como o de investir onde melhor remuneração tem o investimento. Há vasta e basta história sobre este assunto. Mas as medidas populistas continuam a despertar o interesse da população em geral... mesmo quando os seus efeitos são terriveis para essa mesma população. É que, meu caro, não nos enganemos. Quem tem elevados rendimentos vive bem em qualquer lado e não se importa de se mudar e levar o seu consumo, o seu emprego, os seus investimentos, os seus negócios, os seus depósitos bancários e mais mala, cuia, cão, gato e periquito para outro lado qualquer. Quem perde? Os que menos podem.

Tavares Moreira disse...

Caro Pires da Cruz,

Relativamente ao PSI-20/18, não é de excluir que também conste das medidas estruturantes do governo das 3 Esquerdas, sendo redenominado para PSI-20/0.
O mais curioso, como terá notado, é haver ainda criaturas, de infatigável bondade, que acreditam na função social deste tipo de medidas! É de bradar aos céus este nível de ignorância, outrora impensável!

Caro Bartolomeu,

Importa-se de esclarecer o que profetizei? Um desastre na economia? De que dimensão e com que contornos?
Julgo que precisamos urgentemente de começar a trabalhar na preparação do almoço pré-Natal, anda aí pelo andar muita poeira que nos aflige a vista!

Caro Alberto Sampaio,

A medida, pelo pouco que se sabe (o que é que verdadeiramente se sabe do programa de governo das 3 Esquerdas?), será bem mais refinada, pois visará atingir os accionistas detentores de participações com menor expressão no capital das empresas...nesse aspecto até pode ser qualificada de ultra-super-demo-liberal...

Caro Zuricher,

Temos de estar gratos a Monsieur Hollande, doutro modo os franceses não estariam a investir no imobiliário em Portugal ao ritmo frenético a que temos estado a assistir!

Anónimo disse...

Bem lembrado, meu caro Tavares Moreira, bem lembrado. A isso não será alheio provavelmente que Portugal é um paraíso fiscal (literal dadas as isenções fiscais às pensões de reforma pagas em França) para reformados Franceses sendo mesmo um destino dos exilados fiscais do hexágono.

Ver se se acaba com isso e se manda essa gente toda embora que isto de ter cá gauleses a comprar as casas dos Portugueses e a viver em Portugal e a consumir em Portugal é uma exploração intoleravel com a qual há que acabar rapidamente. O Senegal (com programa identico e também destino de Franceses reformados) agradece.

Tavares Moreira disse...

Caro Zuricher,

O programa das 3 esquerdas não omitirá, certamente, provisões destinadas a penalizar também essa forma de investimento no sector imobiliário...
Como bem diz, esta ideia de estrangeiros virem ocupar - nem que seja só pela via jurídica - o solo pátrio, é deveras repugnante, deve ser combatida sem tréguas.
Isso, juntamento com o regresso ao velho "Escudo" (eventualmente a concretizar na 50ª legislatura após a próxima, para não assustar os investidores), serão, certamente, componentes-âncora do capítulo I, "Intenções Gerais", do dito programa.