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sexta-feira, 16 de março de 2007

O ministro nervoso

Dizem as agências que Mário Lino, o ministro das Obras Públicas desafia Marques Mendes a explicar porque é que em 2004 era a favor da Ota, e agora mudou de opinião. Isto na sequência da audiência concedida pelo Presidente da República ao lider do PSD sobre, justamente, o novo aeroporto. Li esta notícia depois de ver e ouvir uma reacção desproporcionada do senhor ministro a declarações do lider do CDS sobre a Ota que se apoiavam numa transacta intervenção do bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, onde também manifestou dúvidas sobre a racionalidade técnica do projecto.
O ministro anda notoriamente nervoso e um chazito far-lhe-ia prevenir males maiores. A tal ponto anda nervoso que não se apercebe que a malta não é bruta e por isso não lhe interessa nada, mesmo nada, saber se o PSD mudou de opinião e porque é que mudou. O que interessa ao País é que o Governo, e em especial o senhor ministro, esclareçam as dúvidas que diariamente avolumam a suspeita de que os interesses de uns tantos conduzem à criação de mais um pesadíssimo elefante branco. À custa do sacrifício de todos.

19 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Comentário noutro local: http://tonibler.blogspot.com/2007/03/uma-coisa-racionalidade-do-projecto.html

Tavares Moreira disse...

Caro Ferreire de Almeida,

Na esteira do Poeta, pode bem dizer-se:
"Descalça vai para a Ota
Maria Lino pela verdura,
vai nervosa e não segura,
Descalça vai para a Ota...

Pedro Sérgio disse...

Caro Ferreira de Almeida,

Compreendo que o "tal" Projecto da OTA nunca têm fim, ou terá, um fim triste e complicado para a nossa Economia, que sempre é fragil,mas não com o actual governo do Eng. Socrates.Portanto,esta situação está na praça publica a complicar os português para não verem o filme que este governo está a fazer com as suas reformas no nosso Pais, que no meu entender,certas parte têm viabilidades e outras não!

Pedro Sérgio (Palmela)

Tonibler disse...

A OTA é uma estupidez, seja porque vertente se olhe. Por isso, e porque as razões do Lino toda a gente já percebeu quais são, quais eram as do Marques Mendes em 2004? Não sendo a questão fulcral, não deixa de ser interessante para os eleitores se não estamos a substituir um pelo outro.

Anónimo disse...

Caro cmonteiro:
Li, como sempre com muita atenção, o seu comentário à despretensiosa nota que coloquei.
O meu Amigo avaliza um método que infelizmente se tornou comum na política portuguesa. Quando são interpelados publicamente sobre questão importante, ou pouco importante, raros são os políticos no governo que assumem as suas responsabilidades sem tentarem chutar para canto. E chutar para canto é sempre pretender que se a solução é má ou a decisão levanta dúvidas, os outros, antes deles, também escolheram mal ou decidiram mal.
Não, meu caro cmonteiro, a responsabilidade da escolha da Ota e o dever de explicar porque se apostam ali os escassos meios financeiros do País, é do Engº Lino e do Governo. E sê-lo-ia sempre ainda que o PSD estivesse de acordo com a opção.
A atitude que relatei demonstra uma preocupante insegurança do ministro. E o tom com que reage às críticas torna visível o nervosismo que o tema suscita. O que aliás hoje se compreende melhor face à notícia sobre a existência e o conteúdo do relatório da NAVE.
Por mim, repito, estou-me nas tintas para a posição do Dr. Marques Mendes no passado, ou para a de qualquer dirigente do PSD. Espero só que aquela que MM defende agora não seja motivada porque lhe faltam outros motivos para zurzir no Governo (que não faltam, antes abundam), esteja estribada em argumentos sólidos de natureza técnica, que neste caso naturalmente devem preceder a decisão política. Como cada dia que passa dá a entender que está.

Caro Tavares Moreira:
Creio que o velho Camões não se estava a referir a esta Maria quando a descreveu:
"Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura".
Ou então o facto de só ver de um olho explica o erro de percepção ;)
Creio que a história desta donzela nervosa acabará com a da outra poesia, em que a aguadeira, de tão negligente na ida à fonte, acabou por partir a bilha...

Anónimo disse...

Caro Tonibler:
Não é por aí que se avaliam as diferenças e as competências.
Em 2004 as circunstâncias eram distintas e, lembro-me bem, o PSD então no governo era acusado de ter uma posição errante sobre o assunto.
Carmona Rodrigues, então MOP, chegou a propor que a Ota fosse um aeroporto de serviço para vôos de low cost, funcionando em conjunto com a Portela.
Mas volto a dizer: os erros políticos do PSD foram aldados nas eleições. Quem tem a responsabilidade da decisão e de explicar porque a toma, é este governo e este minstro. E não, como a central de propoaganda governamental já começou a difundir, quem já não exerce o poder.

