"Nem o sol pode ver um melhor". Assim se exprime Homero, na Ilíada, indicando que ele há situações que nem o astro-rei, parâmetro da universalidade, poderia tornar mais claras.
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público protagonizou uma destas situações ao tornar pública a moção a discutir sábado na sua Assembleia Geral.
A dado passo, lê-se: "A nível interno, como sua consequência necessária ou provocada, constatam-se: fracturas antes inimagináveis nos corpos judiciais e do MP, o surgimento ou a evidência pública de ambições pessoais e protagonismos agressivos, a exibição de rupturas de cordialidade e compostura no relacionamento entre magistrados e entre elementos dos órgãos de polícia criminal (OPC) e as magistraturas, sucessivas e inadvertidas intervenções públicas cujo menor efeito é o de denegrir e menorizar a imagem dos magistrados e da própria instituição",
Quem o poderia dizer com mais autoridade?
3 comentários:
Um exercício de auto crítica lapidar, de facto.
Vamos ver se entendo:
- É o Dr. António Cluny, um dos mais frequentes clientes do mediatismo e frou-frou da comunicação social, que entende que existe uma crise interna do Ministério Público que assenta:
- em "fracturas antes inimagináveis nos corpos judiciais e do MP";
-na "evidência pública de ambições pessoais e protagonismos agressivos";
- na "exibição de rupturas de cordialidade e compostura no relacionamento entre magistrados e entre elementos dos órgãos de polícia criminal (OPC) e as magistraturas";
- em "sucessivas e inadvertidas intervenções públicas cujo menor efeito é o de denegrir e menorizar a imagem dos magistrados e da própria instituição" ?
Percebi bem ?
Significa isto uma confissão de que os magistrados encarregados da investigação criminal em Portgal vivem esse clima interno de "ambições", "exibições" e "perdas de compostura" ?
Apetece repetir as palavras de Dante Alighieri “Há leis; mas quem mete mão nisto?”
Belo e apropriado título, caro Ferreira de Almeida:
Nem o Sol conseguiria pôr a coisa tão clara!...
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