A ideia não é original e o autor sabe, certamente, isso muito bem.
E também sabe que o conjunto daqueles que querem a saída do euro (não é o meu caso) não é coincidente com aqueles que prestam serviços ao Estado (também não é, nem nunca foi, o meu caso).
Mas, reconheça-se que, como sarcasmo, o artigo está bem esgalhado.
Ressalve-se, contudo, que a ironia pode rondar a realidade porque não está garantido que não possa chegar um dia de descalabro em que seja emitida com curso forçado uma segunda moeda em pagamentos internos do Estado. Não por chalaça mas por desgraça. E depois, como diria o outro, quem cá estiver há-de ver o que a seguir acontece.
Agrada-me muito o conceito, que deveria começar a ser implementado precisamente pelos académicos e, porque não, por essa reserva moral da Nação - os deputados.
E por que não chamar à nova moeda «tonibler». Fazia jus a uma figura lastimável da cena política europeia, no seu seguidismo face à aventura bushiana de desestruturação do Iraque e do Médio Oriente, aventura da qual nunca mais deixamos de pagar uma pesada factura. Talvez pudéssemos passar a pagar essa factura em «toniblers». E fazia-se jus ao comentador João Pires da Cruz, que, quando usava esse «nick name», insultava a nossa inteligência de forma ainda mais desbragada, bronca mesmo, do que o faz no artigo. O comentador Rui Fonseca chama a atenção para algumas generalizações, no mínimo, abusivas, deste excelso escriba. Força, camarada ex-tonibler, que te não doam as pontas dos dedos de teclares tanto dislate ultimamente.
Caro Ferreira de Almeida, obrigado por chamar a atenção para o artigo.
Como se viu por alguns comentários, o artigo, com graça, acertou na "mouche". De tal forma que até houve quem se perdesse por outras terras tal o "choque".
A questão da UE é um pouco com outras, sabe bem dizer mal enquanto se beneficia de tudo o que trouxe de bom, mas que os políticos têm tido o cuidado de usar em proveito próprio ou das corporações que servem.
Muito bem explicado, a aproveitar para sessões de esclarecimento no referendo que por aí paira :) só não concordo que o caro João Cruz dê como exemplo de "improdutivos" os funcionários públicos, assim por atacado, não sei se já experimentou mudar os seus diretores de empresa de um momento para o outro, alegando "novas orientações estratégicas", ou congelar-lhes os salários durante 10 anos, proibir as promoções sem limite à vista, mudar as regras de funcionamento cada mês, enfim, detalhes.
Será. Mas isso significa que os que não são despedidos são mais produtivos do que os que todos os trabalham no Estado? Acho curioso que a referência encontrada para definir produtividades seja a de quem é que pode ser despedido e congelado ad eternum ou não, ainda não há muito tempo a moda era dar estímulo, motivar, explicar os objectivos, etc. Agora, pelos vistos, os setores definem-se pelo que podem ameaçar mais ou menos.
Não, não significa isso. Significa que numa economia justa, as pessoas ganham aquilo que produzem. Quando isso não acontece, o desequilíbrio vai fazer com que uns tenham que trabalhar muito mais para poderem ganhar o que seria justo ganharam. Por exemplo. no sector privado em Portugal um trabalhador tem que entregar o dobro do valor que um trabalhador do estado, mesmo admitindo que o trabalhador do estado entrega aquilo porque recebe. E este pressuposto está errado porque temos um défice contínuo. É claro que entregar o dobro do valor do que se recebe já é uma tarefa difícil de atingir pelo que, moda ou não, o caminho mais provável de qualquer trabalhador português é o desemprego ou a emigração. Felizmente, esta última parece ser a escolha mais comum.
12 comentários:
Grato pela referencia e pelo elogio que muito me honra!
A ideia não é original e o autor sabe, certamente, isso muito bem.
E também sabe que o conjunto daqueles que querem a saída do euro (não é o meu caso) não é coincidente com aqueles que prestam serviços ao Estado (também não é, nem nunca foi, o meu caso).
