Nos últimos tempos os analistas davam como certa uma vitória histórica dos Trabalhistas ante as difculdades manifestas dos Conservadores em afirmarem uma liderança capaz de se bater com Blair, perante o relativo sucesso das políticas económicas e a forma como o primeiro-ministro acabou por resistir às censuras (algumas do vindas do interior do próprio Labour) dirigidas à participação do Reino Unido na guerra do Iraque. A reforçar a perspectiva de folgado sucesso eleitoral estaria ainda a coesão interna do partido e o consenso sobre as qualidades do líder.
Eis que, de repente, algo se transforma. Nos Comuns a legislação anti-terrorista proposta por Blair passou. Mas com o elevado custo de uma se não histórica, decerto relevante divisão nas hostes trabalhistas. Não foram dois ou três deputados aqueles que se opuseram veementemente à medida. Foram sessenta, entre os quais quatro antigos membros do gabinete trabalhista. Com argumentos caros à tradição social-democrata que inspira o partido, designadamente de defesa de direitos, liberdades e garantias fundamentais.
Veremos que reflexos terá este episódio nas eleições.
Perceba-se que, lá como cá, no mundo da política nada se deve ter como estável, certo ou permanente.
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