A adivinhação sobre o próximo “pacote de medidas” ameaça atingir as raias de uma espécie de desporto de tiro ao alvo. Como se as pessoas não andassem já suficientemente atormentadas e ansiosas quanto ao futuro, nada melhor do que disparar em todas as direcções as mais variadas e imaginativas formas de “resolver” os nossos problemas. Todos os dias abrimos os jornais e lá vem mais uma ideia brilhante, ora de um qualquer grupo de pensadores, ora de uma frase deixada cair num debate, ora, à falta de melhor, de um palpite de algum jornalista mais ligeiro na interpretação do ditos e dos silêncios. Seguem-se, é claro, os desmentidos ou os esclarecimentos, às vezes apenas a negação de que tenha sido dito mas não a de que não venha a ser feito, tudo isto num caldo de cultura doentio, em que a última coisa a ser respeitada são as pessoas, que precisam de saber com o que podem contar em vez de servirem de alvo livre dos que, agora, tão pressurosamente querem contribuir para a resolução da crise.
O que mais me espanta é que muito dos que hoje comentam, criticam e exigem, são precisamente os que ainda há poucos meses desfeiteavam os que falavam dos problemas, dos que alertavam para os números e previam grandes dificuldades. Os mesmos, os mesmíssimos, aparecem hoje com ar grave e sorumbático, a perguntar-se como é que “deixaram”, como é que “não viram” e prontinhos para dar os seus bitaites infalíveis sobre o que “é preciso” fazer. Os chamados meios noticiosos tornaram-se um verdadeiro massacre.
O que mais me espanta é que muito dos que hoje comentam, criticam e exigem, são precisamente os que ainda há poucos meses desfeiteavam os que falavam dos problemas, dos que alertavam para os números e previam grandes dificuldades. Os mesmos, os mesmíssimos, aparecem hoje com ar grave e sorumbático, a perguntar-se como é que “deixaram”, como é que “não viram” e prontinhos para dar os seus bitaites infalíveis sobre o que “é preciso” fazer. Os chamados meios noticiosos tornaram-se um verdadeiro massacre.
2 comentários:
É bem verdade-
Suzana
Em vez de discutirmos como é que vamos encontrar um rumo de futuro para o país, andamos entretidos no exercício da adivinhação da austeridade. É realmente aflitivo!
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