Caro Pedro Sérgio,
Tivesse o meu Amigo razão em considerar que a Ota é, afinal, uma cortina de fumo para não deixar ver outras políticas. Não é, infelizmente. Obedece a razões que a razão desconhece nestes tempos em que não faltam oportunidades de investimento certo e reprodutivo.

Tonibler disse...

Caro JMFA,

Essa das eleições lavarem os partidos funciona na realidade virtual dos políticos. Para os eleitores, isso quer dizer que se não fosse o Lino, fosse o Marques Mendes, a ameaça da OTA era a mesma.

Anónimo disse...

Não, meu caro Tonibler. Se os eleitores fossem chamados a pronunciar-se sobre a Ota, eu esperaria que se apreciasse o mérito do projecto e o povo soubesse esclarecidamente qual a melhor opção. Nessa opção, qualquer que ela fosse, não creio que o peso da eventual mudança de opinião do PSD e de MM fosse decisivo.
Além do mais, mesmo que MM tivesse alterado a sua posição, agora na oposição relativamente ao que alegadamente defendera no governo quando por lá passou, que censura lhe pode ser dirigida? Sobretudo agora, como não se cansa de dizer o ministro, que são inúmeros os estudos e mais consistente a informação?
Quanto à "lavagem" dos partidos pelo sufrágio, pois o meu caro saberá que é assim, pelo menos em democracia. O afastamento do poder é a maior das sanções já que os partidos são organizações que se destinam a exercê-lo. A escolha de outro partido para governar significa transferir para ele a responsabilidade das decisões. Não deve ficar nenhum lastro após a sanção eleitoral que não pode deixar de ser havida como expiatória. Se não fosse assim, só restava ao partido perdedor o suicídio...

Pedro Sérgio disse...

Pelo evidente interesse público de que se reveste, transcrevo, sem comentários, por se mostrarem desnecessários, e-mail acabado de receber de pessoa conhecida, em que se transcreve correspondência enviada ao Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, acerca da questão do novo aeroporto de Lisboa, o famigerado NAL-OTA.


"Exmo Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

No passado mês de Maio, enviei uma mensagem electrónica a V. Exa e uma outra a S. Exa o Primeiro-ministro, solicitando um esclarecimento ao processo de decisão da localização do Novo Aeroporto de Lisboa.

Passado pouco mais de um mês, recebi de ambas as partes ofícios informando-me que teria sido dada a devida atenção à minha mensagem e que as minhas considerações estariam a ser objecto de análise.

No entanto, não tendo desde então recebido qualquer esclarecimento, prossegui a análise dos vários estudos e documentos disponibilizados pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (ou por entidades por ele tuteladas), referentes aos processos do Novo Aeroporto de Lisboa e da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, verificando a existência de algumas questões para as quais continuei a não encontrar resposta.

No dia 17 de Novembro, enviei um novo pedido de esclarecimento do qual voltei a não obter qualquer resposta.

Nesse sentido, venho novamente por este meio, como cidadão e contribuinte, solicitar a V. Ex.cia que providencie as respostas às seguintes questões, as quais me parecem legítimas e pertinentes:

1 – Por que é que o estudo elaborado pela ANA em 1994 (que identifica a Base Aérea do Montijo como a melhor localização para o novo aeroporto e que classifica a Ota como a pior e mais cara opção) não se encontra disponível no site da NAER?

2 – Por que é que o estudo elaborado pela Aeroports de Paris em 199 (que recomenda a localização do NAL no Rio Frio e que classifica a Ota como pior opção) não justifica o facto de não ter sido sequer considerada a opção recomendada no estudo anterior?

3 – Por que é que todos os estudos e documentos disponibilizados, elaborados entre 1999 e 2005, incluindo o "Plano Director de Desenvolvimento do Aeroporto", tiveram como premissa a localização na Ota, considerada nessa altura como a pior e mais cara opção?

4 – Por que é que o documento apresentado como suporte da decisão de localização na Ota é apenas um "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental", no qual questões determinantes para a localização de um aeroporto (operações aéreas, acessibilidades, impacto na economia) foram tratadas de um modo superficial, ou não foram sequer afloradas?

5 – Por que é que na ficha técnica do atrás referido "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" não constam especialistas nas áreas da aeronáutica e dos transportes?

