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quarta-feira, 5 de julho de 2006

Socialismo pragmático ou pragmatismo socrático?

Parece que os momentos que vivemos não estão para grandes rasgos ideológicos: a "estrada" está tão estreita que mais parece um carreiro...
O que se adopta como verdadeiro critério é o da utilidade do "corta", uma doutrina filosófica de resultados contabilísticos, ao estilo a que, pelos vistos, agora se chama de"socialismo-pragmático"!
Se muita da acção propagandeada poderá não vir a traduzir-se em proporcionais resultados, houve uma decisão do último Conselho de Ministros que foi bem baseada na experiência e na observação dos factos : verdadeiro "pragmatismo socrático"...que revogou uma decisão tomada, em tempos, por um socialismo ( que ainda não dava jeito designar de "pragmático") !
O governo alterou o regime remuneratório dos médicos nas urgências, revogando um diploma da antiga Ministra Manuela Arcanjo que determimava que as horas extraordinárias eram pagas pelo mesmo valor, estivesse o médico em regime de exclusividade (42h./semana) ou em regime de não exclusividade ( 35h./semana ) , isto é ,tabelas salariais iguais sem ser tido em linha de conta um cálculo proporcional aos respectivos salários-base.
O pagamento fazia-se, portanto, desde 2001, pela tabela máxima das 42h.semanais.
Por ano, vão 300 milhões de euros em pagamentos aos médicos por horas extraordinárias nas urgências e o Ministro diz, que com esta medida, vai poupar 20 milhões/ano.
O que ele ainda não disse é que não é esta medida-- independentemente da sua justeza, até face à lei geral do Estado-- que vai resolver a preocupante proporção que os pagamentos em horas extraordinárias ocupam no valor total dos custos com pessoal médico: mais de 5o% destes custos!
E como não se fazem omoletes sem ovos ( e o problema já nem é de não haver dinheiro para ir comprar as omoletas a qualquer lado..., o problema é que não há mesmo ovos!) só resta mesmo reestruturar concentrando serviços; expliquem é tudo muito bem, porque estas medidas são dramáticamente impopulares.
Oxalá tenham aprendido com a desabilidade política das maternidades!

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