- Na 3ª Feira à noite
(salvo erro) o SG/PS avisava a população para os custos pesados do clima
de incerteza que supostamente se vive no País, resultante, bem entendido,
do tempo excessivo que, no seu entender, o PR tem gasto na escolha de uma
solução governativa estável e duradoura…
- Semelhantes preocupações
têm sido aliás emitidas por um numeroso escol de altos dignitários da política
nacional – num coro assaz ruidoso, note-se, que inclui algumas vozes quase ululantes - relevando a urgência de
passarmos a ser governados de forma “estável” e chamando a atenção para os
elevados riscos (nomeadamente financeiros, bem entendido) deste tempo de “indefinição”.
- A reacção dos mercados
a estes avisos e preocupações, solenemente proclamados e fortemente
ecoados pela comunicação social, não se fez esperar: ontem mesmo, o IGCP
realizou duas emissões de Bilhetes do Tesouro, a 6 e a 12 meses, tendo no
prazo mais curto colocado € 400 milhões e no prazo mais longo € 1.100 milhões.
- Quanto às taxas de
juro, foram negativas em ambos os prazos, de – 0,018% nos 6 meses e de
-0,006% nos 12 meses, os níveis mais baixos de que há registo .
- Deixo os meus mais
sinceros votos de que, terminado este período de incerteza, com o início
de funções do governo sustentado no betonado Acordo de Tripé, seja então possível
emitir dívida em condições consideravelmente
mais vantajosas do que estas.
- Resta-nos assim esperar e desejar que o PR deixe de impor mais custos ao País.
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quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Os elevados custos que o PR está impondo ao País...
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25 comentários:
Então o dinheiro não nascia nas árvores?
http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-15-PS-prolonga-mais-medidas-de-austeridade-da-coligacao
"A agência de de notação de risco DBRS confirmou na tarde desta sexta-feira o rating de Portugal em BBB (low), ou seja, manteve a dívida portuguesa num patamar de classificação de investimento. Mais ainda, a agência canadiana manteve inalteradas as perspetivas sobre a evolução do rating da República Portugal, com uma classificação de estável.
A analista principal para Portugal da DBRS disse ao Expresso que a garantia de Mário Centeno de que o Partido Socialista vai manter o compromisso com a política económica europeia foi crucial para a confirmação do rating".
"PS prolonga mais medidas de austeridade da coligação".
Realmente, a coisa promete...
Mantendo o PS o compromisso com a política económica europeia, como se posicionarão o PCP e o BE que são contra essa mesma política?...Ou o jogo de Costa é, depois, contar com o apoio do PSD e do CDS-PP?
Cada vez me parece mais que Costa jogou o jogo de se virar para a esquerda com o fim de salvar a sua própria pele política e com uma ambição desmedida de poder, mas sabendo que, em matérias essenciais, como a política económica europeia, viriam as sérias dissensões da esquerda. E, nesse cenário, sendo Primeiro-Ministro, restar-lhe-ia esperar pela posição do PSD e do CDS-PP. Estes, ou votariam com o PS ou votariam contra, sendo este último cenário uma oportunidade de Costa se vitimizar e se apresentar em próximas legislativas repetindo que não o deixaram governar.
O pior para António Costa é que os seus posicionamentos soam cada vez mais a intrujice política da pior espécie...Resta saber a resposta dos eleitores nas próximas legislativas...
Caro Pedro de Almeida,
O raciocínio desenvolvido no seu último comentário não parece nada descabido...é um cenário muito plausível, será por isso recomendável que PC e Bloco vão preparando as suas "Put Options"...
Por favor, ofereçam um panelão (um tacho não é suficiente) ao ac.
Se puder mamar o resto da sua porca vida, deixa de querer ser 1oM
Más notícias para os sábios austeristas.
“O HSBC espera uma descida do spread da dívida portuguesa e desvaloriza o impacto da indigitação de Costa para primeiro-ministro, defendendo que um Governo de gestão até poderá ter um impacto mais negativo nos juros da dívida.
