O ponto não é só a origem dos fundos para fazer a festa da inauguração de um troço da CRIL. O ponto é de natureza ética. Mais uma vez o plano não é apenas material, mas essencialmente moral. Num momento em que há sacrifícios que estão a ser impostos às pessoas, às famílias e às empresas, e ainda que os tempos fossem de prosperidade, e em que há escassez e rotura de recursos financeiros - com empresas públicas em dificuldades para pagar salários ou tribunais sem dinheiro para pagar telefones e papel para as impressoras - manda a boa gestão da coisa pública e o interesse colectivo que não se gaste dinheiro em inaugurações e se poupe nos eventos públicos.
Gastar 100.000 euros para montar uma tenda e deitar foguetes na inauguração de uma obra pública paga com dinheiros dos contribuintes ou utilização de fundos comunitários que poderiam ser gastos em despesa produtiva não é aceitável. São estes comportamentos que precisam de ser alterados. Sobriedade e critério na utilização de dinheiros públicos são princípios que há muito andam desaparecidos. Precisamos de recuperar a cultura do exemplo e este vem de cima. Pode ser que a crise ajude...
2 comentários:
Mas isto vai-se compor... ai vai, vai. E já falta muito pouco.
Claro que vai compor-se e de que modo.
Não garanto, é que num futuro beberete em Belém, não voltemos a ver o expoente militar, político e cívico Valentim Loureiro e cara metade.
A convite do protocolo de Estado.
Do estado a que chegou este Estado.
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