6 – Por que é que o "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" para o aeroporto na Ota usou os dados dos Censos de 1991 para calcular o impacto do ruído das aeronaves sobre a população, quando existiam dados de 2001 e uma das freguesias mais afectadas (Carregado) mais do que duplicou a sua população desde 1991?

7 - Em que documento é que são comparados objectivamente (com outras hipóteses de localização) os impactos económicos e ambientais associados à opção da Ota (desafectação de 517 hectares de Reserva Ecológica Nacional; abate de cerca de 5000 sobreiros; movimentação de 50 milhões de m3 de terra; "encanamento" de uma bacia de 1000 hectares a montante do aeroporto; impermeabilização de uma enorme zona húmida; necessidade de expropriar 1270 hectares)?

8 - Em que documento é que se encontra identificada a coincidência do enfiamento de uma das pistas da Ota com o parque de Aveiras da Companhia Logística de Combustíveis (a apenas 8 Km) e avaliadas as consequência de um possível desastre económico e ecológico decorrentes de desastre com uma aeronave?

9 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização do aeroporto no turismo e na economia da cidade e da Área Metropolitana de Lisboa?

10 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto urbanístico decorrente da deslocalização do aeroporto para um local a 45 km do centro da capital?

11 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização dos empregos e serviços decorrente da mudança do aeroporto para a Ota?

12 - Em que documento é que se encontra equacionado o cenário da necessidade de construir um outro aeroporto daqui a 40 anos, quando o Aeroporto da Ota se encontra saturado?

13 - Que medidas estão previstas para existir uma tributação especial das enormes mais-valias que terão os proprietários dos terrenos envolventes à zona do aeroporto (e não afectados pelas expropriações) que até ao momento estão classificados como Reserva Ecológica Nacional ou Reserva Agrícola Nacional e passarão a ser terrenos urbanizáveis?

14 - Em que documento se encontra a explicação para ter sido considerada preferível uma localização para o novo aeroporto que "roubará" mercado ao Aeroporto Sá Carneiro em detrimento de captar o mercado de Extremadura espanhola?

15 – Por que é que a localização na Base Aérea do Montijo não foi sequer considerada, quando apresenta inúmeras vantagens (14 Km ao centro da cidade, posição central na Área Metropolitana, facilmente articulável com o TGV, possibilidade de ligações fluviais, urbanisticamente controlável)?

16 - Qual é a explicação para que a articulação entre as duas infra-estruturas construídas de raiz (Aeroporto da Ota e Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto) obrigue a um transbordo de passageiros numa estação a 2 Km da aerogare?

17 - Porque é que se optou por uma localização para o aeroporto que implicará um traçado da Rede de Alta Velocidade com duas entradas distintas em Lisboa, cada uma delas avaliada num valor da ordem de mil milhões de euros (percurso Lisboa/Carregado e Terceira Travessia do Tejo), quando um aeroporto localizado na margem Sul funcionaria perfeitamente só com a nova ponte?

18 - Qual é o valor do sobre-custo do traçado da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto na margem direita do Tejo, por oposição ao traçado pela margem esquerda, fazendo a travessia na zona de Santarém?

19 - Porque é que a ligação ao Porto de Sines será construída em bitola ibérica, quando bastava que o traçado da linha Lisboa-Madrid passasse a Sul da Serra de Monfurado (um aumento de apenas 8 Km) para que fosse viável a construção de um ramal de AV para Sines (e posteriormente para o Algarve) a partir de um nó a localizar em Santa Susana (concelho de Alcácer do Sal)?

20 - Na análise custo-benefício do investimento da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto foi considerada a concorrência do Alfa Pendular (na actual Linha do Norte), o facto de o traçado não permitir o transporte de mercadorias e a necessidade de mudança de transporte para percorrer a distância das estações intermédias aos centro das respectivas cidades (Leiria, Coimbra, Aveiro)?

21 - Por último, em que relatório se encontra a recomendação da Ota como melhor localização para o novo aeroporto por comparação com as outras alternativas possíveis (Rio Frio, Base Aérea do Montijo, Campo de Tiro de Alcochete, Poceirão)?

Antecipadamente grato pela disponibilidade de V. Exa para responder a estas 21 questões, subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos


Luís Maria Gonçalves

arqº"

Foi estas questões que o Sr. Ministro das Obras Publicas ficou nervoso?

Pedro Sérgio (Palmela)

Carlos Monteiro disse...

