O país está em suspenso à espera da proposta de lei da reforma do IRS. A proposta do Orçamento do Estado de 2015 também está à espera. A reforma foi aprovada pelo governo na quinta feira passada. De lá para cá, diariamente, todos os jornais e televisões, por conta própria ou socorrendo-se do trabalho de sociedades de advogados e de consultoras, trataram de dar a conhecer as medidas e os resultados da sua aplicação no bolso dos contribuintes. O governo forneceu-lhes um guião da reforma para informarem os portugueses. Assim fizeram. O SE dos Assuntos Fiscais veio agora declarar que fizeram mal as contas!
Para além da confusão gerada com a disparidade das centenas de simulações do IRS para todos os gostos, nuns casos a favor dos contribuintes e noutros casos agravando o imposto a pagar, as dúvidas foram-se engrossado. Ontem e hoje já havia jornais e televisões, depois da euforia dos primeiros dias, a chamarem a atenção que apenas uma parte das famílias - 14% - iriam pagar menos IRS, as outras ou não sentiriam a diferença ou então seriam penalizadas com mais IRS para pagar. Neste último caso, as famílias atingidas só têm um filho ou não têm filhos.
Mas pergunto: tendo sido a reforma aprovada, então estes efeitos não eram conhecidos? Li há pouco que o Primeiro Ministro veio esclarecer que ninguém poderá pagar mais IRS. Na discussão na especialidade, que decorrerá na Assembleia da República, será introduzida uma espécie de cláusula de salvaguarda. Uma grande trapalhada política e uma grande desilusão para muitas famílias, também. O que mais estará ainda para acontecer?
3 comentários:
«O que mais estará ainda para acontecer?»
Tente lá imaginar, Margarida Corrêa de Aguiar. Não me parece difícil...
Por anda anda a reforma da Segurança Social? E a do Estado?
José Mário, não andam, o Estado por excesso e a Segurança Social por défice.
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