Mas, reconheça-se que, como sarcasmo, o artigo está bem esgalhado.
Ressalve-se, contudo, que a ironia pode rondar a realidade porque não está garantido que não possa chegar um dia de descalabro em que seja emitida com curso forçado uma segunda moeda em pagamentos internos do Estado. Não por chalaça mas por desgraça. E depois, como diria o outro, quem cá estiver há-de ver o que a seguir acontece.
Muito bom para rir.
O ilustre articulista demonstra que percebe pouco de Moeda&Finanças :)
Agrada-me muito o conceito, que deveria começar a ser implementado precisamente pelos académicos e, porque não, por essa reserva moral da Nação - os deputados.
Revelador de uma certa vaidade, essa de baptizar a nova moeda de "Cruz", precisamente o apelido do autor do texto.
E por que não chamar à nova moeda «tonibler».
Fazia jus a uma figura lastimável da cena política europeia, no seu seguidismo face à aventura bushiana de desestruturação do Iraque e do Médio Oriente, aventura da qual nunca mais deixamos de pagar uma pesada factura.
Talvez pudéssemos passar a pagar essa factura em «toniblers».
E fazia-se jus ao comentador João Pires da Cruz, que, quando usava esse «nick name», insultava a nossa inteligência de forma ainda mais desbragada, bronca mesmo, do que o faz no artigo.
O comentador Rui Fonseca chama a atenção para algumas generalizações, no mínimo, abusivas, deste excelso escriba.
Força, camarada ex-tonibler, que te não doam as pontas dos dedos de teclares tanto dislate ultimamente.
Caro Ferreira de Almeida,
obrigado por chamar a atenção para o artigo.
Como se viu por alguns comentários, o artigo, com graça, acertou na "mouche". De tal forma que até houve quem se perdesse por outras terras tal o "choque".
A questão da UE é um pouco com outras, sabe bem dizer mal enquanto se beneficia de tudo o que trouxe de bom, mas que os políticos têm tido o cuidado de usar em proveito próprio ou das corporações que servem.
Para as férias.
A questão da UE, tal como a referi, também se aplica, ou melhor aplica-se com ainda mais propriedade, à democracia e ao capitalismo.
Muito bem explicado, a aproveitar para sessões de esclarecimento no referendo que por aí paira :) só não concordo que o caro João Cruz dê como exemplo de "improdutivos" os funcionários públicos, assim por atacado, não sei se já experimentou mudar os seus diretores de empresa de um momento para o outro, alegando "novas orientações estratégicas", ou congelar-lhes os salários durante 10 anos, proibir as promoções sem limite à vista, mudar as regras de funcionamento cada mês, enfim, detalhes.
Pior, cara Susana, aquilo que acontece no sector privado é que há milhares de pessoas que levam uma redução de 100% e carreira congelada ad eternum .
Será. Mas isso significa que os que não são despedidos são mais produtivos do que os que todos os trabalham no Estado? Acho curioso que a referência encontrada para definir produtividades seja a de quem é que pode ser despedido e congelado ad eternum ou não, ainda não há muito tempo a moda era dar estímulo, motivar, explicar os objectivos, etc. Agora, pelos vistos, os setores definem-se pelo que podem ameaçar mais ou menos.
Não, não significa isso. Significa que numa economia justa, as pessoas ganham aquilo que produzem. Quando isso não acontece, o desequilíbrio vai fazer com que uns tenham que trabalhar muito mais para poderem ganhar o que seria justo ganharam. Por exemplo. no sector privado em Portugal um trabalhador tem que entregar o dobro do valor que um trabalhador do estado, mesmo admitindo que o trabalhador do estado entrega aquilo porque recebe. E este pressuposto está errado porque temos um défice contínuo. É claro que entregar o dobro do valor do que se recebe já é uma tarefa difícil de atingir pelo que, moda ou não, o caminho mais provável de qualquer trabalhador português é o desemprego ou a emigração. Felizmente, esta última parece ser a escolha mais comum.
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