...how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind
Grande pé-de-vento, ontem, na reunião da Câmara Municipal de Lisboa!
O Executivo preparava-se para chumbar a proposta do vereador Sá Fernandes sobre a Wind Parade, quando o próprio, apercebendo-se do facto, retirou a proposta. Só o fez porque garantiu que o presidente da câmara a viabilizaria, usando dos seus poderes.
Toda o oposição reagiu, acusando o vereador e o presidente de desrespeito das mais elementares regras da democracia. Os vereadores do PSD chegaram mesmo a abandonar a sessão em sinal de protesto. O PCP foi especialmente contundente nas críticas.
A questão não está, obviamente, na iniciativa que justificou a proposta abortada. Esse é mais um daqueles gestos inconsequentes que não adiantam nem atrasam, como aliás se espera das propostas do BE. As cidades sustentáveis, aquelas que no futuro deverão ser não só centros de consumo, mas também de produção de energia limpa, não dependem destas acções extravagantes, supostamente de vanguarda mas absolutamente inconsequentes. Aliás, perdem qualquer simbolismo pedagógico quando assumem carácter partidário.
Penso também que António Costa cometeu um lapso de que provavelmente já se terá arrependido. Porque seguramente não quererá ser visto como dado a tiques autoritários ou avesso ás regras da democracia. Que sei que não é.
Porém, como sei que António Costa preza a democracia, as suas regras e os seus princípios, este episódio só é relevante pela confirmação, que politicamente está longe de ser dispicienda (mesmo em termos nacionais e no caso de o PS não renovar a sua maioria absoluta), de que o PS e António Costa tudo farão para manter a coligação com o BE. Mesmo ao preço da satisfação dos caprichos de Sá Fernandes, aceitando sobrepor a vontade deste à vontade da maioria dos eleitos.
Confirmou-se também um dos mais extraordinários slogans de apelo ao voto de que guardo memória: o Zé faz falta!
Pois faz. É mesmo o abono de família do PS.
5 comentários:
Caro Drº Ferreira de Almeida:
Eu não topo este Zé, mas só por ele o ter inspirado a recordar-nos Bob Dylan, vou esquecer por hoje todas as suas patetetices, e vou ouvir, lay lady lady...
-É para levar mais a sério do que a proposta das ameijoas e conquilhas do Tejo?
Ha uma dúvida que não deixa de me martelar no "sotão"...
- Será que existe alguma relação directa entre "Wind Parade" e "As cidades sustentáveis, aquelas que no futuro deverão ser não só centros de consumo, mas também de produção de energia limpa" ?
Hmmm... na, é cisma minha!
Mas, caríssimo Dr. JM, a escolha do poema de Bob Dylan, para além de enquadrado, é uma escolha que merece um enorme aplauso!
Caro Ferreira de Almeida:
Sá Fernandes e António Costa equivaleram-se na asneira. Não que eu dê qualquer importância a um nado-morto como esse que é proposto. Mas pelo que revela de cinismo político e de desprezo pelas regras democráticas. Neste momento é um vale-tudo político.
Uma vergonha!...
Pois, mais valia ter ficado só o poema...Esse episódio da Câmara mostra bem como a política na cidade só faz ventania e correntes de ar.Triste, de facto.
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