Quando um ministro não é mostrado, a pulsão para se mostrar é quase irresistível. Eis que o senhor ministro dos Assuntos Parlamentares achou que era a sua vez de aparecer, tão discreto todos o julgavam. E vai daí trouxe umas estatísticas segundo as quais ao longo dos quinze meses que leva a legislatura o PS só por sete vezes terá usado a sua maioria para aprovar sozinho propostas de lei do Governo. Contra a vontade de toda a oposição, portanto. Ao todo, exibe o ministro, foram 73 as propostas de lei trazidas pelo Executivo ao Parlamento.
Estes números merecem análise muito mais aprofundada e conclusões de muito mais amplitude do que aquela que interessou ao ministro retirar. Quer pelo que revelam do comportamento das oposições, quer do governo e da maioria que o sustenta. Mas o que convém, no entanto, reparar é na natureza das sete propostas em que o PS não conseguiu qualquer apoio fora da sua obediente bancada. Foram "só" estas: Orçamento Rectificativo de 2005, aumento da taxa máxima de IVA de 19 para 21%, Orçamento do Estado para 2006, Grandes Opções do Plano (2005/2009), redução das férias judiciais, avaliação e desempenho na administração pública e votação final da nova lei do arrendamento urbano.
Coisa pouca, portanto...
1 comentário:
Caro Ferreira de Almeida,
Obrigado pelo inventário. Poucas, de facto!
É que, afinal, são só três: redução das férias judiciais, avaliação e desempenho na administração pública e votação final da nova lei do arrendamento urbano.
As outras, clássicas, não contam. É "sempre" assim!
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