As múltiplas notícias sobre violência, roubos, insegurança e falta de respeito a nível escolar têm provocado um grau de preocupação bastante significativo em muitos cidadãos que não se coíbem de comentar. A par desta escalada de instabilidade social, à qual se juntam outros fenómenos, tais como a pobreza real e a “envergonhada”, a falta de futuro dos jovens, a precariedade laboral, o aumento do desemprego e uma diminuição de valores e princípios, muitos dos altos responsáveis do país saem a terreiro, afirmando que os crimes violentos estão, “estatisticamente”, a baixar, que a segurança dos cidadãos vai ser reforçada, que o número de novos empregos está a aumentar, que os choques tecnológicos estão a abrir portas aos jovens, que os sacrifícios irão acabar (veja-se o caso da descida do IVA), enfim, catapultam para as primeira páginas da comunicação social os comprovativos de que estamos num país maravilhoso. Mas, no dia a dia, fugindo ao interesse da comunicação social, inúmeros pequenos dramas revelam muito do que se passa por esse país fora. Nas pequenas vilas e aldeias, e nos bairros das cidades, as pessoas conhecem-se relativamente bem, transmitindo umas às outras o que acontece nos seus pequenos mundos. Um dos temas de conversa mais comum, ultimamente, diz respeito aos assaltos praticados em residências e viaturas, de uma forma verdadeiramente despudorada, se é que se possa admitir que hajam roubos “pudicos”! Lá para as minha bandas, ao fim do dia, “recebo” os relatos dos acontecimentos. A onda de roubos é um facto e ouvir dizer que em determinada artéria, durante a tarde, ocorreram três assaltos a residências, já não causa admiração. Claro que há muito tempo que não vejo um simpático policia a passear de manhã e à tarde por aqueles lugares. A sua presença não era apenas simbólica tinha algum efeito e que efeito! Claro que a explicação para não vermos polícias deverá assentar no facto de haver cada vez mais ruas ou então será devido à circunstância das técnicas de vigilância terem atingido um tal elevado grau de sofisticação que até dispensam as patrulhas motorizadas e a pé. Quando se vê um polícia é muito mau sinal, porque foi chamado ou então está a pregar uma simpática e urbana contra-ordenação.
A par dos ladrões de bairro, existem outros tipos que usam técnicas verdadeiramente desconcertantes, e nem precisam de actuar à calada, são os “ladrões-caloteiros-vigaristas”. São tantas as histórias contadas por muitos comerciantes que davam para elaborar muitas antologias sobre a matéria.
Um comerciante que restaura calçado, talvez ainda possa ser classificado como sapateiro, começou a exigir o pré pagamento do seu trabalho. As razões são mais do que previsíveis. Muitas pessoas não pagavam, outras não levantavam as obras, e o fim do mês acabava por revelar negativamente as consequências desses comportamentos. Como em tudo, os honestos ficam um pouco surpreendidos com tamanha atitude, mas, face à evidência, acabam por aceitar as medidas. Neste caso concreto, a empregada contou a seguinte história: Um senhor pediu que fossem substituídos os saltos dos seus sapatos de marca. Acontece que é diferente substituir os saltos de uns sapatos de senhora dos de um cavalheiro. Estes levam mais tempo. A senhora explicou que tinha que os deixar, podendo levantá-los mais tarde. Ao mesmo tempo propôs-lhe o prévio pagamento. Mas como o senhor tinha todo o tempo do mundo, disse-lhe que não se importava de esperar. E, assim foi. Tirou os sapatos e sentou-se numa cadeira empunhando as suas meias, das quais desconheço as características. Ao fim de algum tempo, foi-lhe entregue o produto. Calçou-se, perguntou quanto era e disse que tinha que ir ao carro buscar a carteira. Não tinha ido ainda, porque não podia ir descalço. – Claro! Comentou, com a maior naturalidade a empregada. O senhor de sapatos arranjados saiu da loja. Até hoje, ainda não apareceu! Explicação? Deve ter o carro mesmo muito longe...
A par dos ladrões de bairro, existem outros tipos que usam técnicas verdadeiramente desconcertantes, e nem precisam de actuar à calada, são os “ladrões-caloteiros-vigaristas”. São tantas as histórias contadas por muitos comerciantes que davam para elaborar muitas antologias sobre a matéria.
Um comerciante que restaura calçado, talvez ainda possa ser classificado como sapateiro, começou a exigir o pré pagamento do seu trabalho. As razões são mais do que previsíveis. Muitas pessoas não pagavam, outras não levantavam as obras, e o fim do mês acabava por revelar negativamente as consequências desses comportamentos. Como em tudo, os honestos ficam um pouco surpreendidos com tamanha atitude, mas, face à evidência, acabam por aceitar as medidas. Neste caso concreto, a empregada contou a seguinte história: Um senhor pediu que fossem substituídos os saltos dos seus sapatos de marca. Acontece que é diferente substituir os saltos de uns sapatos de senhora dos de um cavalheiro. Estes levam mais tempo. A senhora explicou que tinha que os deixar, podendo levantá-los mais tarde. Ao mesmo tempo propôs-lhe o prévio pagamento. Mas como o senhor tinha todo o tempo do mundo, disse-lhe que não se importava de esperar. E, assim foi. Tirou os sapatos e sentou-se numa cadeira empunhando as suas meias, das quais desconheço as características. Ao fim de algum tempo, foi-lhe entregue o produto. Calçou-se, perguntou quanto era e disse que tinha que ir ao carro buscar a carteira. Não tinha ido ainda, porque não podia ir descalço. – Claro! Comentou, com a maior naturalidade a empregada. O senhor de sapatos arranjados saiu da loja. Até hoje, ainda não apareceu! Explicação? Deve ter o carro mesmo muito longe...
3 comentários:
... burros brancos e cães de caça, são todos da mesma raça...
Pois é caro Professor, outra hipotese é que um "amigo do alheio", tenha surrupiado a carteira ao honrado cliente, ou ainda e para cúmulo, lhe tenha furtado a viaturazinha, com a correspondente carteirinha lá dentro... assim ao estilo da cereja no cimo do bolo...
ai ai, a vida está difícil, caro professor, até para aqueles que estragam os saltinhos...dos sapatinhos... de marca.
;)))
Oh professor!...Mas isso será verdade?
Tem que testar a veracidade desses relatos com a verdade todos os dias reafirmada pelo Sr. Ministro da Administração Interna!...
Ou será que ele fala tão verdade como Sócrates fala?
Claro que é verdade.... asseguro eu que, não conhecendo a sapataria, já reaprendi (com o Engº Civil, claro) o novo conceito de VERDADE.
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