(Depois deste post do camarada Pedro Sérgio não sei se ainda alguém lerá o que escrevo, mesmo assim cá vai)

Caro Ferreira de Almeida,

Ou eu interpretei mal, ou o seu post está claramente no campo da responsabilização política e não no campo da discussão do mérito da obra. Se interpretei bem, então não posso deixar de discordar com o meu caro Amigo quando dá a entender que a responsabilidade política de alguém se extingue a partir do momento em que perde eleições.

Não achando eu que assim seja (o que na perspectiva inversa retiraria méritos governativos a Cavaco Silva por exemplo, referindo alguém que reúne o consenso deste blog), a série de perguntas que fiz, que o ministro Mário Lino fez, têm razão de ser: Que credibilidade tem um partido que tendo sido também um dos grandes promotores da obra, agora desvincula-se de qualquer responsabilidade?! E a crítica estende-se a todos quantos na altura se tendo calado, alguns com responsabilidades governativas/partidárias, agora são vozes bem sonantes na crítica constante.

Isto não é "fazer o jogo" politiqueiro para onde Mário Lino pretende levar a discussão, e se o conseguir, ganha-la. É apenas um pedido de esclarecimento de um eleitor comum que deseja ver clarificada a posição dos intervenientes!

O ideal, de forma a deixar-me mais esclarecido, seria que o PSD declarasse solenemente que independentemente de qualquer liderança, consigo no governo a OTA fica imediatamente congelada.

Esqueci-me... Durão Barroso prometeu isso...


É este o meu ponto de vista caríssimo Ferreira de Almeida.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Percebido, cmonteiro. Respeito o entendimento mas continuo a discordar dele. Se as atitudes dos partidos que foram goeverno e que são hoje oposição constituissem penas irremíveis de um cadastro que os perseguiria para sempre, então a oposição estaria insuportavelmente condicionada.

Carlos Monteiro disse...

Estimado Ferreira de Almeida,

Permita-me mais uma vez discordar; o "cadastro" é fundamental para a escolha esclarecida dos eleitores! Eu não critico se alguém formalmente mudar de opinião, mas fazê-lo sem fundamentação nem um esclarecimento público cheira à habitual luta "politiqueira" que tantos eleitores afasta das urnas. À situação presente aplica-se de facto o termo "cadastro". Seria óptimo se se tratasse de "curriculum"....

O "condicionamento" derivado de posições antagónicas protagonizadas pela mesma pessoa ou organização sem algum tipo de explicação, e a consequente condenação pública é essencial! Essencial para a renovação dos intérpretes e essencial para a responsabilização daqueles que estando na oposição, se lembrem do que dizem quando são governo. E sem esse "condicionamento" continuaremos a ter políticos que prometem não aumentar impostos quando estão na oposição, a aumenta-los quando estão no governo!

Creio até que o apontar destas posições antagónicas, deste "cadastro", é tema recorrente das suas muitas vezes mui acertadas críticas a este governo.

Anónimo disse...

O não menos estimado cmonteiro faz por ignorar que apontar inconsequências a quem tem a responsabilidade de governar e decidir, não é a mesma coisa do que fazê-lo a quem tem a função de se opôr. Quer o meu Amigo significar que a oposição não deve ser hoje contra aquilo que no passado, sendo governo, apoiou (admitindo que apoiou). De acordo. Mas não reconhece também que a informação que tem vindo a público é fundamento suficiente para a alteração de posições?
Conta-se, certamente por graça, que um ministro, acossado pelos deputados que exigiam explicações sobre uma mudança súbita de política (aproximando-se exactamente do que reclamava a oposição), cansado de argumentar que a política era a mesma, os meios para atingir os objectivos é que eram distintos, atirou com esta: "Pois se quiserem aceitem o que eu digo, se não quiserem não aceitem. Acusam-me de mudar de opinião? Pois que seja! Só os burros é que não mudam! E eu, repito, não mudei".
Não vejo Marques Mendes, por mais críticas que se lhe façam, na pele deste ministro.

Carlos Monteiro disse...

Nada como um comentário bem humorado para terminar um debate em alegre e saudável desacordo. Eu não mudo de opinião, Caro Ferreira de Almeida, eu não mudo!!

:)

Tavares Moreira disse...

Caro Ferreira de Almeida,

Peço ao m/ Amigo para não ser cruel.
Não vê que o n/ estimadíssimo C. Monteiro já não tem mais nada a que se agarrar para "engolir" a OTA/Robert Mugabe a não ser as tais (supostas) declarações de M. Mendes?
Deixe ao nosso Comentador essa tábua de salvação, enquanto o Titanic da OTA/R.M. se vai afundando sem apelo...
E ainda ele não leu a intervenção de Miguel de Sousa Tavares sobre a OTA!
Aí é que vai precisar da brochurinha de M. Mendes para não desesperar de todo.

