Muitos estudos têm demonstrado capacidades cognitivas por parte de diferentes animais fazendo com que a fronteira entre os seres humanos e outras espécies, que ainda há muito pouco tempo estava definida por uma linha precisa, mesmo com os primatas, se alargue de forma apreciável. Há, no entanto, um aspecto que ainda não foi reconhecido noutras espécies, e que na nossa começa a desenvolver-se a partir dos quatros de idade, em média, a denominada “teoria da mente”.
Quando estamos conscientes de uma crença, um desejo ou uma intenção, utilizamos o termo “intencionalidade”. A “intencionalidade” pode ser entendida como uma série hierarquicamente organizada dos estados de crença. Um computador é uma entidade intencional de ordem zero e o mesmo se deve passar com as bactérias e talvez com alguns insectos. No entanto, a maioria dos seres que possuem cérebro estão conscientes do conteúdo das suas mentes, já que “sabem” que têm fome ou “acreditam” que estão a ser vigiados por algum predador. Sendo assim, podemos afirmar que possuem uma intencionalidade de primeira ordem. Quando se tem a crença do que o outro está a pensar ou qual a sua intenção, então designamos a situação de intencionalidade de segunda ordem. Só os seres humanos, e a partir de determinada idade, é que são dotados desta capacidade que está na base da teoria da mente. Mas, não ficamos por aqui, já que a intencionalidade pode atingir a quinta ou sexta ordem, mas não é muito habitual chegar a este grau de elevada complexidade, ou seja, por exemplo: “A acredita que B pensa que C quer que A suponha que B pretende que C acredite” que a sua análise é a verdadeira. Confuso? Claro! Com tantas ordens de intencionalidade… Mas há por aí alguns “superdotados” que não fazem outra coisa, lançando cada confusão!
As interpretações que fazemos acerca do que os outros estão a pensar em função das nossas crenças, desejos ou intenções, nem sempre correspondem e podem ser fontes de equívocos e de graves problemas. Mas é um atributo humano que está constantemente em actividade.
Esta breve análise nasceu da afirmação feita por Ricardo que disse: “Vi nos seus olhos que não estavam confiantes para marcar penaltis. A baliza para eles estava a encolher. Só me cabia tentar prolongar o sofrimento deles”. Um excelente exemplo de intencionalidade de segunda ordem num guarda-redes de primeira…
Força Ricardo!
3 comentários:
Ora aqui está um belo exemplo de “intencionalidade”! De que ordem? No mínimo deve ser de décima ordem! Não consigo ir tão longe! Não sou génio…
Aqui, no 4R, só se mantêm os comentários de 1ª até...3ª ordem. Tudo o que seja acima disso, pulveriza-se. Foi o que aconteceu ao comentário a que faz referência o anterior do Prof. Massano Cardoso. "Arrebentou"!
Enviaram-me um SMS com este teor:
“P - Persistência
O - Optimismo
R - Respeito
T - Trabalho
U - União
G - Garra
A - Amor
L - Luta
Se acreditas em Portugal. Se acreditas que o sonho pode ser real. Se apoias a Selecção nos bons e maus momentos… Não cortes a corrente… PORTUGAL”
Sei que este post merecia um comentário mais consistente e científico.
Usualmente corto sempre a corrente a este tipo de mensagens. O meu lado astrológico é manifestamente incipiente. Acredito mais nas práticas do que nas intenções.
Porém, hoje a minha intencionalidade é de primeira ordem!
Caro Pinho Cardão, precisa-se urgentemente do seu vaticínio para o Portugal-França.
Uma vez que antecipo o seu desiderato, diga-nos lá: Portugal ganha nos 90 minutos, em 120 ou temos que sofrer nas grandes penalidades?
Enviar um comentário