Foi pungente ouvir o discurso que o novel deputado Centeno pronunciou hoje no Parlamento, após o seu programa, antes tão elogiado, ter sido golpeado, amputado, retalhado, desfigurado, despedaçado pelos três acordos que os socialistas firmaram para governar às esquerdas.
Foi pungente. Até pelo sorriso que exibia, ele ainda nem deu conta de que foi o primeiro da casa a ouvir o conto.
Aliás, coitado, ele nem sabe com que contadores se meteu!...
15 comentários:
O Pinho Cardão não disfarça a irritação que lhe causou a queda do governo tóxico da direita radical de Coelho/Portas. Há que “aguentar” como dizia o outro.
Caro Pinho Cardão,
Já li outros comentários acerca dessa intervenção (que não tive o privilégio de ouvir ou de ler), em tons diversos tendo de comum a nota de frustração completa.
Segundo esses comentários (vide por exemplo o comentário bem elaborado de José Luís Ramos Pinheiro, na RR) quando se esperava uma intervenção que transmitisse esclarecimentos acerca do rumo da política económica do proposto governo das 3 Esquerdas, que explicasse os fundamentos das novas (?) opções de política e deixasse alguma luz sobre a estratégia para a economia portuguesa...nada disso aconteceu, ao que parece o discurso limitou-se ao habitual e estafado argumentário de política geral, acrescendo algum tom de azedume próprio de quem não anda muito em paz com a vida.
Eu tenho uma explicação mais simples para essa aparente frustração (pela minha parte não me sinto nada frustrado, confesso, pois nada esperava): o distinto economista em causa não tem nesta altura - nem pode ter, sejamos honestos - a menor ideia sobre as políticas que vai poder executar, pela simples razão de que está apertado num colete de forças que o Bloco e o PC habilmente montaram a este infausto governo.
E, como não quer arriscar nada, isso poderia custar-lhe caro - repare-se no que foi feito ao seu famoso programa económico, de que já não resta nem uma página, suponho - resolveu enveredar por um discurso politiqueiro, que não lhe fica nada bem, mas...é a vida.
Resumindo e concluindo: já sabemos quem vai ser o idiota útil do governo PS.
Estou a lembrar-me de Eduardo Catroga «... vai ser uma revolução no programa... em vez discutir as grandes questões que podem mudar Portugal, andam a discutir, passo a expressão... pintelhos, Ok!
Ao ver esta figurinha já sinto saudades do Manuel Pinho.
Eu acho que estão a ser injustos com o senhor.
Primeiro porque estão a ignorar o enorme sucesso que ter ministros das finanças oriundos do Banco de Portugal trouxe ao país. Cavaco Silva, MF Leite, Gaspar,... É uma formula de sucesso que os números mostram à exaustão só é possível pelo conhecimento profundo dos fenómenos económicos que o leva a acertar mais de 50% das vezes nas previsões que fazem do ano anterior.
Segundo, o Prof Centeno desenhou um cenário macro-económico em que as despesas não vão afectar as contas públicas, algo que o país vinha carecendo faz tempo de alguém que lhe desenhasse um cenário macro-económico condizente com a grandeza e tradição do país e não o estado de miséria que os ministros que não são oriundos de boas casas desenham. Por exemplo, esse pelintra do Teixeira dos Santos metia as despesas nas empresas públicas para não aparecerem nas contas do estado. Nunca se lembrou, devido às suas origens pouco sofisticadas, de desenhar um cenário.
Como outra visão sobre o mesmo pode ser tão diferente. Ainda bem que podemos aceder a ambas, mas causa estranheza que sejam tão antagonicas.
"Centeno arrasou o programa do governo em meia dúzia de palavras: “Tem poucos números e os que tem não estão certos”, e garantiu ser “falso” que o PS não tenha demonstrado disponibilidade para saber mais das propostas do PSD e do CDS, assegurando que foram estes partidos que não responderam às mais de 50 questões colocadas pelos socialistas. Nem Passos nem Maria Luís lhe responderam." disse a douta opinião da E. Estrela
concordo, centeno "arrasou," sem dizer nada, porque nada tinha que sustentasse a sua afirmação. Sobre a distorção do que tinha proposto há pouco tempo, também nada de relevante. Aceitou-a como quem aceita que errou, mas não tem mal, porque o poder é que importa. Pensei que era uma pessoa minimamente séria, ainda que algo incompetente, mas afinal não passa de mais um vendedor de banha da cobra. Em redor do ac só há mesmo lixo.
Sou um académico. Sou um académico. Sou um académico....
E no fim deu-nos a estocada final... "estou disposto a embarcar nesta aventura intelectual"
Coitada era a minha avó que era uma mulher séria...
Vejam esta análise de Pedro Romano e digam de vossa justiça. (Inclui gráficos). Eis o link:
https://desviocolossal.wordpress.com/2015/11/10/o-programa-de-governo-do-ps-a-austeridade-e-a-matematica-do-voodoo/
"Está virada a página da austeridade"...
Para pensões até 628 euros: aumento de 1,88 euros;
Para pensões de 500 euros: aumento de 1,50 euros;
Para pensões de 350 euros: aumento de 1,05 euros
Para pensões de 200 euros: aumento de 60 cêntimos.
A ironia de Miguel Noronha:
Estou mesmo a imaginar a reacção de um dos pensionistas que irá receber um aumento mensal de sessenta cêntimos: “Aquele governo perverso de direita ultra-radical e ultra-liberal fazia austeridade por maldade e por gosto devido ao seu preconceito ideológico. Agora com este aumento muito generoso de sessenta cêntimos mensais concedido pela Frente de Esquerda termina finalmente a austeridade. Vou já tomar mais um café por mês injectando assim dinheiro na economia. Pelo efeito multiplicador, o PIB vai crescer pelo menos 600 euros e devem ser criados pelo menos 10 empregos.”
http://oinsurgente.org/2015/11/11/esta-virada-a-pagina-da-austeridade/
Já agora o que diria (ou o que dirá) o douto Tribunal Constitucional a respeito desses aumentos? Então quem recebe até 628 euros, terá um aumento de 1, 88 euros, mas quem recebe até 200 euros, terá um aumento de 60 cêntimos?
Como diz, ainda o Miguel Noronha,
Estão anunciadas as propostas de actualizações das pensões mais baixas por parte do PS. O valor proposto para o aumento, além de ser irrisório (variando entre 0,6 e 1,88 euros) vem acentuar as desigualdades existentes entre quem mais e quem menos recebe – talvez seja boa ideia levar esta proposta ao tribunal constitucional.
Centeno logo passará a dezeno. Não demora nada. Aquele sorriso amarelo de cachorrinho perdido e a disponibilidade para a aventura inteletual é típica da cigarra que conta sempre com o trabalho da formiga no final do seu tempo de desvario. O problema é que seremos nós todos a pagar esses aventureirismos.
E ainda dizem que ele é uma sumidade.
Em minha opinião, é apenas um apagado académico, cuja obra é insignificante, e está na moda, tal como o névoa, ou nóvoa.
Quando os media querem, até um coxo ganha os 5.000 metros barreiras.
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