O HSBC sugere assim que prefere um cenário de governo à esquerda liderado por António Costa face a um governo de gestão, pois este último cenário iria prolongar a incerteza política em Portugal”. (Jornal Negócios)
O HSBC e outras instituições provavelmente têm isto em conta:
http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-15-PS-prolonga-mais-medidas-de-austeridade-da-coligacao
Mas aqui há também um problema de legitimidade política de Costa. Não foi o que noticia o Expresso que ele apresentou aos eleitores. Como perdeu e muito, pois tinha colocado a fasquia da maioria absoluta do PS, sentiu a sua liderança em causa, sobretudo depois de críticas no interior do PS. Além disso, ainda estava (está) fresca a memória da atitude para com António José Seguro. Então, numa verdadeira fuga para a frente, quer para salvaguardar a sua própria liderança, quer pela sua ambição de ser Primeiro-Ministro, virou-se para os partidos à sua esquerda, numa estratégia que faz supôr ser um leitor atento da obra O Príncipe, de Maquiavel...Costa sabe que jamais o PCP e o BE aceitarão os compromissos europeus e as medidas de contenção que diz continuar caso seja indigitado Primeiro-Ministro. Ao PCP interessa, num primeiro momento, o apoio a esse eventual Governo, a fim de tentar reverter as subconcessões nos transportes terrestres que é uma das áreas onde a CGTP tem, ainda, forte influência. A privatização da TAP será mais difícil de reverter. Mas revertidas aquelas, nada prende o PCP ao referido Governo. Note-se, aliás, que os comunistas não manifestaram qualquer interesse em integrarem o Governo e isso não se deveu certamente a uma súbita "humildade", mas sim ao fato de depois poderem estar livres para criticarem o Governo e, eventualmente, lhe tirarem o tapete. Além disso, dada a votação no BE, o PCP está agora em concorrência com ele e não poderia ficar de fora do dito "acordo". Ao bloco interessa visibilidade e demonstração de força, como quem diz: "Se o PS quiser ser Governo, terá de ter o nosso apoio". Mas Costa sabe que o posicionamento do PCP e do BE são incompatíveis com os compromissos europeus e com as medidas de contenção que garantiu aplicar. Sabe que facilmente o pseudo-acordo rapidamente se deteriorará. Resta-lhe, nessa altura, ver a atitude do PSD e do CDS-PP. Ou votarão ao lado do PS nessas matérias ou votarão contra. E neste último caso, Costa dirá que estão a ser contraditórios com o que haviam defendido e que não o deixam governar. Nessa altura, será o momento de o PSD e do CDS-PP mostrarem aos eleitores que, afinal, o acordo à esquerda era tão-só e apenas um pseudo-acordo e que a única ambição de Costa era ser Primeiro-Ministro. E que essa estratégia feriu de morte a sua legitimidade em formar Governo, se é que legitimidade alguma vez existiu.
Aliás, muitos eleitores já se devem ter apercebido do oportunismo político de Costa, inclusive eleitores do PS...
Já agora quem deve estar a dar voltas no túmulo face a este pseudo-acordo do PS com o PCP e o BE é o autor da obra prefaciada por Mário Soares e intitulada Socialismo sem Dogma. Refiro-me naturalmente a Mário Sottomayor Cardia, personalidade do PS para quem não havia possibilidade de entendimento com a esquerda radical, dada a incompatibilidade ideológica com esta. E se fosse vivo, perceberia logo o oportunismo do referido pseudo-acordo.
Caro Pedro de Almeida,
Não posso deixar de relevar a consistência geral dos seus comentários, a qual que nos mostra que há portugueses não-residentes no País bem mais atentos e informados sobre a realidade da vida nacional do que alguns, que por aqui também vão aparecendo, melancolicamente, obcecados com questões puramente ideológicas, que encaram o pragmatismo como uma deformação da personalidade.
Também penso que Pedro Almeida está certo e que a intenção de António Costa é realmente a de usar o PCP e o BE para ser investido e a seguir tentar governar com a abstenção do CDS e do PSD. O objectivo da criatura é ser primeiro-ministro. Também concordo plenamente quando diz que o objectivo do PCP é reverter as concessões de transportes dado que se perde a sua influência nos transportes públicos practicamente perde o pio.
Ultimamente tenho visto falar-se muito por aí do "Que Fazer" de Lenin. O que acho engraçado (literalmente engraçado e já desenvolvo mais adiante) é apenas nestes tempos alguém se lembrar do "Que Fazer" e, ainda por cima, lembrar-se apenas desse livro e não de tudo o resto que Lenin disse até 1917 e fez depois disso. O que o PCP e o BE estão a fazer enquadra-se plenamente no que Lenin preconizou. Muitos mais exemplos poderiam ser dados de praxis vermelha identica à levada a cabo por estes dois partidos não apenas agora mas ao longo dos anos. Aquando da tomada do Este Alemão pelos Soviéticos e chegada de Walther Ulbricht a Berlin este fez exactamente o mesmo (adaptado à realidade do momento, evidentemente) e deixou para a posteridade uma frase de génio. "Tem que parecer democrático mas nós temos que mandar em tudo". Não anda longe do real objectivo de PCP e BE. Quanto a algo que deixei pendurado mais atrás, o achar engraçado apenas nestes tempos falar-se no "Que Fazer" e apenas nestes tempos, acho piada porque na realidade ninguém, da esquerda à direita, quer chamar muito a atenção para essas coisas como tem sido comum na Europa ao longo dos anos. Na realidade ninguém quer falar no comunismo e aprofundar o conhecimento mainstream do comunismo. As esquerdas porque sabem que se o comunismo fosse conhecido como o nazismo o é (e nem eram precisos os mitos e as mentiras que há sobre o nazismo e que não são poucas) os partidos comunistas teriam a mesma sorte dos partidos nazis, ou seja, irem pelo cano, e o combate ao comunismo tornar-se-ia um imperativo mainstream de toda a gente de bem, exactamente como acontece no que toca ao nazismo. As direitas não querem falar no assunto por medo de serem acusadas de fascistas ou pior. E assim se vai perpetuando um engano que a todos convém. Mas não sejamos inocentes. Só a quem não conhece o comunismo é que tudo isto surpreende.
