Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A arte de perder tempo

Terminou mais uma Comissão de Inquérito, a da compra de equipamento militar, incluindo os submarinos, com o Relatório aprovado pela maioria e os votos contra das Oposições. Aliás, como sempre. Todas as Comissões de Inquérito (creio que houve apenas uma excepção) terminam com Relatórios aprovados ou rejeitados de acordo com as maiorias de governo. 
Pior ainda, as conclusões da maioria e declarações de voto das Oposições não diferem das opiniões que uma e outras explanavam antes dos "trabalhos" da Comissão de Inquérito.
Isto é, horas e horas e dias e meses de audições, perguntas e discussões para nada. As conclusões estão sempre pré-definidas.
No entanto, os senhores deputados rebolam-se de gozo nestas intermináveis sessões de interrogatório, sobretudo quando televisionadas. Ainda agora, e também como sempre, pretendiam alguns que o inquérito continuasse.
Podia continuar até à eternidade, que nunca estariam esclarecidos. É que tempo para coisas verdadeiramente úteis não lhes faz qualquer falta!...

8 comentários:

João Pires da Cruz disse...

Eu tenho a plena convicção de que as comissões parlamentares servem para estragar o trabalho da judiciária e impedir que alguma vez a verdade seja apurada sobre pessoas de alguma forma ligadas ao poder político.

Bartolomeu disse...

Democracia, meu amigo Cruz, democracia...

João Pires da Cruz disse...

Não, caro Bartolomeu, democracia é outra coisa. Democracia é aquele regime em que a comissão parlamentar se formava para perguntar à senhora da PGR porque porra ainda não havia detenções no caso dos submarinos, atendendo que os alemães já fecharam o processo e o Salgado anda a meter a boca no trombone. Isso seriam os representantes do povo e perguntar porque é que o estado que o povo paga não está a mexer uma palha. Democracia.

Isto é outra coisa... Isto é mais parecido com Angola.

JM Ferreira de Almeida disse...

Tem razão, Pinho Cardão. O modelo dos inquéritos parlamentares tem de ser profundamente repensado pelas razões que expõe. Creio que isso está à vista de todos. Porém, o problema é o mesmo que se coloca noutros planos: o figurino não convém aos partidos e ao rotativismo?

Rui Fonseca disse...



É o jogo da cabra-cega jogado em São Bento, caríssimo António!

Na Alemanha houve condenados por corromperem quem em Portugal não foi corrompido.

Não vivemos numa república das bananas. Somos um país de bananas
a olhar para o balão enquanto os carteiristas nos vão aos bolsos.

Pedro disse...

Quantas "comissoes de inquerito" teve o caso Camarate ?

Resposta aqui: http://www.publico.pt/politica/noticia/nova-comissao-de-inquerito-ao-caso-camarate-toma-posse-a-10-de-janeiro-1579359

P.S I - á luz desta contabilidade, preve-se naturalmente que os submarinos voltem á baila.

P.S II - infiro que as conclusões e opinião manifestada relativamente á comissão dos submarinos seja, por definição, extensivel e aplicavel á X Comissão sobre Camarate, certo ?

Pinho Cardão disse...

Caro Pedro:
Se não é assim, para lá caminha.
Os senhores deputados adoram comissões de inquérito. Realizam-se nelas.
Se concluem alguma coisa? Claro que não. Cada qual conclui o que já concluira antes.

Suzana Toscano disse...

Conta para o PIB. Já viram o trabalho que dá a tanta gente, tantas deslocações, horas e horas a ouvir e a depor, televisões, artigos de jornal e notícias...