"O mote está dado por Graça Franco, ou por Pedro Santos Guerreiro. Celebre-se e elogie-se a alternativa em abstracto. Pouco importa se, em concreto, a alternativa política é exequível ou mesmo apenas sensata.É neste tipo de terreno acrítico que proliferam as falsas alternativas políticas.
Não aprendemos nada com o que se passou entre 2009 e 2011? Nada aprendemos com o que se está a passar na Grécia em 2015.
O Syriza também tinha uma alternativa que o distinguia da Nova Democracia, de igual modo elogiada pelas Graças Franco e Pedros Santos Guerreiro locais.
Sabemos o que se seguiu e, pior, o que pode vir a seguir".
Paulo Gorjão, no Bloguítica
Ora aí está!
6 comentários:
Que grande confusão!
Da “alternativa em abstracto” passa para 2009 e depois para a Grécia.
A “Alternativa” como lhe chama em abstracto do Cenário Económico apresentado pelo PS é tão em abstracto como a “Não Alternativa” apresentada pelo governo com o nome de Programa de Estabilidade. O grau de incerteza de qualquer das duas não deve deferir muito.
Quanto ao recuar a 2009/2011 bem, bom seria que tivéssemos uma dívida de 94,0% do PIB (2010) e não de 130,4% como temos hoje;
Bom seria que tivéssemos uma taxa de desemprego de 10,8% e não de cerca de 20,0% como afiança o FMI;
Bom seria que a riqueza nacional fosse de 179.930 milhões de euros e não apenas 173.053 como temos hoje.
Bom seria que não tivéssemos tanta pobreza como temos hoje;
Bom seria que não tivéssemos mortes sem atendimento nas urgências dos hospitais;
Bom seria que tivéssemos uma despesa com juros da dívida pública de 4.896 milhões de euros e não de 8.580 milhões de euros como temos hoje;
Bom seria que tivéssemos uma dívida externa líquida de 82,7% do PIB e não de 104,5% como temos hoje;
Bom seria que o Investimento(FBCF) não regredisse de 36.938 milhões de euros para os 25.900 que temos hoje;
Bom seria que não tivéssemos destruído tanto emprego, passando de 4.898 mil empregos para 4.429 mil;
Enfim, haja decência!
Caro Carlos Sério:
Creio que será dos primeiros comentários do meu amigo que ficará sem resposta. Nesse caminho de demagogia infrene não me tem como parceiro.
Caro Dr. Pinho Cardão:
Será por causa da demagogia do Carlos Sério que não lhe responde?
Duvido.
É que há dados objectivos difíceis de contestar.
E que contrariam o idílico cenário - e agora não poderei aplicar o habitual termo cor-de-rosa mas direi - laranja que normalmente aqui encontramos.
Já quanto aos números (seleccionados a dedo) do sucesso económico resultante de um crescimento de 1,64% negativo do PIB, apresentados amiúde por outro posteiro do 4R, aí nunca o senhor encontrará demagogia alguma.
Se calhar o nosso problema deve ser analisado com vistas mais largas.
Porque razão desde 1970 o nosso PIB cai sempre, década a década.
1961 a 1970 – 5,81
1971 a 1980 – 4,99
1981 a 1990 – 3,67
1991 a 2000 – 3,14
2001 a 2010 – 0,75
2011 a 2014 - –1,64 neg.
Identificar as razões e tentar actuar nos factores.
Não fazer uma guerra mesquinha e permanente, de natureza político-partidária, tentando encontrar o único e exclusivo culpado.
Caro Pinho Cardão, quanto às políticas do «Centrão» atentemos nalgumas opiniões mais abalizadas:
Chris Gupta: "A constituição de uma «Democracia Representativa» "consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."
Dr. Stan Monteith: "De há muito, o principal problema da vida política americana tem sido tornar os dois partidos congressionais (o partido Republicano e o partido Democrata) mais nacionais. O argumento de que os dois partidos deviam representar políticas e ideias opostas, uma, talvez, de Direita e a outra de Esquerda, é uma ideia ridícula aceite apenas por teóricos e pensadores académicos. Pelo contrário, os dois partidos devem ser quase idênticos, de forma a convencer o povo americano de que nas eleições pode "correr com os canalhas", sem na realidade conduzir a qualquer mudança profunda ou abrangente na política."
George Wallace (foi candidto a Presidente dos EUA):
"... não existe diferença nenhuma entre Republicanos e Democratas." ... "... A verdade é que a população raramente é envolvida na selecção dos candidatos presidenciais; normalmente os candidatos são escolhidos por aqueles que secretamente mandam na nossa nação. Assim, de quatro em quatro anos o povo vai às urnas e vota num dos candidatos presidenciais seleccionados pelos nossos 'governantes não eleitos.' Este conceito é estranho àqueles que acreditam no sistema americano de dois-partidos, mas é exactamente assim que o nosso sistema político realmente funciona."
Professor Arthur Selwyn Miller foi um académico da Fundação Rockefeller:
"... aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado como um organismo, mas de um pequeno grupo de homens. Este grupo é chamado «Establishment». Este grupo existe, embora a sua existência seja firmemente negada; este é um dos segredos da ordem social americana. Um segundo segredo é o facto da existência do Establishment – a elite dominante – não dever ser motivo de debate. Um terceiro segredo está implícito no que já foi dito – que só existe um único partido político nos Estados Unidos, a que foi chamado o "Partido da Propriedade." Os Republicanos e os Democratas são de facto dois ramos do mesmo partido (secreto)."
Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:
[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]
Caro Manuel Silva:
Se comentasse, através do meu amigo, aquilo que o Carlos Sério referiu, estaria a entrar num jogo viciado. E, pior, o Carlos Sério sabe bem que o viciou.
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