«Desde 1982, com a revisão constitucional, os governos deixaram de responder politicamente perante o presidente da República. Ora, se um governo que passa na Assembleia, partindo da hipótese que passa na Assembleia, não responde perante o presidente da República - e só responde perante a Assembleia da República - então não fazem qualquer sentido governos de iniciativa presidencial».
Cavaco Silva, (Julho de 2013)
Obrigado pelas vossas palavras, caros Dr. Tavares Moreira e Zuricher.
Excerto de extenso e excelente artigo de José Manuel Fernandes:
Na verdade, ao contrário do que se quer fazer crer, a nossa Constituição não é parlamentarista, é semi-presidencialista. Por isso é que elegemos o Presidente da República por voto directo de todos os cidadãos, e não num colégio eleitoral. Por isso também é que é este que nomeia o primeiro-ministro, não a Assembleia da República. O artigo 187º da Constituição diz apenas que “O primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais”. Não diz que o Presidente tem de seguir a opinião dos partidos, ou da maioria dos partidos. Mas diz que tem de “ter em conta os resultados eleitorais”, o que significa que tem a possibilidade e o dever de os interpretar – e a sua interpretação pode ser distinta daquela que permitiu a formação da coligação negativa que teve como ponto único de verdadeiro acordo impedir que a coligação que ganhou as eleições governasse. Isto é, pode entender que a primeira leitura dos resultados não é que estes foram “um voto para virar a página da austeridade”, pode antes considerar, como considera, que foram um voto no sentido de manter Portugal comprometido com a Europa e com as obrigações do Tratado Constitucional.
Isto significa que o Presidente da República tem o poder efectivo de nomear o primeiro-ministro, não estando obrigado a aceitar qualquer coisa que os partidos lhe levem como “solução de maioria” a Belém. Isso mesmo já explicou, com cristalina clareza, o constitucionalista Luís Pereira Coutinho.
http://observador.pt/opiniao/porque-esta-costa-tao-nervoso-e-ha-tanto-odio-no-ps/
Ainda José Manuel Fernandes:
Na crise de 2013 Cavaco Silva disse a Passos Coelho que não daria posse a um governo do PSD apoiado no parlamento pelo PP – a coligação tinha de se traduzir não só na existência de ministros do PP, como na presença do seu líder à mesa do Conselho de Ministros. Porque há-de ser diferente agora?
O "Acordo"...
"Anteontem, Francisco Louçã, grande farol intelectual do Bloco de Esquerda, deu uma entrevista à RTP3. Criticou o PSD e o CDS? Não: criticou o PCP. De acordo com o antigo líder e agora assessor de líder, Jerónimo de Sousa prejudicou de forma grave o governo-que-se-calhar-vem-aí ao não querer participar numa cerimónia pública de assinatura dos acordos (chamemos-lhes assim, à falta de melhor palavra) das esquerdas. Ora ouçam-no: “Houve uma fragilidade política porque a política vive também da forma como se comunica, dos seus símbolos e dos seus protocolos. O facto de a assinatura não ter sido um acto público dos três partidos é incompreensível. Se a justificação para isso foi que o PCP não quis, acho que fez mal porque mostrava aquilo que foi, a assinatura que é um compromisso de responsabilidade e mostrava como tem que mostrar. Acho incompreensível essa atitude. É uma reserva que não se explica a si própria, portanto, está errada”. Tendo em conta que estava com tempo livre, Francisco Louçã aproveitou ainda aqueles minutos na televisão para elaborar sobre os próximos orçamentos, que “são muito difíceis”, e sobre eventuais imprevistos na economia, o “ponto mais frágil” dos acordos."