Carlos Monteiro disse...

Mas li a crónica do Miguel Sousa Tavares, claro que li! Aliás, não há palavra escrita pelo Miguel Sousa Tavares desde há 20 anos para cá que eu não tenha lido.

Mas a questão aqui não é a OTA, caro Tavares Moreira, a questão é a posição ziguezagueante de alguns actores políticos sobre a OTA. Sobre a OTA tinha algumas "mixed emotions", mas desde que o ministro Mário Lino decretou a morte da Portela, e simultaneamente decide gastar com ela mais 400 milhões de euros, concluí que se tratava finalmente de um grande embuste. Talvez seja compreensão lenta da minha parte, mas só aí tomei a minha posição definitiva sobre o assunto. Como o meu Caro pode constatar, até estamos do mesmo lado nesta questão.

Onde não estamos é na forma como são aceites e até defendidas incoerências de políticos.

Agora devo esclarecer o meu Estimado Tavares Moreira que eu, como simples eleitor (e ainda por cima daquela categoria a que chamam de "eleitorado flutuante", ou seja, aquelas com quem não se pode contar para nada porque nunca se sabe o que lhes vai passar na cabeça na urna de voto) não me "agarro" a qualquer posição política sobre o assunto, nem pretendo fazer valer qualquer ponto de vista sobre a OTA, que aliás já esclareci.

Apenas lhe digo que com este posicionamento e sem um claro esclarecimento não votarei PSD. E isso deveria dar que pensar ao PSD, porque não sou só eu a pensar assim, como as sondagens confirmam...

E enquanto se tentar lutar contra Sócrates com as mesmas armas políticas que ele, ele ganha, porque é melhor nessa luta. O que eu gostava mesmo era algo de novo, caro Tavares Moreira. Algo de novo...

Tavares Moreira disse...

Caro C. Monteiro,

Confesso-lhe a minha satisfação por saber que, em relação à Ota/R.Mugabe estamos do mesmo lado da barricada.
Acrescento que o facto do m/ Amigo dizer que não vota PSD "...com este posicionamento e sem um claro esclarecimento..." é uma posição que respeito e contra a qual não lutarei, pode estar certo.
O meu Amigo não encontra um único POST meu neste blog que tenha sido ditado pela preocupação de agradar ao PSD. E jamais encontrará.
Tendo as minhas preferências político/ideológicas - nunca as escondi - coloquei sempre acima disso a independência de pensamento.
Na análise da problemática da OTA não me movem nem tampouco preciso de buscar razões partidárias, de qualquer tipo.
Move-me exclusivamente o interesse do País e dos seus desconsiderados cidadãos em que me incluo 8e creio que o meu Amigo também).

Carlos Monteiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Monteiro disse...

Caro Dr. Tavares Moreira,

Não houve qualquer tentativa de insinuação de dizer que o meu caro escreve ao sabor de algum tipo de conveniência, e se assim o entendeu, peço-lhe desculpa. Não estive, em momento algum, a pensar em si enquanto escrevia!

O que continuo a afirmar é que alguma coerência, da parte do Dr. Marques Mendes ser-lhe-ia útil em termos de confiança do eleitorado.

Porque considero que à data do governo PSD as críticas de muitos quanto o fazem agora não eram tão audíveis! Eu considero que o meu caro está certo no que respeita à OTA! Naquilo que discordo de si e do Dr. Ferreira de Almeida é que os meus estimados interlocutores acham que em política estas coisas são "aceitáveis", porque fazem parte do jogo, e sob pena de cercear a liberdade da oposição, e eu acho que antes de se mudar a posição sobre algo, o que é legítimo, deve-se pelo menos fazer pisca-pisca de forma muíto visível, em vez de se deixar cair discretamente a posição! E isto vai directo ao líder do PSD.

No mais, qualquer posição de discordo frontal ~(que infelizmente não deixo de demonstrar sempre que assim entenda) com os meus caros amigos deve ser sempre interpretado dentro do debate de ideias e não de outros campos menos dignos.

Move-me, na minha participação por este blog, a admiração por V.Exas. nos quais o meu caro está incluído, e não há qualquer outra razão para aqui vir todos os dias senão essa: Aprender e debater, uma vez que os meus caros são das poucas pessoas que tendo estado na alta política, se prestam a este debate com o comum do cidadão, como eu.

Esse é um mérito inimaginável seu e do seu blog, caro Dr.Tavares Moreira.

Renovo as minhas desculpa por qualquer mal entendido.