Reconheço, e até julgo normal, que o PS reaja por instinto e se defenda; procure fazer das misérias glórias ante as responsabilidades que sabe que lhe cabem pela condução do País ao estado em que ele se encontra.
Reconheço que a fuga à verdade é uma prática comum nas campanhas eleitorais e que os programas eleitorais são normalmente o repositório de afirmações que o tempo se encarrega de demonstrar não terem a minima adesão à realidade. São muitas vezes fruto de congeminações das agências publicitárias que usam e abusam do virtual para convencimento dos mais incautos ou dos menos informados.
Reconheço, até, que da direita à esquerda se explora à exaustão a tendência das massas para preferirem quem lhes vende ilusões, mais do que aqueles que lhes falam a verdade. Sobretudo se a verdade for incómoda, implicar um devir de mais sacrifícios, de mais austeridade, de renúncia à materialidade.
Tudo isto é o fado da nossa vida política, a inevitável produção dos partidos que temos e dos políticos que os dirigem.
O que já toca as raias do inconcebível e do intolerável é o indecente estado de negação em que alguns se mantêm, como disso dá testemunho o passo acima facsimilado do programa eleitoral do Partido Socialista. Já depois de o INE ter corrigido o défice de 2010, trazendo para o perímetro orçamental parte daquilo que foi varrido para baixo do tapete para que o Governo exibisse o troféu de uma irreal consolidação, eis que o PS apresenta os números da mentira como exemplos de boa governação e fundamento para a renovação do seu mandato à frente dos destinos do País.
Eu, que me julgo muito tolerante com os artifícios das campanhas eleitorais, sinto que é tempo de dizer, por uma vez, basta a quem assim revela não estar minimamente preocupado com o presente e o futuro do País.
Por que é, efectivamente, demais!
4 comentários:
Caro JMFA,
O meu caro que é advogado, i.e., tem as condições necessárias e suficientes para aceder ao alegado sistema de justiça cedido pelo estado português, pode fazer o mesmo que o seu colega de Catanhede(acho...) e apresentar uma denúncia de gestão danosa.
Nós, os cidadãos, só servimos mesmo para pagar e por isso não podemos fazer essas coisas. Acho que se forem apresentadas umas 100 denúncias, então o seviço de acusadores que o estdo fornece poderá pensar na eventualidade de começar a trabalhar no assunto. Se for antes das férias, claro.
O PS supera-se diariamente a si próprio. Mas, como vive num mundo de ilusão, julgo que já nem mente e até está plenamente convencido do que diz. Já não tem consciência e perdeu a noção do certo e do erro, da verdade e da mentira.
Meu caro Tonibler, a legitimidade para apresentar queixas por crimes públicos é dos cidadãos, sejam eles advogados ou não. Terei muito gosto em lhe indicar um Colega competente nessas matérias - o que não é o meu caso - para o caso de pretender fazer valer esse seu direito.
Caro JMFA,
Aquilo que já aprendi é que a justiça portuguesa está ao alcance de todos. Dos cidadãos como reús e do estado como acusador...
Enviar um comentário