http://www.ponto3.pt/isto-e-uma-teoria-da-conspiracao/
"Poucas horas depois, Jerónimo de Sousa deu uma entrevista à Antena Um. Quando Maria Flor Pedroso lhe perguntou se iria aprovar este primeiro orçamento, o líder do PCP assobiou para o lado: “Não posso dizer que voto contra ou que voto a favor de uma coisa que eu não sei o que é, ninguém sabe, creio que nem o próprio Partido Socialista”. É preciso admirar a candura desta confissão de incompetência política: ao fim de várias semanas de negociações intensas, e depois de terem posto a sua assinatura num papel, os comunistas ainda não fazem a mais pequena ideia daquilo que será decidido no orçamento do Estado (aliás, aqueles irresponsáveis do PS também não)."
"O PS votou a favor de um projecto de resolução do PSD e do CDS-PP sobre as "orientações fundamentais da política externa portuguesa", que foi aprovado com os votos contra do BE, PCP, PEV e PAN."
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica/detalhe/parlamento_aprova_projectos_do_psd_e_cds_pp_sobre_compromissos_europeus_e_politica_externa.html
O PCP quer isto, mas quer mais: que um eventual Governo de Costa efetive tal revogação:
"PS avança com recomendação para revogar concessões dos transportes a privados"
http://observador.pt/2015/11/20/ps-avanca-com-a-revogacao-das-subconcessoes-a-privados-dos-transportes-de-lisboa-e-porto/
Depois, dessa revogação assegurada, ficará livre, inclusive para se colocar totalmente à margem do eventual Governo de Costa...
Tal revogação é o preço pago por um homem - Costa - em desespero de sobrevivência política e ambição desmedida de poder.
Caro Pedro de Almeida,
Volto a dizer quanto curioso é o facto de portugueses residentes no estrangeiro mostrarem uma perspicácia bem maior sobre os temas da actualidade nacional - quase diria infinitamente maior - do que uma expressiva jangada de inocentes residentes, que por aqui também aparecem como sabe, normalmente recitando frases feitas ou ideias fabricadas a martelo (e foice).
Tenho a noção de que Portugal, em termos de soluções político-governamentais, se tornou agora o País mais atrasado da Europa.
Até o governo grego se viu já livre dos radicais de esquerda.
Não se ignore, aliás - quanto aos "inocentes residentes" (para mim, e com bondade: negligentes) -, que aponte-se tudo o que muito justamente se aponta à inqualificável conduta de A. Costa, PC, BE e afins, o que se está a passar só acontece porque o eleitorado o permitiu.
Que o povo, tendo passado o que passou em consequência de decisões tomadas antes de 2011 e sabendo quem as tomou, vote como votou, dando ainda de bandeja foros de poder ao que só como residual voto de protesto se concebe, alcandorando a posições de árbitro do regime agremiações, gente e ideologias totalitárias e que têm como dogma programático a destruição do modelo de sociedade que é o nosso, impondo para isso o que a História já demonstrou como irredimível iniquidade, diz muito sobre onde pára a responsabilidade por tudo isto.
No povo que, ao contrário do que é de boa liturgia uma e outra vez afirmar, nem sempre acerta, nem sempre demonstra maturidade e sensatez, que ouve o que quer ouvir, que vota na imediatez, empurrando os problemas com a barriga. Não são só os governantes quem regularmente o faz. É um bem sedimentado hábito.
É triste, mas é assim.E não é sequer surpreendente.
Costa
Caro sobrevive-se,
Iremos certamente sobreviver, como sobrevivemos em 2011 - embora, na minha opinião, há muito expressa, a oposição da altura se tenha precipitado e concorrido para afastar os Crescimentistas do poder, antes do tempo.
O problema é o risco, elevado, de reciclagem dos problemas de que nos deveríamos, de uma vez por todas, ter aprendido a não reciclar, e que não deixarão de ter custos elevados.
Veja-se já, para começar, esta iniciativa Crescimentista - em pagamento de factura emitida pelo PC, com ordem de liquidação à vista - de reversão das concessões dos vários serviços de transportes públicos: se for mesmo em frente, vai custar muito dinheiro ao Estado (teremos de saber quanto), e a única finalidade é permitir que as empresas cujo serviço foi concessionado voltem a constituir um ónus para o Estado.
Veja-se, pois, o imenso absurdo desta situação: o Estado vai ter de arcar com elevadas indemnizações, recebendo como "compensação" novos encargos, estes permanentes e pesados, com o funcionamento, em moldes deficitários, das empresas de transportes.
E tudo para fazer um frete político ao PC: que sentido faz isto? Será este lamentável desperdício, esta completa insensatez, uma das alavancas da política de crescimento que nos é prometida?
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